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AGRONEGÓCIO Quarta-feira, 20 de Dezembro de 2017, 10:43 - A | A

Quarta-feira, 20 de Dezembro de 2017, 10h:43 - A | A

PECUÁRIA

Adiamento na revisão da vacina contra aftosa preocupa setor

Canal Rural

Reprodução

 

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou que o Brasil deve retomar as exportações de carne bovina para os Estados Unidos no começo de 2018. No entanto, o setor produtivo discorda, já que a revisão da vacina contra aftosa foi adiada por falta de conclusão dos testes. Com isso, o objetivo de evitar a reação do gado à imunização ainda não será possível.

A ideia era eliminar da formulação a saponina, substância que serve para estimular os anticorpos dos animais, mas que provoca uma reação inflamatória considerada normal – os abcessos. Na avaliação de pessoas envolvidas nas negociações, entretanto, a retirada da saponina pode interferir na imunização e causar outro tipo de reação nos animais, por isso o atraso na liberação e a necessidade de serem feitos três lotes de teste. Agora, a previsão é de que a alteração ocorra apenas em 2019.

O presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antonio Pitangui Salvo, diz que o adiamento na liberação da vacina para os produtores é uma surpresa muito negativa. “Porque a gente sabe os malefícios feitos por essa vacina, no que diz respeito aos abcessos, e os benefícios que ela nos trouxe podendo exportar para praticamente o mundo inteiro, porque estamos livres há mais de 20 anos da febre aftosa“, diz. Salvo lembra que os Estados Unidos mantêm o embargo à carne brasileira, o que afeta profundamente o preço da arroba do boi.

Apesar do adiamento da revisão da vacina contra aftosa, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina do Ministério da Agricultura (Mapa), Sebastião Guedes, deu uma boa notícia: a previsão para a retirada da imunização nos estados centrais brasileiros será feita na mesma época nas áreas de fronteira, com início em 2019 e conclusão em 2021. Guedes considera a meta arrojada. “Isso pode acrescentar no faturamento da indústria de carne bovina de US$ 1,2 bilhão a US$ 1,7 bilhão anual, se retirarmos a vacinação“, afirma.

 

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