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INTERNACIONAL Sexta-feira, 15 de Agosto de 2025, 14:28 - A | A

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tragédia

Chuvas torrenciais matam mais de 200 pessoas na Índia e no Paquistão

Tempestades causaram deslizamentos de terra e inundações nos dois países asiáticos entre quinta e sexta-feira (15). Cinco pessoas a bordo de helicóptero de resgate morreram

G1

Inundações repentinas e deslizamentos de terra provocados por chuvas torrenciais mataram mais de 200 pessoas e deixaram dezenas de outras desaparecidas na Índia e no Paquistão nas últimas 24 horas, informaram autoridades dos dois países nesta sexta-feira (15).

Ao menos 194 pessoas morreram no Paquistão nas últimas 24 horas, segundo o balanço atualizado divulgado pelas autoridades nesta sexta. Já na Índia, são pelo menos 60 mortos.

Equipes de resgate dos dois países trabalham nas áreas afetadas, em região montanhosa entre os países vizinhos, pelas chuvas para encontrar desaparecidos, e retiraram com segurança cerca de 1.600 pessoas.

O mau tempo também causou a queda de um helicóptero que transportava suprimentos para pessoas evacuadas de suas casas do distrito de Bajaur, no noroeste do Paquistão, atingido por enchentes repentinas. Cinco pessoas a bordo morreram, incluindo dois pilotos, segundo o governo paquistanês.

Chuvas intensas e súbitas em pequenas áreas, conhecidas como “cloudbursts”, são cada vez mais comuns nas regiões do Himalaia na Índia e no norte do Paquistão, que são propensas a inundações repentinas e deslizamentos de terra.

Os "cloudbursts" têm potencial para causar grande destruição, provocando enchentes intensas e deslizamentos, afetando milhares de pessoas nas regiões montanhosas. Especialistas dizem que a frequência do fenômeno aumentou nos últimos anos, em parte devido às mudanças climáticas. Consequentemente, os danos das tempestades também aumentaram.

Dezenas desaparecidas em vila remota do Himalaia

Na Caxemira controlada pela Índia, equipes de resgate procuravam pessoas desaparecidas na remota vila himalaia de Chositi na sexta-feira, após inundações repentinas um dia antes que deixaram pelo menos 60 mortos e pelo menos 80 desaparecidos, informaram autoridades.

As operações de resgate foram suspensas durante a noite, mas pelo menos 300 pessoas foram resgatadas na quinta-feira, depois que um poderoso cloudburst provocou enchentes e deslizamentos. Autoridades disseram que muitos desaparecidos eram provavelmente arrastados pela água.

Em uma situação de calamidade, os próprios moradores se ajudam no resgate e a procurar por desaparecidos enquanto equipes de resgate não chegavam. Pelo menos 50 pessoas gravemente feridas foram atendidas em hospitais locais, muitas delas resgatadas de um córrego cheio de lama e detritos. Mohammed Irshad, oficial de gestão de desastres, afirmou que o número de desaparecidos pode aumentar.

Autoridades meteorológicas preveem mais chuvas fortes e enchentes na região.

O distrito de Kishtwar, na Caxemira, abriga vários projetos hidrelétricos, que especialistas há muito alertam representar uma ameaça ao frágil ecossistema da região.

Centenas de turistas presos por enchentes no Paquistão
No norte e noroeste do Paquistão, inundações repentinas mataram pelo menos 194 pessoas nas últimas 24 horas, incluindo 78 pessoas que morreram no distrito de Buner, no noroeste do país, na sexta-feira, segundo autoridades locais.

Dezenas ficaram feridas enquanto a enxurrada destruiu casas em vilarejos de Buner, onde as autoridades declararam estado de emergência na sexta-feira. Ambulâncias transportaram 56 corpos para hospitais locais, segundo um comunicado do governo.

O helicóptero que caiu na sexta-feira estava em missão de ajuda quando caiu no noroeste, disse o ministro-chefe provincial Ali Amin Gandapur.

Equipes de resgate evacuaram 1.300 turistas presos no distrito montanhoso de Mansehra, atingido por deslizamentos na quinta-feira. Pelo menos 35 pessoas foram registradas como desaparecidas nessas áreas, de acordo com autoridades locais.

Equipes de resgate apoiadas por barcos e helicópteros trabalharam para alcançar moradores isolados. Dezenas de vilarejos ainda estavam inacessíveis, e o número de mortos provavelmente aumentará, disse Kashif Qayyum.

Mais de 477 pessoas, principalmente mulheres e crianças, morreram em incidentes relacionados à chuva em todo o país desde 26 de junho, segundo a Autoridade Nacional de Gestão de Desastres.

Mortes foram registradas em diferentes partes do Paquistão na quinta-feira. Bilal Faizi, porta-voz do serviço de emergência provincial em Khyber Pakhtunkhwa, disse que equipes de resgate trabalharam por horas para salvar 1.300 turistas depois que ficaram presos por inundações repentinas e deslizamentos no Vale Siran, no distrito de Mansehra, na quinta-feira.

A região de Gilgit-Baltistão foi atingida por múltiplas enchentes desde julho, provocando deslizamentos ao longo da Rodovia Karakoram, uma rota-chave de comércio e turismo que liga o Paquistão à China e é usada por turistas para visitar o norte cênico. A região abriga glaciares cenográficos que fornecem 75% da água armazenada do Paquistão.

 A agência paquistanesa de gestão de desastres emitiu novos alertas de enchentes devido a rompimento de lagos glaciais no norte, alertando os viajantes para evitar as áreas afetadas.

Um estudo divulgado esta semana pela World Weather Attribution, uma rede de cientistas internacionais, constatou que a chuva no Paquistão entre 24 de junho e 23 de julho foi 10% a 15% mais intensa devido ao aquecimento global. Em 2022, a pior temporada de monções já registrada no país matou mais de 1.700 pessoas e causou danos estimados em 40 bilhões de dólares.

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