O mercado físico do boi gordo encerrou a semana com os frigoríficos ausentes da compra de gado em meio às avaliações dos impactos que podem surgir diante das novas tarifas adicionais de 50% que os Estados Unidos pretendem implantar ao Brasil a partir de 1 de agosto.
De acordo com o analista de Safras & Mercado Fernando Iglesias, o mercado futuro do boi também apresentou intenso movimento de queda, especialmente na quinta-feira (10), considerando a relevância dos norte-americanos nas compras brasileiras, que em 2025 respondem por aproximadamente 15% das vendas nacionais de carne bovina.
“Diante do aumento da tarifação, o Brasil perderá competitividade em relação à Austrália, Argentina e Uruguai. Se não houver mudanças até o final do mês, a expectativa é de perda de participação do Brasil no mercado norte-americano”, sinaliza.
Variação de preços da arroba do boi
Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil estavam assim em 11 de julho em comparação ao dia 4:
São Paulo (Capital): R$ 300, queda de 3,23% frente aos R$ 310
Goiás (Goiânia): R$ 290, recuo de 1,69% perante os R$ 295
Minas Gerais (Uberaba): R$ 295, baixa de 1,67% frente aos R$ 300
Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 305, retração de 1,61% ante aos R$ 310
Mato Grosso (Cuiabá): R$ 315, estável
Rondônia (Vilhena): R$ 275, inalterado
Mercado atacadista
O mercado atacadista se deparou com preços mistos no decorrer da semana, avalia Iglesias.
Segundo ele, o ambiente de negócios sugere algum espaço para reajustes no decorrer da primeira quinzena do mês, período pautado por maior apelo ao consumo.
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“Vale destacar que a carne de frango ganhou grande competitividade em relação às concorrentes, em especial na comparação com a carne bovina”, conta.
O quarto do traseiro do boi foi cotado a R$ 22,50 o quilo, queda de 2,17% frente aos R$ 23 da semana passada. Já o quarto do dianteiro do boi foi vendido por R$ 18,75 o quilo, aumento de 1,35% em comparação aos R$ 18,50 registrados no período anterior.
Exportações de carne bovina
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 269,931 milhões em julho (4 dias úteis), com média diária de US$ 67,483 milhões, de acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A quantidade total exportada pelo país chegou a 48,715 mil toneladas, com média diária de 12,178 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.541,00.
Assim, em relação a julho de 2024, houve alta de 48,4% no valor médio diário da exportação, ganho de 18,1% na quantidade média diária exportada e avanço de 25,7% no preço médio.
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