A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, afirmou nesta quinta-feira (11) que não vai parar de lutar até que a Venezuela se torne um país livre e democrático, e voltou a criticar o regime Maduro. A fala ocorreu em uma coletiva em Oslo, na Noruega.
"Estou muito esperançosa que a Venezuela será livre e a transformaremos em um farol de liberdade, vamos restaurar a democracia. Não vamos parar até que isso se torne realidade. (...) Queremos tornar a Venezuela em um centro democrático e econômico das Américas. Anseio por esse dia e vamos receber todos vocês lá em um país brilhante, democrático e livre, e isso acontecerá em breve", afirmou Corina Machado.
Corina Machado afirmou que levará o prêmio Nobel da Paz de volta para a Venezuela, indicando que ela pretende retornar ao país, mesmo com a ameaça do regime Maduro de a prender. Mais cedo, a opositora havia dito sentir que "este é um momento de virada" na história do país. "Os venezuelanos estão sentindo que o mundo está com a gente", afirmou.
Perguntada se apoiaria uma intervenção militar no território venezuelano pelos Estados Unidos, Corina Machado disse que "a Venezuela já foi invadida", em referência ao governo Maduro. O repórter mencionou a apreensão de um navio petroleiro na costa da Venezuela por tropas americanas, ocorrida na quarta.
"A Venezuela já foi invadida, temos os agentes da Rússia, do Irã, temos grupos terroristas como o Hezbollah e o Hamas operando livremente com o apoio do regime [Maduro]. Temos a guerrilha colombiana e os cartéis de drogas, que dominam uma parcela do país. (...) Isso tudo tornou a Venezuela um polo do crime nas Américas. O regime é sustentado por um poderoso sistema de repressão, financiado pelo tráfico e a venda clandestina do petróleo. Precisamos cortar o apoio a esse sistema, e foi isso que pedimos à comunidade internacional", afirmou Corina Machado.
A opositora também falou sobre sua viagem secreta da Venezuela a Oslo e disse que o regime Maduro fez "todo o possível" para impedir que ela saísse do país.
"Não acho que eles sabiam onde eu estava [escondida] e com certeza eles teriam feito todo o possível para impedir que eu chegasse aqui. Gostaria de agradecer todos os homens e mulheres que arriscaram sua vida para que eu pudesse estar aqui hoje. Foi uma experiência, mas valeu a pena para estar aqui e contar ao mundo o que está acontecendo na Venezuela", disse.
Corina Machado em Oslo
Após passar mais de um ano praticamente escondida, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, chegou à Noruega na quinta-feira (11, ainda quarta-feira no horário de Brasília), horas depois da cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz.
O presidente do Comitê Norueguês do Nobel confirmou a chegada de Machado.
Machado, de 58 anos, estava proibida de deixar a Venezuela desde 2014 pelo governo do presidente Nicolás Maduro, e o discurso de aceitação do prêmio foi proferido na quarta-feira por sua filha, em sua ausência.
O Comitê Norueguês do Nobel concedeu o prêmio a Machado por sua luta contra o que chamou de "ditadura".
Segundo fontes do governo norte-americano ouvidas pelo jornal "The Wall Street Journal", María Corina Machado, que vive escondida na Venezuela, deixou seu país em barco apenas 24 horas antes da cerimônia em Oslo. Ela foi então levada até Curação, no Caribe. De lá, pegou um voo para a Noruega, ainda de acordo com a reportagem.
Além do governo norte-americano, seus aliados e parentes sabiam da operação, mas também manobraram para que a viagem não se tornasse pública — isso porque María Corina Machado é buscada pelo regime do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Mais ainda, Corina Machado contou com a ajuda de "alguns membros do regime do presidente Nicolás Maduro" para concluir a missão, segundo agência americana "Bloomberg". Uma fonte familiarizada com a empreitada afirmou à agência que tal movimento foi visto por membros do governo Trump como um sinal de disposição para cooperar caso Maduro deixe o poder.
Apesar dos esforços, ela não conseguiu chegar a tempo da cerimônia de entrega do Nobel da Paz, que ocorreu nesta manhã na capital norueguesa. A filha da opositora venezuelana, Ana Corina Machado, recebeu o prêmio em nome da mãe.
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