A Polícia Federal (PF) prendeu o ex-chefe da Casa Civil do Rio Régis Fichtner e o empresário Georges Sadala na manhã desta quinta-feira (23). A operação, que é mais uma fase da Lava Jato no Rio de Janeiro, foi batizada como C'est Fini, que em francês significa "é o fim".
O nome seria uma alusão ao fim das Farra dos Guardanapos, como ficou conhecido um jantar em Paris do qual participaram ex-secretários do Rio, empresários e o ex-governador Sérgio Cabral. Em fotos tiradas durante o jantar, eles usavam guardanapos na cabeça.
A ação desta quinta-feira é um desdobramento das investigações da Operação Calicute, desencadeada em novembro do ano passado e que prendeu Sérgio Cabral.
São alvos de mandados de prisão nesta fase:
Régis Fichtner, ex-chefe da Casa Civil do governo Cabral
Georges Sadala, sócio de uma das empresas que administravam o Rio Poupa Tempo
Henrique Alberto Santos Ribeiro, ex-presidente do DER no governo Cabral
Maciste Granha de Mello Filho, presidente da empresa Construtora Macadame LTDA
Os agentes também cumprem mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva – quando a pessoa é levada para depor.
Suspeitas
Os agentes chegaram ao endereço de Fichtner, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, por volta das 6h. O ex-chefe da Casa Civil é suspeito de receber propina no valor de R$ 1,6 milhão.
Os procuradores investigam também um esquema de corrupção no uso de precatórios por empresas que tinham dívidas, tributos e impostos com o governo do estado e também por empresas que tinham interesse em fazer negócios com o governo e que procuravam o escritório de advocacia de Fichtner.
Ele acompanha o ex-governador há muito tempo, desde que Cabral era presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, e foi seu suplente no Senado.
Segundo a denúncia, o ex-chefe da Casa Civil era responsável por recolher dinheiro de construtoras e empreiteiras para repassar como propina a agentes políticos que integravam a organização criminosa chefiada por Cabral.
Régis Fichtner foi citado no depoimento de Luiz Carlos Bezerra, um dos operadores financeiros do esquema criminoso. Bezerra disse aos procuradores da Lava Jato que deu dinheiro para o ex-chefe da Casa Civil. Nas anotações do operador, Fichtner era conhecido como “Alemão” ou “Gaúcho”.
Georges Sadala é um dos empresários que aparece na foto da "Farra dos Guardanapos" e era sócio de empresas que administrava o serviço Rio Poupa Tempo. Ele também era representante de um banco que fazia empréstimos consignados para servidores públicos.
Ele é conhecido por ser uma pessoa muito leal ao ex-governador Cabral e foi preso em casa em um prédio luxuoso da Avenida Vieira Souto, em Ipanema.
Em abril desse ano, o ex-presidente do DER preso nesta fase da Lava Jato foi testemunha de defesa de Cabral. Henrique Alberto Ribeiro disse, na época, que não tinha conhecimento do recebimento de vantagem econômica indevida em obras.
O empresário Maciste Granha de Mello Filho é suspeito de realizar pagar propinas para a organização criminosa, totalizando R$ 552.678,60, para obter contratos de obras com o Estado do Rio de Janeiro, de acordo com as investigações.
Cavendish é levado para depor
O fundador da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, foi levado pelos agentes da PF para prestar depoimento na operação. Ele estava em casa, em um prédio da Avenida Delfim Moreira, no Leblon, e saiu pouco depois das 6h em direção à PF.
O empresário também aparece nas fotos da Farra dos Guardanapos e já é réu na Lava Jato. O empresário foi preso em julho de 2016 na Operação Saqueador e desde agosto do ano passado está em prisão domiciliar.
A Delta era uma das principais construtoras do Rio e do Brasil durante a gestão de Cabral. Em agosto desse ano, Cavendish prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas e admitiu que pagou 5% de propina em dinheiro ao ex-governador para que a Delta participasse da reforma do Maracanã.
O empresário também aparece nas fotos da Farra dos Guardanapos e já é réu na Lava Jato. O empresário foi preso em julho de 2016 na Operação Saqueador e desde agosto do ano passado está em prisão domiciliar.
A Delta era uma das principais construtoras do Rio e do Brasil durante a gestão de Cabral. Em agosto desse ano, Cavendish prestou depoimento ao juiz Marcelo Bretas e admitiu que pagou 5% de propina em dinheiro ao ex-governador para que a Delta participasse da reforma do Maracanã.
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