O Poseidon é um dos mais temidos projetos bélicos da Rússia desde o fim da Guerra Fria. Trata-se de um torpedo autônomo movido por energia nuclear, capaz de carregar ogivas atômicas e de navegar milhares de quilômetros a grandes profundidades.
A arma, segundo analistas, poderia devastar uma cidade costeira inteira com uma única detonação e ainda deixar o entorno radioativo por décadas.
Conhecido também pelos nomes Kanyon, Status-6 e Sistema Multipropósito Oceânico, o Poseidon foi revelado pela Marinha russa em 2015, em um programa da TV estatal. O projeto tem origem em iniciativas soviéticas dos anos 1950, quando Moscou estudava torpedos com ogivas nucleares. Hoje, o sistema representa uma evolução dessa estratégia, unindo autonomia, potência e alcance intercontinental.
Com cerca de 20 metros de comprimento e até dois metros de diâmetro, o torpedo é impulsionado por um pequeno reator nuclear que lhe dá uma autonomia estimada de 10 mil quilômetros e capacidade de operar a mil metros de profundidade. A velocidade declarada de até 185 km/h é o dobro da de submarinos convencionais, o que dificultaria qualquer tentativa de interceptação.
Além da mobilidade, o segredo do Poseidon está no sigilo. Ele pode ser lançado de submarinos adaptados, como o Belgorod, o maior da frota russa, ou ficar pré-posicionado no fundo do mar, pronto para ser ativado remotamente. Sua carcaça de titânio resiste à pressão das profundezas e permite deslocamento silencioso, fora do alcance da maioria dos sensores acústicos inimigos.
O poder destrutivo do torpedo também impressiona. Estimativas apontam que sua ogiva possa alcançar de 2 a 100 megatons, o que estaria entre 100 e 7.000 vezes a bomba de Hiroshima. Mesmo especialistas céticos reconhecem que, em caso de uso, o impacto seria devastador: uma explosão próxima ao litoral geraria uma onda radioativa capaz de arrasar portos e cidades inteiras.
A propaganda russa chegou a afirmar que o Poseidon poderia provocar um “tsunami nuclear” de 500 metros de altura, suficiente para submergir o Reino Unido. Cientistas, porém, consideram essa hipótese improvável. Segundo estudos da era soviética, nem mesmo uma explosão atômica dessa magnitude geraria energia suficiente para formar uma onda desse tamanho. Ainda assim, o torpedo poderia destruir metrópoles costeiras e contaminar vastas áreas marinhas.
Analistas ocidentais descrevem o Poseidon menos como uma arma tática e mais como um instrumento de dissuasão psicológica. Ao tornar tangível o medo de um ataque inevitável e invisível, ele reforça a capacidade nuclear russa num momento em que o país busca compensar fragilidades em seu arsenal convencional, desgastado pela guerra na Ucrânia.
O torpedo também simboliza a nova lógica da dissuasão atômica. Sua autonomia e eventual controle por inteligência artificial levantam alertas sobre falhas técnicas, perda de comando e risco de acidentes. Especialistas em segurança alertam que a ausência de operadores humanos após o lançamento aumenta a chance de erros catastróficos ou de interpretações equivocadas em momentos de crise.
Embora a imprensa estatal afirme que a Rússia já tenha produzido os primeiros exemplares, pesquisadores duvidam que o sistema esteja totalmente operacional. O submarino Belgorod, projetado para transportar até seis Poseidons, ainda não está em serviço pleno. Mesmo assim, o Kremlin planeja construir quatro embarcações capazes de lançar ao menos 30 torpedos desse tipo até 2027.
CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.



 
             
             
             
             
         
     
     
     
     
    






0 Comentários