Para este artigo, me baseio no que vejo nas redes sociais de empresas de Cuiabá. Mesmo empresas grandes, que faturam milhões, não inovam, não renovam suas equipes e continuam fazendo sempre o mesmo, sem buscar nada novo ou maior para suas marcas. O marketing parece ter entrado em uma espécie de ciclo repetitivo. Muitas ações parecem ter estagnado, presas em uma fórmula segura que não empolga, não surpreende e, pior ainda, não traz os resultados esperados. Influencers locais, que poderiam ser uma força transformadora, estão cada vez mais limitados a mostrar o óbvio: "olha esse prato", "veja essa loja", sem explorar o verdadeiro potencial criativo que a internet oferece. A mesma fórmula de “venham conhecer” e “visitem agora” não vai além, gerando um mar de conteúdos medianos e previsíveis, que acabam sobrecarregando marcas e negócios que investem sem ver retorno.
A equipe de marketing desempenha um papel essencial no sucesso de qualquer empresa, mas muitas vezes acaba presa a rotinas repetitivas e falta de criatividade. É crucial que esse time esteja sempre atualizado com as tendências do mercado, utilizando novas ferramentas e estratégias para alcançar o público de forma eficaz. Quando a equipe de marketing não se recicla e mantém práticas ultrapassadas, o impacto na marca é direto: o conteúdo perde relevância, a conexão com o público diminui e a competitividade da empresa cai. Uma equipe dinâmica e inovadora é o que faz a diferença no crescimento e na presença de uma marca no mercado.
A falta de inovação é gritante. Em uma era em que as ferramentas estão literalmente nas palmas das mãos, com redes sociais, tecnologia avançada de análise de dados e novas plataformas surgindo o tempo todo, parece que os players do mercado de Cuiabá estão se contentando com o básico. Muitos ainda têm a mentalidade de "quanto mais barato, melhor", e isso se reflete em conteúdos que não impactam. A velha desculpa de que "o produto não é bom" passa a ser a justificativa padrão para os insucessos, quando, na realidade, o problema está na falta de ousadia, planejamento estratégico e, claro, investimento.
Sim, há exceções. Há marcas que estão desafiando o status quo e testando novas abordagens. No entanto, são casos isolados em meio a uma multidão de ações repetitivas e sem inspiração. A grande massa parece ter medo de arriscar, de sair do comum, e isso é ainda mais evidente quando se tenta copiar o que deu certo em outros lugares, mas sem o devido cuidado ou estudo. O que poderia ser uma estratégia bem-sucedida acaba mal executado, reforçando a falta de confiança no marketing digital como ferramenta transformadora.
Esse cenário também é resultado da mentalidade do próprio cliente. Muitos empresários ainda acreditam que o sucesso vem apenas através de uma boa influência digital, ou que uma ação pontual vai trazer um fluxo imediato de clientes e vendas. No entanto, o marketing é uma engrenagem complexa. A presença digital é apenas uma peça, assim como o atendimento, o branding e a comunicação consistente. A inovação e a personalização são essenciais para se destacar em um mercado saturado. É preciso investir não só em influenciadores, mas também em experiência do cliente, design de comunicação, storytelling envolvente e, principalmente, em novas formas de se conectar com o público.
Aqui vale um adendo importante: nem sempre um grande investimento financeiro é sinônimo de engajamento. Muitas vezes, aquele vídeo mais simples, mais autêntico, feito com o básico, consegue criar uma conexão emocional muito mais poderosa com o público. A criatividade e a verdade por trás de um conteúdo valem mais do que uma superprodução que, por vezes, soa artificial e distante. Não é sobre gastar mais, mas sobre ser mais estratégico e genuíno.
Em 2025, a palavra-chave será inovação. O mercado precisa romper com a inércia. É necessário criar experiências únicas, ser ousado nas campanhas, aproveitar as tecnologias disponíveis de forma estratégica e, acima de tudo, arriscar. É claro que inovar exige recursos, planejamento e coragem, mas o retorno pode ser muito maior do que seguir na mesmice. Para crescer, o mercado cuiabano de marketing precisa entender que não é só uma questão de "fazer o mínimo", mas de buscar o máximo em termos de resultados e impacto.
(*) JOÃO ALVES é Chief Marketing Officer.
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