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INTERNACIONAL Segunda-feira, 25 de Agosto de 2025, 09:02 - A | A

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Ofensiva contra imigrantes

Deportado por engano é detido de novo nos EUA e pode ser enviado à África

Kilmar Abrego Garcia, deportado para El Salvador em março e trazido de volta em junho após decisão judicial, entregou-se em um escritório do serviço de imigração dos EUA em Baltimore

G1

Kilmar Abrego Garcia, o imigrante que foi deportado por engano pelo governo Trump para El Salvador no primeiro semestre e trazido de volta em junho, foi detido novamente por autoridades migratórias dos Estados Unidos nesta segunda-feira (25).

Salvadorenho de 30 anos, Kilmar se transformou em um símbolo das rigorosas políticas anti-imigração do segundo mandato de Donald Trump. Sua deportação ganhou repercussão mundial e representou uma batalha entre a Casa Branca e a Justiça americana.

Agora, ele pode ser deportado novamente pelo governo Trump nos próximos dias, e o possível destino está entre Uganda ou Costa Rica, segundo agências de notícias.

Kilmar se entregou ao Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE, na sigla em inglês) em Baltimore, no estado de Maryland, por volta das 8h30 no horário de Brasília (7h30 no horário local) desta segunda-feira, segundo seu advogado.

Cercado por apoiadores que gritavam “Sim, é possível” em espanhol em sinal de resistência, Kilmar e sua esposa se abraçaram no saguão do prédio antes de passar pelo controle de segurança, e ele parecia visivelmente emocionado, segundo imagens da agência de notícias Reuters.

Kilmar havia sido libertado sob custódia no Tennessee na sexta-feira e retornou à casa da família em Maryland após mais de cinco meses detido, incluindo um período em uma megaprisão em seu país natal, El Salvador, conhecida por suas condições severas, onde ele disse ter sido torturado. No entanto, o governo Trump quer iniciar os processos para uma nova deportação.

Segundo seus advogados, autoridades do governo Trump ofereceram deportá-lo para a Costa Rica, que fica na América Central e tem espanhol como língua oficial, assim como seu país natal El Salvador, caso ele aceitasse se declarar culpado de acusações de transporte de imigrantes vivendo ilegalmente nos EUA.

No entanto, Kilmar se declarou inocente, e seus advogados buscam negociar um acordo com o governo Trump para evitar a deportação para a Uganda. Sem um acordo, ele poderia ser enviado o país africano, considerado “muito mais perigoso”, de acordo com documentos judiciais apresentados no sábado. O governo da Uganda afirmou ter feito um acordo com os EUA para receber imigrantes ilegais que Trump queira deportar.

Seus defensores também pedem ao juiz federal Waverly Crenshaw, sediado em Nashville e responsável pelo caso criminal, que rejeite as acusações, argumentando que ele foi “perseguido e processado de forma seletiva” em retaliação do governo Trump por ter contestado sua deportação anterior.

Abrego havia sido deportado para El Salvador em março, apesar de uma decisão judicial de imigração de 2019 determinar que ele não fosse enviado para lá devido ao risco de perseguição por gangues. Ele foi trazido de volta aos EUA em junho para responder às acusações criminais.

O caso ganhou destaque porque, durante meses, o governo Trump não tomou medidas aparentes para trazê-lo de volta, apesar do reconhecimento de uma autoridade de que sua deportação havia sido um “erro administrativo” e de uma ordem judicial federal determinando seu retorno.

No mês passado, Crenshaw confirmou a decisão da juíza Barbara Holmes de libertar Abrego da prisão preventiva, considerando que ele não representava perigo à comunidade nem risco de fuga.

A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmou que o governo dos EUA ainda o considera um criminoso perigoso e um infrator das leis de imigração, chamando-o de “monstro” que foi solto por “juízes liberais ativistas”.

 

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