O governo israelense esbarra na resistência inicial de grande parte da população para ser vacinada no programa que começa neste sábado, quando o premiê Benjamin Netanyahu será o primeiro a ser inoculado contra o novo coronavírus. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Haifa revelou que apenas 20,3% dos judeus e 16% dos árabes -- menos de um quinto do total da população -- se mostram dispostos a estar entre os primeiros para tomar a vacina.
A maior parte -- entre 50% e 75% -- teme por sua segurança e prefere esperar que milhares sejam inoculados primeiro, antes de aderir à campanha. Para cumprir a meta de aplicar 60 mil doses da vacina da Pfizer por dia e inocular 2 milhões de israelenses até o fim de janeiro, o governo precisa, primeiro, vencer a desconfiança da população.
Como forma de estimular os reticentes, autoridades de saúde acenam com um “passaporte verde”, que liberaria os vacinados da quarentena, se expostos a um portador diagnosticado com o vírus, assim como daria autorização para que frequentem restaurantes, cinemas e eventos públicos sem restrições. O salvo-conduto dispensaria também a obrigatoriedade de testes antes e depois de viagens.
Apesar dos dois bloqueios impostos à população desde março e na iminência de impor novas medidas, o governo não consegue baixar o número diário de infectados, que está em torno de 3 mil. Se for adotado, o passaporte seria emitido duas semanas depois que o vacinado recebesse a segunda dose.
A maior parte -- entre 50% e 75% -- teme por sua segurança e prefere esperar que milhares sejam inoculados primeiro, antes de aderir à campanha.
A eficiência do certificado de imunização como salvo-conduto também é questionada, uma vez que a vacina tem bons resultados como prevenção da doença. Ainda são necessários, no entanto, mais testes para determinar se uma pessoa imunizada ainda pode propagar o vírus e contagiar outras.
O ministro da Saúde, Yuli Edelstein, prefere não tratar as medidas, que ainda não foram aprovadas, como um pacote de privilégios aos que se candidatarem primeiro à vacinação. “Queremos enfatizar que não correm mais o risco de adoecer com o coronavírus e podem fazer coisas que outras pessoas que ainda estão em risco de contrair o vírus não poderão”, explicou ao canal 13.
A resistência à imunização aumentou nos últimos dias, com a divulgação de falsas informações, fomentadas por movimentos “antivaxxers” nas redes sociais: misturam no mesmo pacote os que se opõem ideologicamente aos programas de vacinação e os que têm dúvidas sobre os efeitos de sua rápida autorização, em caráter emergencial, em função da pandemia.
Na avaliação de especialistas de saúde, o fenômeno se inverterá e a demanda pela vacina aumentará, depois que as pessoas perceberem que suas chances de voltar à vida normal crescem em relação às que ainda estão em risco.
O programa de vacinação corre paralelamente ao estudo de novas restrições para baixar o número de infecções, que podem incluir o fechamento, em breve, de lojas, shoppings e mercados. “Infelizmente, estamos indo para lá”, advertiu o ministro do Interior, Aryeh Deri, ao cogitar mais um bloqueio total.
Para um país que inicialmente foi considerado modelo na contenção da pandemia e que perdeu o rumo após a flexibilização do lockdown, o programa de vacinação em massa que será implementado na semana que vem apresenta-se como a única solução viável.
CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.
0 Comentários