A Venezuela celebrará nesta segunda-feira (13) uma reunião crucial com os credores em Caracas para discutir o plano de renegociação da dívida externa, ao mesmo tempo que os proprietários de bônus examinarão em Nova York o atraso nos pagamentos, entre fortes temores de um default (calote).
Foto: Reprodução
Bandeira da Venezuela é vista durante manifestação a favor do presidente Nicolás Maduro em Caracas no dia 14 de agosto
O presidente Nicolás Maduro afirmou que a Venezuela "nunca" se declarará em default, ao renovar o convite aos proprietários de títulos para o encontro às 18h GMT (16h de Brasília) para renegociar a dívida de seu país e da petroleira PDVSA de quase US$ 150 bilhões.
"Eles jogam para que a Venezuela se declare em default. Nunca! O default nunca chegará à Venezuela. Nossa estratégia é renegociar e refinanciar toda a dívida", afirmou no domingo.
Analistas não acreditam na possibilidade de sucesso da reunião, pois as sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela proíbem a seus investidores negociar dívida venezuelana. Quase 70% dos donos de títulos são americanos e canadenses.
Para complicar ainda mais o cenário, Maduro nomeou como principais negociadores o vice-presidente, Tareck El Aissami, e o ministro das Finanças, Simón Zerpa, que entraram em uma lista de sanções de Washington e com os quais os cidadãos americanos não podem tratar da questão.
Em Nova York, o comitê da Associação Internacional de Swaps e Derivativos (ISDA), que reúne proprietários de títulos da dívida, examinará o atraso no pagamento de US$ 1,161 bilhão do bônus 2017 da PVDSA, que o governo afirma já ter transferidos, mas que os credores não haviam recebido até sexta-feira.
Uma falta de pagamento pode ser declarada pelas agências de classificação, pelo governo ou pelos grandes credores. Por esse motivo, uma avaliação negativa da ISDA resultaria em um default e no pagamento dos seguros CDS (Credit Default Swaps).
As agências Fitch, Standard and Poor's e Moody's rebaixaram a nota da dívida ante a possibilidade de uma cessação de pagamentos do país a curto prazo.
Madurou acusou as agências de "politizar" a questão e afirmou que elas integram a "guerra financeira" comandada pelos Estados Unidos.
Analistas concordam que a Venezuela, com uma economia devastada e reservas internacionais de apenas US$ 9,7 bilhões, terminará em default, mas divergem sobre quando isso acontecerá.
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