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O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse nesta quinta-feira (5) que o país irá consertar os aviões bombardeiros atingidos pelo ataque surpresa com drones realizado pela Ucrânia no domingo. Ryabvok afirmou ainda que as aeronaves foram danificadas, e não destruídas.

"O equipamento em questão, como também foi declarado por representantes do Ministério da Defesa, não foi destruído, mas danificado. Ele será restaurado", afirmou Ryabkov.

A fala conflita com as declarações da Ucrânia sobre o ataque. Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, 21 dos 41 aviões bombardeiros foram completamente destruídos.

 O pesquisador John Ford, dos Estados Unidos, também discorda da alegação de Ryabkov. Imagens de satélite feitas após o ataque também comprovam o nível de destruição do ataque.

"Com base nos destroços visíveis, na comparação com imagens de satélite recentes e nas imagens de drones divulgadas pelo Telegram e postadas no Twitter, posso ver a destruição de várias aeronaves", disse Ford, pesquisador associado do Centro James Martin para Estudos de Não Proliferação, com sede na Califórnia.

Neste domingo (1), a Ucrânia atingiu 41 aviões de guerra com capacidade nuclear na Sibéria. A operação, chamada de "Teia de Aranha", pareceu tirada de um roteiro de ação de Hollywood, com drones saindo de compartimentos escondidos em contêineres.

Imagens feitas por satélites registraram como ficaram bases militares da Rússia atingidas pelo ataque da Ucrânia com drones escondidos em caminhões no fim de semana. 

Os registros foram capturados na base de Bekaya, uma das cinco atacadas pela ação de Kiev que pegou a Rússia de surpresa (leia mais abaixo). E mostram vários bombardeiros danificados.

Operação Teia de Aranha

O serviço secreto ucraniano escondeu drones dentro de contêineres de caminhões, que circularam disfarçados por diversos pontos do território russo, até a proximidade das bases, de onde os drones voaram despercebidos e destruíram mais de 40 aviões com capacidade nuclear, cerca de um terço da frota militar aérea russa.

O ataque surpreendeu pelo local, a mais de 4.000 km do front da guerra, e o método de ação, que usou caminhões para levar contêineres com drones e explosivos escondidos no teto.

As autoridades russas foram pegas de surpresa pela Ucrânia. A Rússia considerou os ataques como um ato terrorista.

O presidente Volodymyr Zelensky considerou a operação como "brilhante" e "nossa operação de maior alcance".

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, os drones danificaram aviões e causaram incêndios em quatro bases aéreas da região de Irkutsk, a 4.300 km da Ucrânia e próximo da Mongólia, e em cidades do norte russo, como Murmansk.

 EUA afirmam que Rússia vai revidar
Nesta quarta (4), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu uma resposta ao ataque surpresa de drones da Ucrânia a aviões de guerra russos, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no Truth Social.

Segundo Trump, a fala ocorreu durante uma conversa telefônica entre ele e Putin no início da tarde desta quarta, pelo horário de Brasília. O presidente chegou a apagar a publicação sobre a conversa com Putin, mas repostou o texto momentos depois.

"Acabei de falar, por telefone, com o presidente Vladimir Putin, da Rússia. (...) Discutimos o ataque aos aviões atracados da Rússia, realizado pela Ucrânia, e também vários outros ataques que vêm ocorrendo de ambos os lados. Foi uma boa conversa, mas não uma conversa que leve a uma paz imediata. O presidente Putin afirmou, e com muita veemência, que terá que responder ao ataque recente aos aeródromos", publicou.

Na madrugada desta quinta (5), ao menos cinco pessoas, incluindo um bebê de um ano, morreram em ataques russos ao território ucraniano.

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