A safra 2017/2018 de soja deverá ficar conhecida como a safra da cautela pelos produtores de Mato Grosso, tudo porque as chuvas ainda não se regularizaram no estado. Com a janela ideal de semeadura prestes a encerrar (25 de novembro) em algumas regiões ainda há produtores que estão aguardando São Pedro para poder iniciar o plantio do grão, como é o caso da região Nordeste mato-grossense onde até o momento 30,22% dos 1,599 milhão de hectares foram plantados.
Se hoje há atraso com a soja, com o milho não deverá ser diferente, projetam a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Até o dia 10 de novembro, segundo o Imea, 79,70% da área de 9,424 milhões de hectares de soja destinadas para a safra 2017/2018 haviam sido plantadas, um percentual 8,68 pontos percentuais inferior ao verificado na ocasião no ciclo anterior. Ao se analisar a semeadura por regiões a Oeste (98,05%), Médio-Norte (94,24%) e a Noroeste (92,39%) são as mais adiantadas, podendo desligar as máquinas até o dia 25. Já as regiões Centro-Sul (88,40%), Norte (73,60%), Sudeste (80,05%) e Nordeste (30,22%) deverão seguir com as atividades após o período da janela ideal.
A projeção em soja para o atual ciclo é de 30,601 milhões de toneladas em nova estimativa divulgada pelo Imea na primeira semana de novembro, um leve aumento de 20,8 mil toneladas em relação à estimativa passada para a safra 2017/2018, contudo firma-se com a previsão de recuo de 2,14% ou 670 mil toneladas ante a safra 2016/2017.
De acordo com o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Endrigo Dalcin, o estado está tendo um ano diferente. “Tem produtores que ainda não começaram a plantar. Canarana, Rondonópolis, Guiratinga e em Nova Xavantina, por exemplo. Quer dizer, isso mostra uma irregularidade ainda na distribuição das chuvas. O produtor está cauteloso”.
Apesar das chuvas ainda estarem irregulares e ainda haver produtores que não iniciaram a semeadura da soja, Endrigo Dalcin afirma que tais fatos ainda não comprometem a produtividade da oleaginosa. “Até o dia 25 de novembro para a região Leste de Mato Grosso é ótimo para o plantio da soja”.
Na avaliação de Endrigo Dalcin a preocupação maior dos produtores está com a janela ideal do milho e quanto à concentração da colheita da soja, o que poderá ocasionar problemas de armazenagem e de transporte, encarecendo assim o frete.
“O que nos preocupa também, e temos que deixar claro, é que como demorou para iniciar o plantio da soja concentrou muito plantio em pouco espaço e isso vai ter um problema lá na frente na colheita. Vai ter muita soja pronta para colher no mesmo período e isso impacta em armazém e transporte, um gargalo que nós temos grande aqui em Mato Grosso vai se acentuar lá na frente”, salienta o presidente da Aprosoja Mato Grosso.
Outro problema elencado por Endrigo Dalcin é quanto à incidência de ferrugem asiática.
Milho
Mato Grosso, de acordo com o Imea, deverá ter uma redução de 9,37% na produtividade de milho e de 18,75% na produção, ficando em 97,06 sacas de média por hectare e um volume total de 24,741 milhões de toneladas.
A estimativa para o milho, divulgada este mês pelo Instituto, aponta ainda uma retração de 10,34% na área, que deverá ficar em 4,248 milhões de hectares.
Conforme o Imea, “Os baixos preços da safra 2016/17 pagos ao produtor mato-grossense não está animando a destinação de áreas para o cultivo do cereal na segunda safra do Estado. Ainda, o baixo volume pluviométrico registrado nos últimos meses e os atrasos na semeadura da soja, estão gerando preocupações em relação aos impactos que podem ocasionar na janela ideal da semeadura do milho”.
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