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INTERNACIONAL Segunda-feira, 28 de Julho de 2025, 14:41 - A | A

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Guerra na Ucrânia

'Ultimato de Trump é passo em direção à guerra', diz aliado de Putin

Ameaça direta ocorre após presidente dos EUA reduzir prazo dado à Rússia para terminar a guerra na Ucrânia para '10 a 12 dias' sob ameaça de aplicar 'tarifas severas' de 100%

G1

Após Donald Trump reduzir o prazo para a Rússia terminar a guerra na Ucrânia sob risco de tarifas de 100%, o principal responsável pela segurança do Kremlin, Dmitry Medvedev, afirmou nesta segunda-feira (28) que "cada novo ultimato" do presidente americano é um "passo em direção à guerra" direta com os Estados Unidos.

"Trump está jogando o jogo do ultimato com a Rússia: 50 dias ou 10... ele deveria se lembrar de duas coisas: A Rússia não é Israel, muito menos o Irã; e cada novo ultimato é uma ameaça e um passo em direção à guerra. Não entre a Rússia e a Ucrânia, mas com o próprio país dele. Não siga o caminho do sonolento Joe [Biden]!", afirmou Medvedev em publicação na rede social X.

A fala de Medvedev ocorre horas após Trump reiterado sua "decepção" com Putin e anunciar que reduzirá para "10 a 12 dias" o prazo que havia dado ao governo russo para finalizar a guerra na Ucrânia. Inicialmente, quando anunciado em 14 de julho, o prazo era de 50 dias, o que daria à Rússia até os primeiros dias de setembro. Segundo Trump, o novo prazo será confirmado nesta noite ou na terça.

Vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Medvedev é aliado de Putin e um dos membros mais polêmicos do governo russo. Em maio, Medvedev mencionou diretamente o risco de uma Terceira Guerra Mundial após Trump dizer que o líder russo estaria "brincando com fogo".

Há duas semanas, Trump ameaçou aplicar um pacote de "tarifas severas" de 100% à Rússia e seus parceiros comerciais caso o governo de Vladimir Putin não alcance um acordo de paz na Ucrânia em um prazo de até 50 dias. (Leia mais abaixo)

À época, a Rússia repudiou a fala e diversas autoridades de alto escalão se manifestaram sobre a ameaça de Trump. Um assessor de Putin chamou a fala de um "ultimato teatral", enquanto o Kremlin disse que a fala foi "séria" e o governo russo "precisará de um tempo" para a analisar.

Com a fala, Trump reforçou a impressão de que Putin tenta o "enrolar", apenas fingindo querer um cessar-fogo na Ucrânia, e busca aumentar a pressão sobre o líder russo pelo fim do conflito, que completou três anos em fevereiro. A Ucrânia felicitou a redução do prazo dado por Trump a Putin.

O Kremlin afirmou nesta segunda-feira que não descarta uma reunião entre Putin e Trump na China em setembro, caso o presidente americano visite o país na mesma data que o líder russo. Putin planeja viajar à China para as comemorações do 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no início de setembro.

Ameaça de 'tarifas severas' à Rússia

Trump disse em 14 de julho que o valor das tarifas será de "cerca de 100%" além dos valores já atualmente aplicados. Já a Casa Branca, em comunicado após a declaração do presidente dos EUA, afirmou que a taxa aplicada a Moscou será de fato de 100% caso não haja cessar-fogo no período de 50 dias.

"Estamos muito, muito insatisfeitos (com a Rússia), e vamos aplicar tarifas muito severas se não alcançarmos um acordo (de cessar-fogo) em 50 dias", disse Trump, durante reunião com o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, na Casa Branca.

No encontro com Rutte, Trump também disse que o comércio é "excelente para resolver guerras" para justificar o aumento das tarifas à Rússia que ele ameaçou aplicar.

Logo após a guerra da Ucrânia começar, em março de 2022, os EUA aplicaram um amplo pacote de sanções econômicas à Rússia, o que praticamente inviabilizou o comércio de bens e mercadorias entre os dois países. Até por isso, o governo de Vladimir Putin não entrou na ampla lista de países afetados pelo tarifaço anunciado por Trump em abril.

Apesar das sanções, no entanto, as relações comerciais entre EUA e Rússia ainda existem. Só em 2024, o comércio total entre os dois países chegou a US$ 3,5 bilhões, com a compra e venda de mercadorias como fertilizantes, metais e até combustível nuclear, segundo o Escritório do Representante Comercial dos EUA.

Armas à Ucrânia

No encontro, Trump disse também que enviará uma nova leva de armamento às tropas ucranianas, selando a retomada das ajudas dos EUA a Kiev, com quem teve desavenças ao longo deste ano (leia mais abaixo).

No fim de julho, o Pentágono chegou a anunciar a suspensão do envio de mísseis de defesa aérea e munições de precisão. Nesta segunda, como havia dito no domingo (13), Trump reafirmou que enviará a Kiev mais sistemas antimísseis Patriot, o poderoso "escudo" do Ocidente cujo uso na Ucrânia Putin já disse considerar "uma provocação".

O Patriot é o mais avançado sistema de defesa que o Ocidente já enviou à Ucrânia, e cada unidade custa cerca de US$ 3 milhões (R$ 15,6 milhões).

Nesta segunda, Trump não só reafirmou que enviará os mísseis bloqueadores do Patriot -- que caçam e destroem no ar mísseis e drones russos -- como também disse que mandará, por meio da Otan, baterias para lançamento do sistema, o que agiliza seu uso por tropas ucranianas.

"Teremos alguns chegando muito em breve, dentro de alguns dias... alguns países que possuem Patriots farão a troca e substituirão os Patriots pelos que já possuem. É um complemento completo com as baterias", disse.

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