Os bandidos que participaram do sequestro de Milene Falcão Eubank planejavam, inicialmente, apenas o roubo do veículo Hyundai Santa Fé da empresária. O crime só evoluiu para um sequestro quando eles perceberam o poder aquisitivo da vítima, de acordo com a polícia.
Milene foi sequestrada, na tarde de sexta-feira (17), após estacionar seu veículo nas imediações do Colégio Maxi, na rua Estevão de Mendonça, em Cuiabá, para buscar o filho na escola. Neste momento, dois homens a abordaram e roubaram o carro, levando-a.
Conforme o delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, outros três bandidos estavam em outro veículo próximo, acompanhando a ação.
“Cinco pessoas estavam no veículo e duas desceram para fazer a abordagem à vitima. Saíram com o veiculo. Posteriormente, perceberam o poder aquisitivo da empresária e começaram a fazer extorsão. Ela era um alvo aleatório. O objetivo era o roubo do carro que foi evoluindo e, infelizmente, perdurou durante toda a madrugada”, disse Vítor Hugo, em coletiva de imprensa neste sábado (18).
Ao sequestrarem a vítima, os bandidos rodaram pela cidade e a colocaram em uma casa no bairro Centro América, onde era o cativeiro, conforme o delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Diogo Santana.
“Ela forneceu senha e numerais do cartão, o que possibilitou o saque de dinheiro. Eles fizeram dois saques no valor de R$ 1 mil cada um, adquiriram bebidas alcoolicas, passaram em uma conveniência. Gastaram um significativo valor da vítima. Mas não foram específicos em dizer o valor que iriam pedir de resgate”, afirmou.
Ainda segundo o delegado, com base nas informações dos cartões e imagens de câmeras de segurança é que a polícia pôde localizar a vítima. Contudo, tiveram que ir a outros três endereços dos bandidos envolvidos na ação, até encontrarem o cativeiro.
Em um desses locais, os bandidos trocaram tiros com a polícia. O investigador da Polícia Civil, Sidney Ribeiro dos Santos, foi baleado na cabeça. Ele passa por cirurgia.
“Em todas essas residências, eram as casas dos suspeitos. Em uma delas houve confronto. Eles iniciaram atirando contra nossos policiais, que revidaram também. Até o momento não temos informações sobre suspeitos baleados. Eles foragiram pelos fundos da residência, cada um deles portando uma pistola”, explicou.
Liberdade - Milene foi libertada por volta das 05 horas da manhã de hoje, em uma casa no bairro Centro América. Ela ficou por quase 12 horas em poder dos criminosos.
A vítima só foi encontrada graças ao um trabalho de inteligência realizado em conjunto pelos militares, de acordo com o delegado Vitor Hugo. Pelo menos, 100 homens participaram da ação para libertar a empresária.
“O veiculo não tinha rastreador. Foi um trabalho de inteligência. Tivemos o auxilio de câmeras de segurança. Um trabalho integrado. Conseguimos identificar os integrantes dessa associação criminosa e todos tiveram participação de forma direta ou indireta”, disse o delegado.
Ao todo, 9 bandidos participaram da ação, sendo que sete foram presos. Dois desses são menores de 17 anos. Um casal foi preso em um baile funk no bairro CPA 3; outro casal foi preso no bairro Jardim Canaã e mais dois presos no bairro Ouro Fino. O último foi preso no cativeiro onde estava a vítima.
Ainda não há como identificar quem seria o mandante da organização criminosa, segundo o delegado. “A prisão é o pontapé inicial de uma grande investigação e, com certeza, novas prisões surgirão. Ainda não há informações se são do Comando Vermelho. Estamos tratando como associação criminosa e vamos aprofundar para ver se tem ligação”, disse.
O delegado descartou também que o crime possa ter ligação com a fuga em massa da cadeia pública de Poconé, que ocorreu na última semana. “Eles, porém, já têm histórico de passagem pela polícia”, encerrou.
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