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18 de Agosto de 2025

ECONOMIA Segunda-feira, 18 de Agosto de 2025, 13:35 - A | A

Segunda-feira, 18 de Agosto de 2025, 13h:35 - A | A

MERCADO IMOBILIÁRIO

Imóveis têm recorde de lançamentos no 1º semestre, mas estoque encolhe

Pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais, da CBIC, demonstra números recordes, mas indica estabilidade futura no mercado de imóveis brasileiro, com demanda mais aquecida do que oferta

G1

O mercado imobiliário brasileiro bateu recorde de lançamentos no primeiro semestre de 2025.

Segundo a pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), houve um aumento de 6,8% em relação ao mesmo período de 2024, alcançando 186,5 mil unidades — o melhor resultado desde o início da série em 2006.

Enquanto isso, as vendas no período subiram 9,6% quando comparado com o mesmo período do ano passado, totalizando 206.903 unidades. Foram movimentados R$ 123 bilhões no período.

De acordo com dados da CBIC, quando se analisa os movimentos trimestrais, as vendas apresentam um comportamento de estabilidade, variando entre 100 mil e 108 mil unidades nos últimos 5 trimestres.

 Já as ofertas finais — que respondem pelas unidades restantes de um empreendimento que estão sendo vendidas antes da entrega — recuaram 4,1% no primeiro semestre, mostrando que há menos imóveis sobrando no estoque.

Na avaliação do economista-chefe do Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis (Secovi-SP), Celso Petrucci, responsável pela apresentação da pesquisa, o mercado caminha para um cenário de “estabilidade”, após atingir patamares recordes.

Ele lembra que, no acumulado dos últimos 12 meses, foram mais de 414 mil imóveis residenciais lançados. Em 2020, o número acumulado foi de 244,6 mil unidades.

“De 2020 paca cá, o mercado cresceu 180 mil unidades. São praticamente 15 mil unidades que se vende por mês a mais do que se vendia há cinco anos.”

Demanda aquecida
Em linha com a ponderação, no 2º trimestre de 2025 houve queda nos lançamentos de 6,8% em relação com o mesmo período de 2024, totalizando 93.319 unidades. Mas, na comparação trimestral, o avanço foi de 0,1% frente aos três primeiros meses deste ano.

Já a oferta final recuou 4,1% em relação ao mesmo trimestre de 2024, e 3,4% frente ao primeiro trimestre de 2025, somando 290.086 unidades em junho.

Ao todo, foram comercializados 102,9 mil imóveis entre abril e junho, movimentando R$ 68 bilhões no setor.

 Apesar disso, os dados indicam um mercado consumidor mais aquecido do que o ofertante no período, registrando a menor taxa de escoamento já registrada no indicador nacional.

 Com o volume atual de vendas e sem novos lançamentos, o estoque disponível se esgotaria em 8,2 meses.

“No segundo semestre, podemos ter um represamento dos lançamentos, e o volume de contratação de julho e agosto deve ser maior do que uma estabilidade ou redução por conta da subida natural dos preços”, apontou Clausens Duarte, vice-presidente de Habitação de Interesse Social da CBIC.

Minha Casa, Minha Vida
A pesquisa ainda aponta uma inversão na participação entre o "Minha Casa, Minha Vida" (MCMV) no último trimestre.

Embora ainda responda por um número significativo, o programa perdeu espaço para os demais padrões de imóveis — voltados aos públicos de classe média e da alta renda.

A fatia do MCMV caiu de 53% para 47% do total entre o primeiro e o segundo trimestre de 2025.

No primeiro semestre do ano, comparado com 2024, os lançamentos do programa cresceram 7,8%, as vendas avançaram 25,8%, e a oferta final, teve alta de 5,7%.

Em relação aos resultados do segundo trimestre, na comparação anual, os lançamentos caíram 15,5%, enquanto as vendas e a oferta final subiram 11,9% e 5,7%, respectivamente.

Frente aos três primeiros meses de 2025, houve queda em todos os indicadores: lançamentos caíram 10,1%, vendas recuaram 3,3%, e a oferta final teve baixa de 4,3%.

Segundo Petrucci, os números do primeiro trimestre “puxaram” os bons resultados do programa social no primeiro semestre de 2025.

Ainda assim, o economista-chefe da Secovi alerta que, considerando que a última atualização das regras, feita em julho de 2023, por meio da Lei nº 14.620, o MCMV pode estar passando pela necessidade de “novas adequações”.

“O tempo está passando, e o custo de construção vai subindo, perdendo o efeito do que foi melhorado no programa. Isso pode ser um alerta de que o programa possa estar necessitando de uma releitura dos seus limites e dos descontos que oferece.”

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