Sem espaço para abrigar os mais de 800 galos, avaliados em R$ 1 milhão, que foram apreendidos em uma rinha no dia 22, os animais podem ser abatidos, conforme a Justiça estadual.
Conforme o juiz da Vara Especializada do Meio Ambiente, Rodrigo Curvo, os animais, que estavam em uma propriedade do ex-prefeito de Brasnorte, a 580 km de Cuiabá, Eudes Tarcísio de Aguiar, não poderiam ser doados, visto que “por se tratar de animais submetidos a tantos traumas durante suas vidas e que vivem em constante estado de estresse, soltos, entram em constantes brigas entre si, pois foram criados, desde o nascedouro, em ambiente de lutas. Foram mutilados de forma dolorosa e constante, o que a perícia constatou por meio das cicatrizes”.
O magistrado cita ainda a falta de estrutura da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), que ocupa um pequeno espaço dentro da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
“Como exigir que a autoridade policial fique com a guarda dos animais? Onde colocá-los? Devolver para o criminoso que tenta, inclusive, justificar sua conduta sob o manto de uma atrapalhada portaria que não sobreviveu sequer cinco dias? Ora, quem milita nesta orbe, ainda que não seja nas causas ambientais, deve saber que a malfadada portaria não sobreviveu por ser uma apologia à prática de maus tratos”, afirmou o juiz.
O juiz cita em sua decisão a crueldade praticada contra esses animais e chega a comparar a rinha de galo à “farra do boi”, “divertimento sanguinário, exemplo cabal de seviciamento animal voltado exclusivamente ao deleite de assistentes pervertidos, cujo êxtase se elevava na medida em que o animal seviciado mais sofria, se enervava e desesperava, acabou sabiamente proibida por decisão judicial tornada definitiva”
Operação Sem Saída
A apreensão ocorreu durante a operação “Sem Saída”, realizada pela Polícia Federal para cumprimento de mandados de prisão expedidos pela Justiça Federal contra membros de uma organização do tráfico de drogas, em uma propriedade em Santo Antônio do Leverger (34 km ao Sul).
No local, além de armas de fogo, os agentes encontraram a situação ambiental e acionaram os órgãos ambientais de segurança pública, Dema e o Batalhão de Proteção Ambiental da Polícia Militar.
Os policiais da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) informaram que a rinha localizada é uma das maiores do Brasil.
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