Os céus do Oriente Médio voltaram a presenciar a força da aviação estratégica dos Estados Unidos. Em meio à crescente tensão entre Washington e Teerã, o bombardeiro invisível B-2 Spirit — uma aeronave símbolo da supremacia tecnológica americana desde os anos 1990 — foi usada em ataques cirúrgicos contra instalações nucleares iranianas. Mas, enquanto o mundo testemunha novamente a eficácia do B-2 em operações reais, o Pentágono já se prepara para lançar seu sucessor, o B-21 Raider.
Prometendo ser ainda mais furtivo, resistente e versátil, o novo bombardeiro pode representar uma mudança de paradigma na forma como os Estados Unidos planejam travar guerras aéreas no século XXI.
Previsto para entrar em operação a partir de 2026, o Raider combina invisibilidade total (não apenas a radares, mas também a sensores infravermelhos e sistemas de monitoramento eletrônico) com a capacidade de operar tanto de forma tripulada quanto autônoma. A nova aeronave também é capaz de transportar armas nucleares e convencionais.
O B-21, que custa US$ 700 milhões cada, substituirá gradativamente o B-1 e o B-2, cujos primeiros voos datam da Guerra Fria.— O B-21 será a espinha dorsal de nossa futura frota de bombardeiros. Ele terá alcance, acesso e carga útil para entrar nas áreas mais problemáticas — disse à AFP a porta-voz da Força Aérea dos EUA, Ann Stefanek, no lançamento da aeronave.
A aeronave incorpora inteligência artificial, redes de comando em tempo real e integração total com plataformas cibernéticas. Segundo a Força Aérea dos EUA, sua concepção é parte de uma mudança mais ampla na aviação militar americana, que busca responder a ameaças cada vez mais tecnológicas e dispersas.
Muitas especificações do avião não foram reveladas, mas ele deve oferecer avanços significativos em relação aos bombardeiros da atual frota americana. A aeronave é de "arquitetura aberta", o que significa que pode ser atualizada com mais rapidez e facilidade. O B-21 foi "projetado para evoluir", disse Amy Nelson, do centro de estudos Brookings.
— O B-21 é mais sofisticado do que seus antecessores. É verdadeiramente moderno. Não só tem capacidade dual, ao contrário do B-2, o que significa que pode lançar mísseis nucleares ou convencionais, mas também pode disparar curtos e de longo alcance — disse Amy Nelson, do centro de estudos Brookings.
Como os caças F-22 e F-35, o B-21 contará com tecnologia conhecida como "furtiva", tornando mais difícil para os radares da defesa aérea dos adversários localizá-lo. A tecnologia existe há décadas, mas a Northrop disse que o B-21 contará com a última geração.
O Raider será mais barato de operar, mais fácil de manter e mais versátil, capaz de lançar armas convencionais, nucleares, mísseis hipersônicos e participar de missões de guerra eletrônica. As diferenças entre os dois bombardeiros também refletem um salto qualitativo. O B-2 foi pioneiro em invisibilidade radar e o B-21 expande esse conceito para múltiplos domínios, tornando-se virtualmente invisível em todo o espectro eletromagnético.
Se o B-2 simbolizou o ápice da tecnologia militar no fim do século XX, o B-21 Raider é a aposta americana para garantir superioridade aérea no século XXI. Sua estreia oficial ainda está cercada de sigilo, mas o Pentágono já o apresenta como “a espinha dorsal da futura frota de bombardeiros”.
O nome da aeronave é uma homenagem a um ataque realizado pela Força Aérea americana a cidade de Tóquio, em abril de 1942, durante a Segunda Guerra Mundial.
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