A Prefeitura de Cuiabá, por meio da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, iniciou na quinta-feira (16) o trabalho de identificação das árvores sem vida ou comprometidas no Morro da Luz, no centro da Capital. A iniciativa inclui também um inventário das espécies arbóreas presentes no local, além da manutenção do espaço.
O Parque Antônio Pires de Campos, conhecido como Morro da Luz, compreende uma área de quatro hectares, localizada às margens da Avenida da Prainha. Há 200 anos, o local foi reconhecido pelo imperador Dom Pedro I como extensão do jardim da Santa Casa e destinado a abrigar o Jardim Botânico de Cuiabá, uma proposta que continua desafiando os gestores até os dias atuais.
“Estamos iniciando hoje um inventário das espécies arbóreas aqui presentes, focando nas árvores que já estão mortas ou em estado muito comprometido. Vamos avaliar quais ainda podem ser recuperadas. Esse levantamento inicial dará origem à retirada das árvores mortas e ao mapeamento completo da área. Aproveitaremos o material que for possível, tanto para o Jardim Botânico que está sendo proposto quanto para o Morro da Luz”, destacou o secretário municipal de Planejamento Urbano, José Afonso Portocarrero.
Segundo estimativas, o trabalho de identificação das árvores mortas deve ser concluído em até dez dias. A ação contará com equipe do Horto Florestal Tote Garcia, que fará o mapeamento com uso de GPS para facilitar a localização exata de cada árvore na etapa de retirada. O procedimento evitará que árvores em boas condições sejam cortadas.
As árvores saudáveis serão catalogadas individualmente, resultando em um inventário completo das espécies, com informações que permitirão compreender o porte de cada uma.
“O foco será nas árvores que permanecerem, especialmente aquelas consideradas especiais ou nativas da nossa região, como a aroeira e a piúva, por exemplo. Essas espécies receberão tratamento especial dentro do projeto do Jardim Botânico, que também contemplará vegetação rasteira”, adiantou Portocarrero.
A retirada das árvores mortas não será seguida imediatamente de replantio. A proposta é estudar com calma o que será inserido no espaço, de forma planejada, conforme o projeto do Jardim Botânico for sendo desenvolvido.
A Prefeitura de Cuiabá conta com o apoio técnico do Jardim Botânico do Rio de Janeiro para orientar esse processo, considerado de médio a longo prazo.
O projeto de revitalização do Morro da Luz é liderado pela Secretaria Municipal de Planejamento, em parceria com o Horto Florestal, e envolve a atuação conjunta de diversas secretarias municipais, entre elas Turismo, Cultura, Segurança, Obras e Limpeza Urbana (Limpurb). Todas terão papel fundamental na coordenação e continuidade das ações, garantindo que o planejamento siga uma linha estruturada e traga resultados concretos ao longo do tempo.
Bruna Aquino, engenheira ambiental da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano de Cuiabá, nasceu e cresceu na capital e, mesmo assim, não conhecia o Morro da Luz. Ela integra a equipe do Horto Florestal responsável pelo trabalho e se encantou com o potencial do local. “Achei que o lugar tem um potencial fantástico, com paisagismo lindo. Precisa ser conservado, cuidado e reformado. É um espaço maravilhoso e tem tudo para o sucesso do projeto que se inicia”, afirmou.
Para Bruna, o momento também teve um significado especial. “É uma emoção muito forte estar aqui. Apesar de ser cuiabana, nunca tinha vindo ao Morro da Luz. A expectativa desse trabalho é resgatar a relação da população com o espaço. Muitas pessoas passam em frente, mas nunca entram. Queremos trazer essa nova geração de volta, tornar o local um ponto de contemplação, valorização ambiental e preservação. É um fragmento do cerrado no centro da cidade, e isso precisa ser preservado”, destacou.
JARDIM BOTÂNICO E CENTRO HISTÓRICO
As intervenções no Morro da Luz abrangem também o seu entorno. “O projeto começa aqui, mas faz parte de uma proposta maior de revitalização do centro histórico da cidade. Hoje, essa ação marca o início da retomada de um espaço que estava completamente abandonado, com acúmulo de lixo e presença constante de moradores em situação de rua. Agora, iniciamos uma série de ações planejadas e contínuas: retirada de árvores mortas, recuperação de equipamentos existentes, reutilização de madeira e estudos para novos pisos, caminhos e trilhas dentro do espaço. Mais do que um projeto, estamos falando de um processo que culminará na criação do Jardim Botânico de Cuiabá. Após a primeira limpeza, realizada no mês passado, já percebemos uma mudança significativa na paisagem, tornando o local mais atrativo”, concluiu o secretário.
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