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27 de Outubro de 2025

ECONOMIA Segunda-feira, 27 de Outubro de 2025, 09:29 - A | A

Segunda-feira, 27 de Outubro de 2025, 09h:29 - A | A

mesmo com melhora no trimestre

Juros altos sufocam a construção e mantêm o setor em alerta há um ano

A construção civil ainda sente o peso da política monetária e da falta de estímulos à atividade econômica com condições financeiras ruins

CNI

As taxas de juros elevadas completaram um ano como o principal problema enfrentado pela Indústria da Construção, apontado por 35% dos empresários ouvidos na Sondagem Indústria da Construção do 3º trimestre de 2025, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em conjunto com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), nesta segunda-feira (27). 

A alta carga tributária aparece em segundo lugar como maior entrave, com 32,2% das menções, avanço de 1,7 pontos percentuais no trimestre. Nos últimos três trimestres, este indicador cresceu 5,6 pontos percentuais. Em seguida, os maiores problemas para os empresários da construção envolvem a dificuldade de contratar mão de obra. Com 25,8% das citações, em terceiro lugar, está a falta ou alto custo de mão de obra qualificada, enquanto em seguida, com 24,5% dos problemas, está a falta ou alto custo da mão de obra sem qualificação. 

O conjunto de entraves forma um cenário que, embora menos pessimista que o observado meses atrás, ainda é amplamente desfavorável, é o que explica Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI. 

“Ainda assim, os índices permanecem baixos em comparação com o ritmo ideal de atividade, embora representem um resultado mais positivo do que o registrado em agosto. É ainda cedo para afirmar se essa melhora será sustentada. No entanto, nesse período, os empresários demonstraram uma reversão parcial das expectativas ", pontua Marcelo Azevedo.

Índices de atividade e de emprego sobem em setembro 

O índice de evolução do nível de atividade ficou em 48,4 pontos em setembro e superou a média histórica do mês, mas encontra-se abaixo do registrado em setembro de 2024. Já o índice de emprego chegou a 47,1 pontos — o menor para setembro nos últimos sete anos, apesar da alta mensal. Já a Utilização da Capacidade Operacional (UCO) voltou a alcançar 68%, após subir 2 pontos percentuais frente a agosto. 

As condições financeiras, no entanto, seguem no vermelho, apesar de melhora significativa no trimestre (3,7 pontos) no índice de satisfação com a situação financeira das empresas, que alcançou 48,7 pontos. O índice de satisfação com o lucro operacional acompanhou o movimento, atingindo 45,4 pontos, o que indica uma insatisfação menos disseminada, mas ainda presente. 

No crédito, o alívio foi mínimo. O índice de facilidade de acesso subiu para 38,6 pontos, permanecendo em território de forte restrição. Para os empresários, a falta de recursos acessíveis segue sendo um entrave central à expansão da atividade e ao investimento em novos projetos. 

Outro fator de pressão é o avanço dos custos. O índice de evolução do preço médio de insumos e matérias-primas aumentou para 61,6 pontos no trimestre, o que sinaliza a aceleração no ritmo de alta. O encarecimento dos materiais continua reduzindo margens de lucro e comprometendo a competitividade das empresas. 

Confiança do setor dá sinais de melhora 

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Indústria da Construção subiu 1,4 ponto, para 48,4 pontos. A alta é a segunda consecutiva; em setembro, o índice já havia subido 1,2 ponto. Ainda assim, o índice segue abaixo de 50 pontos, denotando falta de confiança, ainda que menos disseminada e intensa. 

A melhora do índice deve-se principalmente pela melhora das expectativas. O índice de expectativas aumentou 1,8 ponto: passou de 48,9 pontos em setembro para 50,7 pontos em outubro. Ao ultrapassar a linha divisória de 50 pontos, o índice deixa de retratar uma expectativa pessimista e passa a mostrar otimismo. 

Os empresários demonstraram maior otimismo em relação ao desempenho de suas próprias empresas nos próximos seis meses. Além disso, no que diz respeito à economia brasileira, houve uma melhora significativa do índice, que aumentou 3 pontos. Ainda assim, o índice passou para 42,4 pontos, ou seja, apesar da melhora na percepção, ainda prevalece uma avaliação negativa. 

Já o índice de condições atuais ficou em 43,8 pontos em outubro após alta de 0,6 ponto frente a setembro. A alta se deve à avaliação das condições atuais da empresa menos negativa. 

Expectativas avançam em outubro 

Na passagem de setembro para outubro de 2025, a maioria dos índices de expectativa aumentou. A exceção foi o índice de expectativa de número de empregados, que recuou de 50,2 pontos para 49,8 pontos. 

Já o índice de expectativa de nível de atividade mostrou a maior alta na passagem de setembro para outubro de 2025, de 1,7 ponto, para 52,4 pontos. Ao se afastar da linha divisória, o índice mostra uma expectativa mais disseminada e intensa de alta do nível de atividade nos próximos seis meses. 

O índice de expectativa de compras de matérias-primas também cruzou a linha divisória, passando de 49,4 em setembro para 50,9 pontos em outubro, relevando expectativa de alta das compras de insumos e matérias primas nos próximos meses. 

Por fim, o índice de expectativa de novos empreendimentos e serviços aumentou de 49,2 pontos, em setembro, para 50,3 pontos, em outubro, revertendo a expectativa pessimista observada em setembro.

O índice de intenção de investimentos cresceu 2,5 pontos em outubro de 2025, para 43,6 pontos. A alta é a segunda consecutiva, após sequência de três quedas que havia levado o índice aos 40 pontos, o menor valor em 28 meses.

 

 

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