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INTERNACIONAL Quarta-feira, 18 de Junho de 2025, 14:43 - A | A

Quarta-feira, 18 de Junho de 2025, 14h:43 - A | A

GBU-57

Como é a bomba dos EUA que poderia acabar com o programa nuclear do Irã

R7

conflito entre Israel e Irã tem chamado a atenção do mundo, especialmente por causa do programa nuclear iraniano. Israel já realizou ataques aéreos contra instalações nucleares do país inimigo, mas há um desafio que só uma arma pode superar: a GBU-57.

A bomba, conhecida como “destruidora de bunkers”, é a única capaz de atingir as instalações nucleares subterrâneas do Irã, como Fordo. Mas Israel não tem a GBU-57, nem o avião necessário para lançá-la. Apenas os Estados Unidos têm.

A entrada dos EUA no conflito tem sido muito especulada nos últimos dias. O governo norte-americano apoia Israel, que começou o conflito um dia depois de expirar o prazo dado por Donald Trump para que os iranianos aceitassem um acordo para suspender o programa nuclear do país.

Como é a GBU-57?

A GBU-57 é uma bomba gigante, com cerca de 13,6 mil kg (quase 14 toneladas) e 6 metros de comprimento. Ela foi projetada para destruir alvos muito difíceis, como bunkers ou túneis escondidos debaixo da terra. Por isso, é chamada de “arma antibunker”.

De acordo com a Força Aérea dos EUA, ela consegue penetrar até 60 metros no solo antes de explodir, destruindo o que está enterrado.

Essa bomba é tão pesada que só pode ser lançada por um avião especial, o B-2 Spirit, um bombardeiro furtivo (que não aparece em radares) dos Estados Unidos. Israel não tem esse avião, nem a GBU-57, o que torna o país dependente dos EUA para usá-la.

A bomba não tem motor. Ela é jogada do avião em uma altitude bem alta e cai usando apenas a força da gravidade. Para acertar o alvo com precisão, ela é guiada por GPS e aletas (pequenas “asas” que a direcionam). Quando chega à profundidade certa, ela explode, causando grande destruição.

Por que ela é importante para o Irã?

O Irã tem instalações nucleares, como a de Fordo, que ficam escondidas debaixo de montanhas, a cerca de 80 metros de profundidade. Fordo é uma base pequena, mas muito protegida por rochas, concreto e sistemas de defesa antiaérea.

Segundo a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), o Irã está enriquecendo urânio em Fordo a 83,7%, um nível muito próximo dos 90% necessários para fabricar armas nucleares.

Israel já atacou outras instalações iranianas, como Natanz, que é considerada o “coração” do programa nuclear do Irã, e fábricas de centrífugas (equipamentos usados para enriquecer urânio) em Teerã e Karaj, segundo a AIEA.

Mas Fordo é mais difícil de atingir por causa de sua localização subterrânea. Especialistas dizem que só a GBU-57 poderia causar danos reais a essa base.

Como a GBU-57 funcionaria contra Fordo?

Para destruir Fordo, os EUA teriam que usar uma estratégia especial. Segundo o jornal The New York Times, militares norte-americanos desenvolveram um plano que envolve jogar várias GBU-57 no mesmo ponto, uma após a outra.

A primeira bomba abriria um buraco, e as próximas aprofundariam a destruição. Mesmo assim, há dúvidas se isso seria suficiente, porque algumas partes de Fordo podem estar a até 800 metros de profundidade, segundo a rede britânica BBC.

A AIEA alerta que atacar Fordo ou outras instalações, como Isfahan, pode ser perigoso. O diretor da agência, Rafal Grossi, disse que essas bases têm muito material nuclear, e um ataque poderia causar vazamentos radioativos, criando um risco “muito perigoso” para a região.

Por que Israel precisa dos EUA?

Israel tem uma força aérea poderosa e já conseguiu atacar bases iranianas, destruindo defesas antiaéreas e instalações como Natanz. Mas o país não tem a GBU-57 nem o B-2 Spirit.

Apenas os EUA possuem os 19 bombardeiros B-2 em operação, que podem carregar até duas GBU-57 de uma vez, totalizando 27,2 mil kg, de acordo com a fabricante Northrop Grumman.

Além disso, a GBU-57 é uma arma rara. A BBC diz que os EUA fabricaram apenas cerca de 20 unidades dela, o que mostra como é exclusiva. Assim, Israel depende do apoio norte-americano para ter acesso a essa bomba e aos aviões que a lançam.

O que os EUA estão fazendo?

Os EUA têm apoiado Israel com armas, mas ainda não liberaram a GBU-57. Segundo o The New York Times, Trump tem conversado com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, sobre usar a GBU-57 contra Fordo.

Netanyahu pede há anos por armas antibunker, desde o governo de George W. Bush (2000-2008), mas nunca conseguiu, de acordo com a BBC. Agora, após os recentes ataques de Israel ao Irã, a ideia de usar a GBU-57 ganhou força.

Por enquanto, os EUA tentam negociar com o Irã para limitar seu programa nuclear por meios diplomáticos. Mas, se essas negociações falharem, o Times diz que Trump pode ordenar um ataque a Fordo e outras instalações usando a GBU-57.

Nos últimos dias, os Estados Unidos transferiram dezenas de aviões-tanque, caças e porta-aviões para o Oriente Médio. Em março, o país também havia posicionado os bombardeiros B-2, capazes de carregar a GBU-57, na ilha britânica de Diego Garcia, a a cerca de 3.800 km do Irã.

Um alto funcionário da Defesa dos EUA disse à agência France-Presse (AFP) que as mobilizações foram feitas apenas para proteger as tropas norte-americanas posicionadas no Oriente Médio. A alegação foi reiterada pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth, em uma publicação feita no X na terça-feira (16).

Os EUA operam uma ampla rede de instalações militares no Oriente Médio há décadas. Segundo a rede Al Jazeera, o país mantém ao menos 19 bases, oito delas permanentes, na região.

Em outubro de 2024, os EUA disseram que havia entre 40 mil e 50 mil soldados norte-americanos posicionados nessas bases, localizadas em países como Bahrein, Egito, Iraque, Jordânia, Kuwait, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

 

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