O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, ironizou o presidente francês, Emmanuel Macron, ao sugerir que Macron oferecerá uma parte do território da França para os palestinos da Faixa de Gaza. Macron anunciou na quinta que reconhecerá o Estado Palestino em setembro.
"A 'declaração' unilateral de Macron sobre um 'Estado palestino' não disse ONDE ele seria. Agora posso revelar com exclusividade que a França vai oferecer a Riviera Francesa, e a nova nação se chamará 'França-lestina'", afirmou Huckabee utilizando um trocadilho juntando os nomes "França" e "Palestina" em publicação no X nesta sexta-feira (25).
Macron anunciou que a França reconhecerá oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro, e disse esperar que a medida contribua para a paz no Oriente Médio. Com isso, a França se tornaria o mais poderoso país europeu a reconhecer a Palestina. (Leia mais abaixo)
Apesar da fala de Huckabee, é improvável que Macron ofereça a Riviera francesa aos palestinos, porque a França acredita que o Estado Palestino corresponde aos territórios de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental, como dispostos na resolução da ONU de 1947. O governo francês não se pronunciou oficialmente sobre a fala do embaixador até a última atualização desta reportagem.
A Riviera francesa é o nome popular de uma faixa do litoral sul da França, que corresponde a uma faixa de pouco mais de 100 km entre as cidades de Saint-Tropez até a fronteira com a Itália. A região contém cidades e vilarejos famosos como Cannes, Nice e o principado de Mônaco, e é conhecida por receber turistas de alto poder aquisitivo.
Outras autoridades dos Estados Unidos, maior aliado de Israel, também criticaram o anúncio de Macron. O secretário de Estado americano, Marco Rubio, chamou o presidente francês de "irresponsável" e disse que seu anúncio é um "tapa na cara" de Israel. O governo israelense também repudiou.
"Os Estados Unidos rejeitam veementemente o plano de Emmanuel Macron de reconhecer um Estado palestino na Assembleia Geral da ONU. Essa decisão irresponsável apenas serve à propaganda do Hamas e representa um retrocesso para a paz. É um tapa na cara das vítimas de 7 de outubro", afirmou Rubio.
O anúncio de Macron ocorreu em um momento de aumento de críticas a Israel por conta da crise humanitária sofrida pelos palestinos de Gaza, consequência da guerra que o governo israelense trava com o grupo terrorista Hamas no território há 21 meses. Relatos de fome extrema e generalizada no enclave se tornaram mais frequentes, e pessoas estão morrendo de fome.
A fala de Huckabee também remete à "Riviera do Oriente Médio", empreendimento de alto padrão que altos oficiais do governo Trump querem implementar no território de Gaza após o final da guerra entre Israel e o Hamas e a expulsão dos palestinos para outro local.
A guerra em Gaza começou após o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, que matou mais de 1.200 israelenses e outros 250 foram feitos reféns. Desde então, o conflito matou mais de 59 mil palestinos, a maioria crianças e mulheres, segundo levantamento do Ministério da Saúde de Gaza —controlado pelo Hamas— corroborado pela ONU.
França reconhecerá Estado Palestino
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta quinta-feira (24) que o país vai reconhecer oficialmente o Estado da Palestina durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro. Ele disse esperar que a medida contribua para a paz no Oriente Médio.
O anúncio foi feito na rede social X, junto com a publicação de uma carta enviada ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas. No documento, Macron confirma a intenção da França de se tornar a primeira grande potência ocidental a reconhecer o Estado palestino.
"Fiel ao compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Oriente Médio, decidi que a França reconhecerá o Estado da Palestina", escreveu Macron. "Farei esse anúncio solene na Assembleia Geral da ONU em setembro."
Atualmente, 146 países reconhecem o Estado Palestino, entre eles o Brasil. O movimento mais recente de reconhecimento foi feito por Espanha, Noruega e Irlanda, em 2024.
A França abriga as maiores comunidades judaica e muçulmana da Europa. Com a decisão, o país deve impulsionar um movimento que, até agora, era liderado por nações menores e mais críticas a Israel.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a decisão do governo francês "recompensa o terror e corre o risco de criar mais um representante do Irã".
A medida também deve gerar reações negativas nos Estados Unidos. Em junho, em um telegrama diplomático, Washington afirmou que se opõe a qualquer iniciativa que reconheça unilateralmente um Estado palestino.
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