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CIDADES Segunda-feira, 27 de Maio de 2024, 06:01 - A | A

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RISCO PARA SAÚDE

Proibido pela Anvisa, cigarros eletrônicos tem crescimento de 600% no Brasil

De acordo com dados da Ipec, quase três milhões de adultos são usuários dos chamados vapes

Elloise Guedes

O uso de cigarros eletrônicos no Brasil cresceu 600% nos últimos seis anos. Embora sejam produtos proibidos no país pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009, a comercialização ocorre de maneira ilegal. De acordo com dados da Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), quase três milhões de adultos são usuários dos também chamados vapes.

Cerca de 2,2 milhões de adultos (1,4%) afirmaram ter consumido os dispositivos eletrônicos para fumar até 30 dias antes da pesquisa. No primeiro ano do levantamento feito pelo Ipec, 2018, o índice era de 0,3% entre a população, com menos de 500 mil consumidores. A pesquisa aponta também que cerca de 6 milhões de adultos fumantes afirmam já ter experimentado cigarro eletrônico, o que representa 25% do total de fumantes de cigarros industrializados, um acréscimo de 9 pontos percentuais em relação a 2019.

Ainda de acordo com informações da Anvisa, é proibido comercializar e fazer propagandas, de qualquer dispositivo eletrônico seja para fumar ou pra suplementação de vitaminas, probióticos, enzimas e outros. A agência afirma que a fiscalização do comércio de cigarros eletrônicos é de responsabilidade de autoridades locais.

O estudante de direito, Marcelo Gouveia, ele começou a usar cigarro eletrônico com esperança de abandonar o cigarro convencional por ter cheiro forte, mas segundo ele, o vape trouxe mais problemas pra vida dele com uma piora na saúde.

"Com poucos meses de uso fui me sentindo fraco e cansado, mesmo não praticando muitas atividades que consumisse a minha energia. A minha frequência no hospital foi aumentando e sempre com os mesmos sintomas, foi quando meu médico me alertou sobre o uso do cigarro eletrônico. Ele me orientou a ficar sem por um tempo e comparar a diferença. Eu me senti melhor sem o vape e decidi parar de uma vez e praticar exercícios físicos pra me ajudar a fortalecer e ter qualidade de vida", disse o estudante.

RISCOS PARA A SAÚDE

Os vaporizadores ou produtos de tabaco aquecido não são produtos inofensivos ao organismo humano, apesar da premissa de que eles não contêm substâncias como monóxido de carbono, alcatrão, entre outros compostos provenientes da degradação e combustão do tabaco.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estudos mostram que os níveis de toxicidade podem ser tão prejudiciais quanto os do cigarro tradicional, já que combinam substâncias tóxicas com outras que muitas vezes apenas mascaram os efeitos danosos. Dentre essas substâncias tóxicas, estão presentes metais pesados, como chumbo, ferro e níquel, de acordo com o Ministério da Saúde.

“O crescimento do uso de cigarros eletrônicos no Brasil é assustador. É preciso lembrar que conforme dados da OMS, o tabagismo é a principal causa de morte evitável do planeta e se o uso dos cigarros eletrônicos surgiu como uma suposta alternativa para cessar o uso dos cigarros tradicionais, sabemos hoje que isso não é bem verdade”, alerta a pneumologista Keyla Maia.

A médica, aliás, é a responsável técnica do Programa Inspirar, do setor de Medicina Preventiva do Viver Bem, da Unimed Cuiabá. Considerado um dos projetos mais bem-sucedidos da cooperativa, o Inspirar conta com equipe multidisciplinar formada por médicos, psicólogos, nutricionistas, enfermeiras e fisioterapeutas com o objetivo de cessar o tabagismo dos beneficiários do plano.

“Parar de fumar não é simples e não é fácil, mas é possível. E nossos dados do Inspirar corroboram com isso: 68% dos beneficiários que passaram pelo programa permanecem sem fumar após um ano ou mais de terem participado. É um índice muito positivo diante de um cenário como o que temos hoje no Brasil, principalmente com o aumento no uso dos cigarros eletrônicos”, afirma Keyla Maia.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), os sintomas respiratórios incluem tosse, dor torácica e falta de ar. Também são comuns sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, náuseas, vômitos e diarreia e sintomas inespecíficos, como febre, calafrios e perda de peso.

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