Durante muito tempo, aprendi e ensinei que o sol era o grande inimigo da pele. E de fato, continua sendo. Mas nos últimos anos tenho visto surgir outro vilão silencioso, que muitas vezes passa despercebido: a luz azul das telas.
Celular, computador, tablet… eles já fazem parte do nosso dia a dia, mas quase ninguém imagina que podem deixar marcas na pele. E não estou falando de algo imediato, como uma vermelhidão depois de um dia na praia. É um processo lento, que vai se acumulando aos poucos, trazendo manchas, perda de luminosidade e aquelas linhas finas que aparecem antes da hora.
No consultório, ouço muito: “Doutora, mas eu nem pego sol, por que minha pele está assim?”. A verdade é que passamos horas conectadas, muitas vezes mais tempo do que passamos ao ar livre. E a luz azul penetra fundo na pele, gerando inflamação, quebrando colágeno e acelerando o envelhecimento.
A boa notícia é que dá para se proteger. Já existem filtros que bloqueiam a luz visível, antioxidantes tópicos que ajudam a neutralizar os radicais livres e até pequenos ajustes no dia a dia que fazem diferença, como reduzir um pouco o tempo de tela e cuidar da iluminação do ambiente. Além disso, os antioxidantes orais também podem ser aliados importantes nessa proteção de dentro para fora. E hoje já contamos com filtros solares que oferecem proteção não só contra a radiação ultravioleta, mas também contra a luz visível, o que potencializa a defesa da pele.
Não quero transformar isso em mais uma cobrança ou em motivo de culpa. Minha intenção é despertar consciência. Assim como aprendemos a usar protetor solar todos os dias, agora precisamos aprender a proteger nossa pele também no mundo digital.
Envelhecer faz parte da vida, e não há nada mais bonito do que uma pele que conta histórias. Mas se podemos evitar marcas desnecessárias, por que não? O cuidado é, acima de tudo, um gesto de carinho com nós mesmas.
Cíntia Procópio é dermatologista, especialista em rejuvenescimento com naturalidade.
CRM: 5156 / RQE 2711
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