Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Segundo a PF, Cabeça Branca fez plásticas e mudou de identidade enquanto ficou foragido
O ex-estagiário da Justiça Federal de Londrina, no norte do Paraná, colaborou com as investigações e foi solto após admitir ter acessado ilegalmente o processo criminal da Operação Spectrum, que prendeu Luiz Carlos da Rocha, conhecido como “Cabeça Branca”, segundo a Polícia Federal (PF).
O estudante de direito havia sido preso na segunda-feira (20) e foi liberado no fim da manhã de quarta-feira (22), conforme a PF.
Cabeça Branca é apontado pela Polícia Federal como um dos maiores traficantes do Brasil, com mais influência que outros traficantes, como Fernandinho Beira-Mar e Juan Carlos Abadia. Ele estava foragido da Justiça havia 30 anos e foi detido em Mato Grosso em julho deste ano. O traficante está preso na Penitenciária Federal de Catanduvas, no oeste do Paraná.
De acordo com ofício da PF que determina a soltura do investigado, o estudante também confessou que forneceu seu login e senha do sistema Eproc, da Justiça Federal, à sua namorada e permitiu que ela repassasse os dados aos irmãos dela, filhos do traficante.
Além disso, a PF afirma que não há indícios de que o estudante tenha recebido qualquer valor para fornecer os dados, nem de que ele faça parte da organização criminosa.
O documento destaca que o acesso permitido pela senha o ex-estagiário era limitado a ações que tramitam em nível de sigilo 1, com visualização permitida somente pelos usuários internos e partes do processo. O nível de sigilo mais alto é o 5.
“Tal fato não diminui a gravidade da conduta, porém garante que autos que tramitam sob níveis de sigilo maior não tenham sido acessados, evitando-se maiores riscos à investigação e servidores”, diz o ofício da PF.
Os filhos de Cabeça Branca também foram ouvidos pela polícia e corroboraram as declarações do ex-estagiário, “confessando terem utilizado a senha para que pudessem entender o que estava acontecendo com seu pai”.
Ainda conforme o ofício da PF, a filha de Cabeça Branca entregou espontaneamente seu computador pessoal e seu telefone celular, onde consta conversa por aplicativo pela qual o namorado lhe passou a senha da Justiça.
Os filhos do traficante esclareceram que o acesso ao processo realizado em Ponta Porã (MS) foi feito por um advogado do pai, que ainda não tinha procuração para acessar os autos.
Por fim, a PF informa que as investigações do caso continuam com a análise do celular do estudante de direito e de dois filhos do traficante, assim como outros dados de acesso aos processos por cada um dos investigados.
O ex-estagiário não tinha advogado constituído no processo eletrônico da Justiça Federal até a publicação desta reportagem.
CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.
0 Comentários