O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira (16) que os combates na Faixa de Gaza ainda não terminaram, apesar do acordo de cessar-fogo no território que ele assinou.
Netanyhahu ameaçou o Hamas caso o grupo terrorista não devolva todos os corpos de reféns mortos em cativeiro que se comprometeu a entregar também pelo acordo de cessar-fogo.
"O combate ainda não terminou, mas há uma coisa muito clara: quem levantar a mão contra nós sabe que pagará um preço elevado", declarou o premiê israelense durante o evento oficial que marca o segundo aniversário do ataque de 7 de outubro de 2023 do Hamas, no cemitério do Monte Herzl, em Jerusalém.
Ele disse ainda que está "determinado a conseguir o retorno de todos os reféns".
Demora na entrega dos corpos
A demora do grupo terrorista Hamas para a entrega dos restos mortais dos 28 reféns israelenses que morreram na Faixa de Gaza durante a guerra ameaça o acordo de cessar-fogo assinado entre ele e Israel.
Na noite de quarta-feira (15), as Forças de Defesa israelenses divulgaram que mais dois corpos foram entregues à Cruz Vermelha e encaminhados para identificação no Instituto Médico Legal, somando 9 dos 28 reféns mortos em cativeiro.
"O Hamas deve cumprir o acordo e tomar as medidas necessárias para devolver todos os reféns", exigiu as IDF no post com o anúncio, após anunciar que "vários caixões" aguardavam transferência no norte de Gaza.
Pouco depois da confirmação de que apenas dois corpos foram recuperados, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, fez ameaças em um comunicado divulgado por seu gabinete. Afirmou que o país retomará os combates na Faixa de Gaza se o Hamas não respeitar o acordo de cessar-fogo e entregar os restos mortais de todos os 28 mortos.
"Se o Hamas recusar respeitar o acordo, Israel, em coordenação com os Estados Unidos, retomará os combates e atuará para uma derrota total do Hamas", prometeu.
A declaração foi uma resposta a outro comunicado, emitido pelo grupo terrorista. Nele, o Hamas garante que já entregou todos os restos mortais a que conseguiu ter acesso.
As Brigadas Ezzedine al-Qassam, braço armado do Hamas, dizem que agora precisam de equipamento especializado para recuperar os demais corpos das ruínas de Gaza. Afirmam ter "cumprido seu compromisso em virtude do acordo, ao entregar todos os prisioneiros israelenses vivos que estavam sob sua custódia, assim como os corpos aos quais puderam ter acesso".
"Quanto aos cadáveres restantes, requerem-se esforços extensivos e equipamento especial para sua recuperação e extração. Estamos fazendo um grande esforço para encerrar este tema", acrescentaram.
Na manhã desta quarta-feira, o Exército israelense afirmou que um dos 8 corpos entregues pelo grupo terrorista Hamas não era de um refém.
Após exames forenses realizados durante a noite em quatro corpos devolvidos na tarde de terça-feira, no horário de Brasília —noite no horário local—, autoridades médicas concluíram que um dos corpos “não corresponde a nenhum dos reféns” cujos restos mortais estavam sob o poder do Hamas.
Os outros três corpos foram identificados como Tamir Nimrodi, de Uriel Baruch e de Eitan Levi. Eles foram sepultados por Israel, segundo o Exército.
Essa havia sido a segunda entrega de restos mortais de reféns israelenses mortos que o Hamas mantinha sob seu poder desde o início da guerra, iniciada em outubro de 2023 e finalizada na semana passada. Na anterior, ocorrida na segunda-feira, o Hamas havia entregue outros quatro corpos. As devoluções são feitas com mediação da Cruz Vermelha.
Após cada entrega, os caixões com restos mortais de reféns são levados a institutos forenses em Israel para análise de DNA e comprovação da identidade de cada um dos corpos. Foi nesse momento que constataram que um dos corpos entregues na quarta não correspondia a nenhum dos 28 reféns mortos em Gaza.
Ajuda humanitária pausada até a entrega total
Nesta terça-feira (14), devido à demora do Hamas para entregar os restos mortais de todos os 28 reféns que morreram na Faixa de Gaza, Israel avisou à ONU que decidiu limitar a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Segundo a agência de notícias Reuters, o governo israelense permitirá a entrada de apenas 300 caminhões de ajuda humanitária — metade do número previamente acordado — em Gaza, e nenhum combustível ou gás será autorizado a entrar no território, exceto para necessidades específicas relacionadas à infraestrutura humanitária.
Na segunda-feira (13), além de entregar os primeiros quatro corpos, o Hamas libertou os 20 reféns vivos. No entanto, pediu mais tempo para a devolução dos demais, alegando não saber onde estão os restos mortais de todos.
Após a assinatura do cessar-fogo, a Turquia anunciou a criação de uma força-tarefa para buscar os corpos que continuam desaparecidos na Faixa de Gaza. A operação deve contar com o apoio dos Estados Unidos e de Israel.
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