A novidade da semana na vida da cantora e influenciadora Jojo Todynho é que ela resolveu fazer uma cirurgia bariátrica para emagrecer.
No Instagram, ela anunciou: "Hoje eu estou dando um novo rumo à minha vida. Com certeza, agora tudo mudará, e eu estou preparada. Por isso falo com vocês: faça tudo o que você quiser, quando esse desejo partir de você e não de pressão alheia".
Embora a cirurgia represente uma mudança efetiva na vida das pessoas, não pode ser vista como estética nem método de emagrecimento, conforme explica o endocrinologista Marcio Mancini, da SBEM-SP (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia — Regional São Paulo).
"Embora tudo o que envolva obesidade acabe tendo uma questão estética, para a bariátrica há indicações precisas. Não é uma cirurgia plástica, mesmo que as pessoas apresentem esse componente estético muito forte", diz Mancini ao fazer referência à perda de peso.
O cirurgião gástrico Eduardo Grecco destaca quais são as indicações para esse tipo de cirurgia e ressalta que a obesidade é uma doença sem cura. Muitas vezes, a solução está em procedimentos mais ou menos invasivos.
"A obesidade não tem cura, e os tratamentos são: medicação, que tem de ser acompanhada de mudança de vida — no caso de grandes perdas, é mais difícil; endoscopia, para quem precisa perder entre 10 kg e 20 kg; e tem a bariátrica, que indicada para as pessoas com IMC [indíce de massa corporal] acima de 35, 40 ou 50", orienta Grecco.
O endocrinologista complementa: "O paciente com IMC maior ou igual a 40 tem indicação direta [de cirurgia]. O IMC maior ou igual a 35 [é indicado] desde que o paciente apresente doenças associadas que vão melhorar com a perda de peso, como pressão alta, diabetes e apneia do sono".
No caso de Jojo, ela chegou a implantar um balão gástrico — que é posto por endoscopia — e perdeu cerca de 15 kg. Há seis meses, anunciou que faria uma superdieta para emagrecer e conseguir engravidar com mais saúde.
Com a decisão de passar por uma operação de redução de estômago, a campeã de A Fazenda 12 e os médicos escolhidos por ela terão de decidir qual tipo de cirurgia ela vai fazer.
"[Existem] dois métodos básicos: sleeve, ou manga, que corta o estômago de ponta a ponta e tira um pedaço — na sutura endoscópica, o estômago é costurado; e o by pass, quando o médico corta o estômago e faz uma derivação intestinal, para mudar o intestino de lugar", afirma Grecco.
No caso da sutura, o estômago fica com capacidade de 300 ml, e a perda é de 20% a 25% do peso corpóreo.
Na forma sleeve, mantém 150 ml de capacidade, e a perda chega a 30%. Já no bypass, o órgão fica com 50 ml de capacidade, e o paciente pode perder até 40% do peso.
"Nesse último caso, como o estômago está reduzido, o intestino foi modificado e o alimento não passa mais pelo duodeno, a perda de peso é maior. Ele deixa de absorver açúcares e gorduras, mas também não absorve os nutrientes necessários. Com isso, tem baixa absorção de vitamina D, C, zinco, cálcio, ferro", pondera o cirurgião.
Se Jojo adotar o bypass, ela vai ter de repor as vitaminas para o resto da vida.
"A bariátrica envolve um acompanhamento crônico. Se o paciente fizer um acompanhamento bem-feito após o procedimento, ele não vai ter anemia. O que acontece é que operam, perdem peso e acabam abandonando o tratamento pós-operatório, param com as vitaminas. Com isso, as desnutrições são frequentes", alerta Mancini.
Esse acompanhamento deve ser feito pelo menos uma vez ao ano, quando o médico realiza exames de sangue para checar como está a absorção de nutrientes do organismo.
Durante todo o procedimento, os pacientes precisam ser acompanhados por uma equipe, que inclui cirurgião, endocrinologista, nutricionista, psicólogos, entre outros profissionais.
A função do acompanhamento psicológico é fundamental para que as pessoas tenham um compromisso com o processo de emagrecimento e não voltem a ganhar peso.
"A mudança do estilo de vida é muito radical. Essas são técnicas irreversíveis, não têm volta. Infelizmente, após cinco anos cerca de 30% dos operados têm reganho de peso. O problema é que acabamos tendo pessoas desnutridas, porém obesas novamente. Por isso, o acompanhamento psicológico é fundamental", afirma Grecco.
Mesmo com essas observações, Marcio Mancini é contundente ao avisar que a cirurgia não pode ser considerada de risco.
"Uma coisa importante e que é um mito é achar que é a cirurgia bariátrica é uma cirurgia de alto risco. Ela não é. Ela tem que ser feita por um cirurgião experiente e no centro de excelência. A mortalidade nos primeiros 30 dias é inferior a 0,5%, o equivalente a uma cirurgia de vesícula. Bem baixa", conclui.
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