As exportações de calçados para os Estados Unidos registraram uma queda de 17,6% no mês de agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com a Abicalçados, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados.
A queda na receita, no mesmo período, foi de 1,4%. De acordo com a associação, os números refletem a perda de competitividade do Brasil com as tarifas de 50% impostas pelo governo norte-americano.
Um levantamento feito pela Abicalçados com empresas do setor mostra que 73% delas já registraram redução no faturamento por conta do tarifaço e 60% delas já tiveram cancelamento de pedidos. Além disso, 60% das empresas do setor calçadista tiveram atrasos ou paralisações em negociações.
Há ainda relatos pontuais de empresas que concederam férias coletivas para funcionários enquanto aguardam maior clareza nas perspectivas do salário a curto prazo.
O cenário afeta, principalmente, os três estados que mais exportam para os Estados Unidos: Rio Grande do Sul, Ceará e São Paulo.
Do total de calçados produzidos no Brasil que são exportados, 20% são direcionados aos Estados Unidos. O levantamento da Abicalçados aponta que, para não perder os clientes norte-americanos, metade das empresas têm concedido descontos de, em média, 15% nos produtos.
“O Brasil já exporta para 160 países e cada vez quer descobrir novos países para mandar sua exportação. Nós acabamos de retornar esta semana da maior feira de calçados mundial que fica em Milão, onde se abriram novos clientes e até novos destinos. Porém, ninguém quer perder o mercado norte-americano”, afirma o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.
Aumento em importações também preocupa
Além da preocupação com a queda nas exportações, o aumento na importação de calçados chineses preocupa o setor. Em agosto, houve uma alta de 41,5% nas importações brasileiras de calçados produzidos na China, se comparado a agosto de 2024.
O movimento se deve à perda que os chineses também tiveram do mercado norte-americano com o tarifaço. O país está escoando a produção, principalmente, para países da América do Sul, como o Brasil.
Como os preços são muito baixos, o setor calçadista teme que haja um impacto na indústria nacional.
“Para o nosso mercado, pode prejudicar o futuro da economia, da indústria e assim por diante”, diz o presidente-executivo da Abicalçados.
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