Tony Ramos, 76 anos de idade, tem comovido o público com o drama de Abel em Dona de Mim. Seu personagem sai de cena depois do capítulo desta sexta-feira (1), quando o empresário será dado como morto após sofrer um grave acidente de carro -- depois do veículo ter sido sabotado pelo irmão, o vilão Jaques (Marcello Novaes), e pelo motorista, Danilo (Felipe Simas).
Nas redes sociais, fãs têm compartilhado teorias para os rumos do futuro da novela. Pai amoroso de quatro filhos, a saída de Abel é lamentada. Parte do público está em negação e torce para que, mais para frente, ele reapareça de alguma forma. 'Gosto de participar de uma história que não sei qual será o final. Gosto de ser surpreendido a cada novo bloco de capítulos. Tecnicamente, isso me estimula", diz o ator, sem dar spoilers.
Ao falar sobre os bastidores, ele elogia o astral dos colegas de cena. "O elenco desta novela tem várias pessoas que riem muito facilmente. A vida tem que ter humor. Sem humor, a vida é um porre -- e um porre de bebida ruim. O olhar para a vida tem que ter humor. Humor é saudável, humor é crítico."
Fora da novela, o ator já está com novos compromissos profissionais. Uma nova temporada de O que só sabemos juntos, peça em que contracena com Denise Fraga, volta aos palcos do Tuca, em São Paulo, nesta sexta-feira. A temporada fica em cartaz entre 1 de agosto a 28 de setembro.
Quem: Com mais de 50 novelas na carreira, o que te motivou a aceitar o convite para Dona de Mim?
Tony Ramos: Dona de Mim tem uma história novelesca, de folhetim. Eu adoro fazer novela e nunca escondi isso. Gosto de participar de uma história que não sei qual será o final. Gosto de ser surpreendido a cada novo bloco de capítulos. Tecnicamente, isso me estimula. Fui convidado por Rosane (Svartman, autora) e pelo Allan (Fiterman, diretor) para um jantar. Lá, eles me contaram como seria a história. A Rosane me contou como seria a trama e, ali, nascia um novo movimento na minha vida. Tivemos pouco mais de um mês de ensaios e preparação. Neste trabalho, o Alan exerce a doce liderança e ela tem efeito prático. Há exigência, mas há uma sensibilidade muito grande. Meu personagem tem a vida marcada por várias tragédias, mas não posso dar spoilers. Não conte comigo para spoilers (risos).
Você já apresentou Você Decide, comandou o Novela em Sinfonia, foi detetive do The Masked Singer, mas nunca escondeu a realização que a atuação proporciona. Já fez novelas em todas as faixas...
Não sou um ator de horário, sou um ator de texto, de ideia. Já fiz novela às seis, às sete, às oito, às nove. Já estive até na faixa das 23h, como O Rebu (2014) e O Sorriso do Lagarto (1991). Faço aquilo que um bom texto propõe. Fazer novela é contar um texto que nos aproxima de quem está na rua. Sabe quando você assiste e reconhece, se aproxima a um tio, primo, amigo... Novela é um eco do que está no nosso lar.
Dona de Mim mescla um elenco de profissionais com bastante experiência e talentos da nova geração. Gosta dos reencontros que a TV proporciona?
Reencontrar a Claudinha (Abreu) é motivo de grande alegria. Tivemos uma passagem linda por Belíssima, quando gravamos na Grécia. Estou reencontrando vários companheiros. Tenho amigos de longa data nesta novela, como o Marcello Novaes. Ele é um amigo para várias horas, para muitas conversas, com assuntos dos mais variados. Suely Franco tem brilhado lindamente nesta novela. E também tem os jovens Rafinha (Rafael Vitti), o Juan (Paiva), a Bel (Lima) e, claro, a Elis (Cabral). A garota que faz a Sofia é uma iluminação.
Muitas vezes, os artistas têm grande convivência durante um trabalho, mas a correria não permite que se reencontrem com frequência. É assim com você?
Assim como no ciclo de todos, muitos amigos só conseguimos ver eventualmente, mas podemos passar meses sem nos ver. Claudinha (Abreu) é uma pessoa que toda a minha família gosta. Lidiane (esposa do ator) sempre pergunta por ela. 'E Cacau? Como vai a Cacau?'. A gente compartilhou de momentos muito bonitos na Grécia, quando fizemos Belíssima. Embora tenha existido da convivência próxima ali, não significa que nos vemos a cada dez minutos. Durante um novela, nos vemos todos os dias, mas quando acaba o trabalho, cada um tem seu rumo. A Claudia, por exemplo, viaja com suas peças de teatro. Eu continuo a fazer minha peça com a Denise Fraga. O que só sabemos juntos volta para uma nova temporada, em São Paulo, em agosto e setembro.
Você disse que não daria spoilers, mas é de se lamentar caso a gente não tenha mais cenas entre Abel e Filipa. Há química entre vocês em cena.
A química é resultado de muitas conversas nos próprios bastidores. Conversamos sobre livros, filmes, trocamos ideias. A química vai acontecendo naturalmente. Temos duas personagens muito ricas. Interpreto um homem muito mais velho que ela, viúvo, pai de três filhos de um primeiro casamento, além da menina Sofia. A Filipa, personagem da Claudia, é eletrizante, tem um comportamento muito distinto do Abel. Na novela, há o momento de falar de etarismo, mas não precisamos ser didáticos. O assunto é abordado naturalmente. Também há disputas com o irmão. Vou torcer por quem? O que há por trás?
Como são os bastidores?
Novela é um grande bolo da novela. E o bolo só é gostoso quando a cozinha funciona. O que é a cozinha de uma novela? A galera que está por trás, que não aparece... Eu me permito dizer que tenho muito bom humor. O elenco desta novela tem várias pessoas que riem muito facilmente, como meu filhinho Rafa (Rafael Vitti). A vida tem que ter humor. Sem humor, a vida é um porre -- e um porre de bebida ruim. O olhar para a vida tem que ter humor. Humor é saudável, humor é crítico.
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