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INTERNACIONAL Sábado, 23 de Agosto de 2025, 10:05 - A | A

Sábado, 23 de Agosto de 2025, 10h:05 - A | A

guerra

Zelensky diz que Sul Global deve pressionar Rússia em direção à paz

Presidente ucraniano reafirmou disponibilidade para reunião com o chefe da Rússia e indicou que o mundo deve ajudar a levar o presidente russo, Vladimir Putin, a uma negociação 'em direção à paz'

G1

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse neste sábado (23) que os países do Sul Global devem pressionar a Rússia a fazer a paz na sua guerra com a Ucrânia, inclusive ajudando a levar o líder russo Vladimir Putin à mesa de negociações.

"Eu reafirmei minha disponibilidade para qualquer formato de reunião com o chefe da Rússia. No entanto, vemos que Moscou está mais uma vez tentando prolongar ainda mais a situação", escreveu Zelensky na plataforma de mídia social X após conversar com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa.

"É importante que o Sul Global envie sinais relevantes e empurre a Rússia em direção à paz."

 Como estão as negociações?
Para assinar um acordo de paz com o governo ucraniano, o presidente russo, Vladimir Putin, vai exigir ficar com todo o Donbass — região no leste da Ucrânia atualmente ocupado por tropas russas—, além de garantias de que o país vizinho não ingressará na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) nem terá tropas ocidentais em seu território.

As informações são da agência de notícias Reuters com base em fontes próximas ao alto escalão do governo russo.

Caso confirmadas, as exigências colidem com as condições que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem afirmando ter conseguido após reunir-se no Alasca com Putin na semana passada.

 Uma delas é o envio de tropas ocidentais ao território ucraniano após o fim da guerra; outra, a de que a Ucrânia ficará "com muito território" — o Donbass corresponde a cerca de metade das áreas atualmente ocupadas por tropas russas.

As regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk compõem uma região conhecida como Donbas, uma abreviação de “bacia do rio Donets”. A região vive tensões entre a população ucraniana e a russa locais que remontam às Guerras Mundiais.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelesny, já afirmou que não abrirá mão do Donbass, porque isso também significará, segundo Zelensky, que Moscou seguirá tentando se expandir territorialmente até a Europa.

Segundo as fontes russas consultadas pela Reuters, Putin cedeu às demandas territoriais que apresentou em junho de 2024, que exigiam não só o Donbass, mas também Kherson e Zaporizhzhia, no sul.

Kiev rejeitou esses termos na ocasião por considerá-los equivalentes à rendição.

Em sua nova proposta, o presidente russo manteve sua exigência de que a Ucrânia se retirasse completamente das partes do Donbass que ainda controla, de acordo com as três fontes. Em troca, Moscou interromperia as atuais linhas de frente em Zaporizhzhia e Kherson, acrescentaram.

A Rússia controla cerca de 88% do Donbass e 73% de Zaporizhzhia e Kherson, de acordo com estimativas dos EUA e dados de fontes abertas.

Moscou também está disposta a entregar as pequenas partes das regiões de Kharkiv, Sumy e Dnipropetrovsk, na Ucrânia, que controla como parte de um possível acordo, disseram as fontes.

Exigências
Putin, no entanto, manteve suas exigências anteriores de que a Ucrânia desista de ingressar Otan e de que a aliança militar estabeleça um compromisso juridicamente vinculativo de que não se expandirá mais para o leste.

O líder russo também quer a garantia por escrito de que nenhuma tropa ocidental seja enviada à Ucrânia como parte de uma força de paz, disseram as fontes. No início do ano, a União Europeia propôs criar uma força de paz composta por solados europeus que estariam na Ucrânia não para lutar ao lado das tropas de Kiev, mas para garantir o fim de combates.

 Nesta semana, Trump afirmou que as tropas de paz serão compostas por europeus.

Procurado pela Reuters, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia não havia se manifestado sobre as supostas exigências até a última atualização desta reportagem.

A Casa Branca e a Otan também ainda não havia se manifestado.

'Encenação para Trump'
O cientista político Samuel Charap, chefe de Política para Rússia e Eurásia do centro de estudos políticos Rand, disse que qualquer exigência para que a Ucrânia se retire do Donbass continua sendo inviável para Kiev, tanto política quanto estrategicamente.

"A abertura à 'paz' em termos categoricamente inaceitáveis ​​para o outro lado pode ser mais uma encenação para Trump do que um sinal de uma verdadeira disposição para chegar a um acordo", acrescentou. "A única maneira de testar essa proposição é começar um processo sério no nível de trabalho para discutir esses detalhes."

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