A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realizou neste fim de semana (11 e 12) a 2ª Edição do Mutirão de Cirurgias Ortopédicas 2017, no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC). Cerca de 40 pessoas foram atendidas e ao todo mais de 60 procedimentos cirúrgicos foram realizados nos dois dias. A ação faz parte das medidas emergenciais anunciadas na semana passada para diminuir a superlotação na unidade de saúde que, embora possua 271 leitos, atua com 346 pacientes hospitalizados. Dados da unidade apontam que cerca de 60% dos pacientes são do interior do estado.
O mutirão vinha sendo preparado há cerca de duas semanas e uma nova etapa será realizada nos próximos dias. Segundo a direção do PSMC, a maioria dos casos de pacientes que esperam por cirurgias está relacionada à ortopedia. Para a realização do mutirão, foi criada uma força-tarefa com doze ortopedistas, oito anestesistas, oito residentes em ortopedia, quatro instrumentistas, diversos profissionais da enfermagem, maqueiros e demais profissionais.
Na tarde de domingo, o prefeito Emanuel Pinheiro fez uma visita aos pacientes, acompanhado pela primeira-dama Márcia Pinheiro. Na ocasião, o prefeito reforçou sua preocupação com a situação da unidade de saúde e declarou tolerância zero ao descaso de décadas com a saúde da Capital que, entre outros, culminou a superlotação do Pronto Socorro. Na última sexta-feira, o chefe do Executivo anunciou medidas para reestruturar a saúde municipal, entre elas a criação do Comitê de Crise mediante o decreto municipal, nº. 6.405/2017.
“Tolerância zero ao caos da saúde pública de Mato Grosso que está repercutindo negativamente em Cuiabá. O fechamento de várias unidades de saúde no interior do Estado e a situação crítica dos hospitais filantrópicos ocasionaram um colapso e isso agrava muito a situação da Capital, pois os pacientes vêm para cá e acabam sobrecarregando de forma assustadora e incontrolável o Pronto Socorro. Quero atender e sou parceiro do interior, mas temos a preocupação de organizar o Pronto Socorro para atendermos bem e com a dignidade que a população de Cuiabá e do interior do Estado merecem. Mas isso sem perder a característica do PS que é de urgência e emergência”, afirmou o gestor.
Ele lembrou que apesar dos mutirões, o problema só será resolvido de forma definitiva por meio de uma reorganização do sistema. “Há décadas não acontece uma reorganização do sistema e isso proporcionou um ciclo vicioso. Às vezes, uma dor de cabeça ou um mal estar, traz o paciente para cá, quando ele poderia ser atendido no seu município, em um centro de saúde, policlínica ou UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Eles acabam vindo para o Pronto Socorro e ocupando o lugar de pacientes que realmente correm risco de morte. Nós estamos estruturando a saúde básica e trabalhando muito para mudar esse conceito e virar a página fazendo-o atuar de fato como o próprio nome já diz, um Pronto Socorro. Essa coragem de colocar o dedo na ferida é necessária para dar um choque de gestão. Fiz questão de vir até aqui hoje ver esses pacientes e cumprimentar os profissionais que participaram do mutirão para que pudéssemos dar este primeiro passo rumo ao nosso objetivo maior, que é retirar esses pacientes do corredor e oferecer o serviço em saúde com o amor, carinho e a dedicação que eles merecem”, disse o prefeito Emanuel.
Conforme a diretora-geral do Pronto Socorro, Zamara Brandão, para a realização do mutirão três das quatro salas do centro cirúrgico foram cedidas exclusivamente para a Ortopedia. Nos dias habituais, devido ao grande número de urgências e emergências isso não é possível. “Graças à força-tarefa e apoio dos profissionais conseguimos, em apenas duas semanas, montar essa estrutura gigante que diminuiu o sofrimento de pessoas que estavam pelos corredores do PS”.
O chefe da Ortopedia, Demian Miziara Amaral, explicou que os pacientes que passaram por procedimentos no fim de semana devem permanecer em observação por dois dias, para então receberam alta. “Os selecionados foram exclusivamente os hospitalizados que aguardavam por cirurgias relativamente menos complexas como fraturas de dedo, mão, punho, clavícula, pé, fêmur, entre outras. Com o sucesso do mutirão, em no máximo dois dias já teremos uma redução significativa de pessoas hospitalizadas”, ressaltou o especialista.
O motoboy Cleverson Leôncio, de 33 anos, teve o pé quebrado em razão de um acidente automobilístico na última semana. Para ele, o mutirão fez toda a diferença. “Estava internado há uma semana e, agora, devido ao mutirão eu e mais uma série de pessoas que estávamos alocadas no corredor já vamos para casa no máximo até terça-feira. Isso não tem preço. Agradeço primeiro a Deus, em segundo a equipe médica, ao prefeito e à Secretaria de Saúde que nos atendeu tão bem. Muito obrigado”, disse o paciente.
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