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Imagem de TV mostra ex-general servo-bósnio Ratko Mladic sendo removido de sala de audiência em Haia após gritar contra juiz
O ex-líder militar dos sérvios da Bósnia, Ratko Mladic, foi condenado à prisão perpétua nesta quarta-feira (22) pelo tribunal da ONU montado para investigar crimes de guerra.
O Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia, em Haia, julgou Mladic culpado de dez das 11 acusações apresentadas contra o ex-general, incluindo o cerco a Sarajevo e o massacre de Srebrenica, dois dos maiores crimes cometidos durante a Guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995.
O advogado do ex-general afirmou que vai recorrer da decisão.
Em Srebrenica, uma área estabelecida como segura pela ONU, cerca de 8.000 homens e meninos muçulmanos foram mortos pelas forças servo-bósnias comandadas por Mladic.
Já o cerco da capital bósnia, que durou 3 anos e 10 meses - o mais longo dos tempos modernos - provocou a morte de cerca de 10.000 civis. A motivação de Mladic teria sido criar um Estado sérvio etnicamente puro. O processo teve início em 2012, após sua detenção na Sérvia, no ano anterior.
Mladic, de 74 anos, apelidado de "açougueiro da Bósnia", chegou a ser retirado da sala de audiência do Tribunal Penal Internacional de Haia durante o julgamento, depois de se levantar e gritar contra os juízes.
O juiz do TPI para a Antiga Iugoslávia, Alphons Orie, determinou que Ratko Mladic fosse retirado, depois de se recusar a ceder ao pedido da defesa de interromper a sessão por conta da pressão alta do acusado. "Eles mentem, vocês mentem. Não me sinto bem", gritou.
Decisão celebrada
O Alto Comissariado dos Direitos Humanos da ONU saudou nesta quarta-feira a condenação. "Mladic é a essência do mal. Mladic comandou alguns dos crimes mais sombrios cometidos na Europa depois da Segunda Guerra Mundial", afirmou Zeid Ra'ad Al Hussein, que pertencia à Força de Proteção da ONU para a Iugoslávia entre 1994 e 1996.
A presidente da associação das mães dos redutos de Srebrenica e Zepa, por sua vez, disse não estar inteiramente satisfeita com a decisão. "Estou parcialmente satisfeita. É mais que para [Radovan] Karadzic. Mas não o declararam culpado da acusação de genocídio de vários povoados", afirmou Munira Subasic à AFP.
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