Cuiabá, 05 de Junho de 2025
Notícia Max
05 de Junho de 2025

ENTRETENIMENTO Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2020, 11:17 - A | A

Sexta-feira, 31 de Janeiro de 2020, 11h:17 - A | A

SAÚDE

Mabel Calzolari fala sobre descoberta de doença grave após o parto do filhoMabel Calzolari fala sobre descoberta de doença grave após o parto do filho

Revista Quem

A vida da atriz Mabel Calzolari, de 20 anos, virou de cabeça para baixo depois que ela deu à luz Nicolas, seu primeiro filho com o também ator João Fernandes, de 20, que vive o Tadeu em Malhação: Toda Forma de Amar. É que a jovem, que fez parte do elenco de Orgulho e Paixão, descobriu uma doença grave e rara após o nascimento do bebê. Há pouco mais de um mês, Mabel - que agora está usando o nome de batismo Maria Belén - foi diagnosticada com aracnoidite torácica, inflamação na medula, que estava causando cistos no local e poderia levá-la à paraplegia ou tetraplegia.

 

Reprodução

Mabel Calzolari

 

Em conversa com Quem, ela conta que nesta quarta-feira (29) completou uma semana que ela recebeu alta do Hospital Barra D'Or, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. "Fiquei um mês e pouco internada. Dei entrada no hospital no Natal. Enquanto isso, o Nicolas ficou em casa com a minha família, com o João e com a minha sogra", conta. Para explicar o que passou até ser diagnosticada com a doença, Maria lembra como foi sua gravidez. "Minha gestação foi muito tranquila. Só fiquei mal por conta dos enjoos, porque tenho pânico de vomitar. Tentei o parto normal, mas cheguei no hospital com dois centímetros de dilatação. Só que não evoluía, continuei com dois centímetros de dilatação e a obstetra decidiu induzir. Como eu não aguentava mais de dor, no meio do processo, decidi fazer uma cesariana. Já não estava mais aguentando, cheguei no meu limite", recorda.

 

A ANESTESIA

 

Para ser operada, a atriz foi submetida a uma anestesia raquidiana. "A cirurgia foi um sucesso. O Nicolas nasceu super bem. Mas tive cefaleia pós-raqui e, por conta disso, fiquei dois dias a mais na maternidade para fazer hidratação. Depois, quando tive alta e fui para casa, senti um pouco mais de dor de cabeça. Foram duas semanas de dor de cabeça", conta. No entanto, aproximadamente vinte dias depois do nascimento do bebê, Maria começou a sentir uma dor forte nas costas, bem perto do pulmão direito. "Era uma dor insuportável, como se estivesse parindo pelas costas. Fiquei com essa dor uma semana, com dificuldade para respirar, doía muito. Quando deitava dava um aliviada, então ficava mais deitada", explica.

 

A dor passou por um tempo, mas, dias depois, voltou com força total. Maria, então, decidiu ir a uma emergência médica. "Doía tanto que quando cheguei no hospital precisei sentar numa cadeira de rodas porque não conseguia andar. Inicialmente, os médicos suspeitaram que eu estivesse com embolia pulmonar. Fiz os exames e não deu nada. Mas tive que ficar internada em observação. Passei a noite no hospital e tomei um remédio parecido com morfina para a dor", afirma.

 

No dia seguinte, Maria procurou um ortopedista por conta própria. "A médica me disse que a dor seria postural, algo muscular e me receitou uns remédios que me dopavam. Evitava tomar sempre, só tomava a noite, senão só dormia. Até que um dia, depois de mais ou menos um mês, a dor desapareceu. Acordei, não senti nada e vida que segue", conta.

 

FALTA DE EQUILÍBRIO

 

Embora a dor tenha passado, Maria começou a notar que estava esquisita, sem equilíbrio. "Sempre usei saltos muito altos, sou modelo também, e não estava conseguindo mais ter estabilidade com os sapatos. Não conseguia botar um pé na frente do outro ou levantar de um sofá, coisas simples. Também comecei a ter alterações de sensibilidade. E foi piorando a minha perda de equilíbrio", conta, lembrando que, um dia, ao cair, notou que havia perdido a sensibilidade nas pernas. "Bati a cabeca e o João trouxe um gelo. Mas não senti o gelo na minha perna. Então minha mãe pegou um alfinete e espetou em mim. Não senti. Também comecei a ter incontinência fecal e urinária", acrescenta.

 

No Natal, Maria resolveu ir à emergência médica de novo. "Senti muita vontade de fazer xixi e não consegui controlar. Fiz nas calças e em quantidade abundante. Então fomos para o hospital, passei pela triagem, contei tudo o que estava sentindo, fiz várias ressonâncias, de cabeça e tórax, e foi constatada a aracnoidite torácica. Logo fui encaminhada para a UTI Neurológica", afirma.

 

A CIRURGIA

 

Para reverter o quadro, Maria precisou passar por um procedimento cirúrgico que durou 10 horas. "Os neurocirurgiões foram muito sinceros comigo. Meu caso foi mandado para fora, para os EUA, sou o segundo caso de aracnoitide pós-raque no Brasil. E eles me disseram que eu teria que fazer uma cirurgia. A preocupação era que eu pudesse ficar paraplégica ou tetraplégica porque a medula é muito sensível. Tinha risco de mexer e piorar", diz, lembrando que a operação foi bem-sucedida. "Eles tiraram os cistos e reverteram o meu quadro. Agora estou fazendo tratamento com corticóides, fisioterapia normal e fisioterapia pélvica, já que perdi a sensibilidade na região genital. Precisarei de acompanhamento para o resto da vida".

 

Já em casa, Maria ainda se adapta ao pós-operatório. "A pior coisa é meu filho chorar e eu não poder pegar ele no colo. O João e a minha mãe que cuidam. Nossa conexão está bem diferente agora, é o que mais me dói. É um sentimento de impotência. Mas tudo isso que passei me fez refletir muito sobre gratidão e família. Foi um choque de maturidade", analisa, contando que mudou seus valores após a doença. "Sempre fui vaidosa, mas, passando por toda essa situação, hoje eu me sinto tão forte e empoderada que o que menos me incomoda é minha aparência. O que eu quero é ficar bem para poder cuidar da minha família, do meu filho e para voltar a realizar os meus sonhos profissionais", afirma.

 

CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.

0 Comentários