Mais de uma semana após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) impor medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que é réu por tentativa de golpe de Estado, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro quebrou o silêncio, fez críticas ao Judiciário brasileiro e à esquerda, bem como citou 'uma perseguição institucional e midiática' contra sua família e aliados.
"Malabarismos jurídicos que parecem querer encobrir uma suposta quebra do devido processo legal acontecem o tempo todo", disse a presidente do PL Mulher em entrevista exclusiva ao Terra ao se referir às restrições impostas ao marido, que prevê o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento domiciliar noturno e integral nos fins de semana e o veto ao uso de redes sociais. O descumprimento pode levar à prisão preventiva ou agravamento das sanções.
Sem apresentar provas, Michelle aponta que a atuação do STF no julgamento de Bolsonaro está marcada por critérios divergentes aplicados a políticos conservadores. "Atos que precisam ser públicos estão cercados de sigilo e de proibições. Jornalistas e advogados estão sendo proibidos de usar celular nas audiências do tribunal."
A ex-primeira-dama também aponta o que considera uma "rapidez incomum" na tramitação dos processos. "Procedimentos estão sendo acelerados em um ritmo nunca visto na história do País. Quem dera a Justiça fosse rápida assim para todos os cidadãos brasileiros vulneráveis que esperam décadas por julgamentos intermináveis."
Bolsonaro tornou-se réu no Supremo em março de 2025, acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Em 14 de julho, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF a condenação do ex-presidente pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Caso seja condenado, as penas podem chegar a 43 anos de reclusão, segundo a legislação.
Para Michelle, as "jurisprudências adotadas estão sendo modificadas de uma hora pra outra e, coincidentemente, acabam ajustadas milimetricamente para facilitar o avanço daquilo que antes seria considerado uma ilegalidade ou uma vedação".
"Querem nos destruir a qualquer custo", acrescentou ela. "Fica fácil entender isso: os bandidos odeiam a polícia porque ela é uma barreira contra os crimes que eles querem cometer. As pessoas que criam e espalham essas narrativas nos odeiam porque nós somos uma barreira para os planos maldosos e roubalheiras que eles querem praticar."
Joias sauditas e polêmica no PL
Michelle também subiu o tom contra a esquerda e usou ironia ao se referir ao Partido dos Trabalhadores (PT). "A máxima da estratégia esquerdista, em especial dos “jênios, com j” do PT, é sempre dividir para conquistar'", disse a ex-primeira-dama, que falou ainda sobre o caso das joias sauditas, bem como a suposta interferência de seu irmão, Eduardo Torres, na estrutura do Partido Liberal (PL).
Confira, abaixo, a íntegra da entrevista realizada por e-mail:
Terra: Qual é a avaliação da senhora sobre o julgamento de Jair Bolsonaro no STF e a condução que a Corte tem dado ao caso?
Não vou me pronunciar sobre o julgamento, mas gostaria de pontuar um pouco sobre os vários comentários que ouvimos todos os dias de brasileiros de bem que buscam a verdade e estão vendo – e achando estranho – o que está acontecendo. Eles estão assustados porque atos que precisam ser públicos estão cercados de sigilo e de proibições.
Jornalistas e advogados estão sendo proibidos de usar celular nas audiências do tribunal. Malabarismos jurídicos que parecem querer encobrir uma suposta quebra do devido processo legal acontecem o tempo todo. Jurisprudências adotadas há pouco tempo estão sendo modificadas de uma hora pra outra e que, coincidentemente, acabam ajustadas milimetricamente para facilitar o avanço daquilo que antes seria considerado uma ilegalidade ou uma vedação.
Processos e procedimentos estão sendo acelerados em um ritmo nunca visto na história do país (quem dera a justiça fosse rápida assim para todos os cidadãos brasileiros vulneráveis que esperam décadas por julgamentos intermináveis). Juízes que falam fora dos autos, apresentam posicionamentos políticos -- inclusive no exterior, deixam escapar antecipações de sentenças como se isso fosse normal em um verdadeiro Estado Democrático de Direito.
Enfim, eu ouço tudo isso e recorro àquele que é o refúgio seguro e único justo juiz pedindo para que venha a verdadeira justiça e para que cada um receba a sua paga segundo as próprias obras.
Terra: Como a senhora avalia o caso da cabeleireira Débora dos Santos, que foi condenada a 14 anos de prisão por pichar, com um batom, a estátua da Justiça com os dizeres "perdeu, mané"?
Michelle: Os tristes episódios protagonizados por autoridades que estamos vivendo no Brasil nos últimos anos são desoladores. A injustiça, a parcialidade, a incoerência, a maldade e o ódio contra uma mulher hoje podem ser facilmente materializados nesse nome composto: Débora do Batom. E o símbolo da consequência última (portanto mortal) da insistência dos poderosos nessas práticas maléficas de desprezo pela vida e dignidade humana é a morte do Clezão.
Hoje, todas as vítimas da injustiça, da parcialidade, da incoerência, da maldade, do ódio e do desprezo pela vida e dignidade humana praticados por essas autoridades estão representadas por dois nomes: Débora do Batom e Clezão da Família.
Terra: E como vê a decisão do TCU que definiu que as joias sauditas não integram o patrimônio público, bem como o desdobramento do caso?
MIchelle: Foi interessante assistir, recentemente, uma jornalista, desconcertada, ter que assumir que o meu posicionamento na questão das tais joias e na questão dos móveis sempre foi muito firme e verdadeiro. Os jornalistas que se entregaram e trabalham para a esquerda se surpreendem quando se deparam com a verdade porque eles vivem numa redoma de mentiras criadas por eles mesmos e da qual eles são os primeiros a ficarem torpedeados. Eles vivem o vício da mentira.
O caso dessas tais joias está enterrado. O TCU apenas bateu o martelo sobre algo que já estava previsto em lei e que o Governo Bolsonaro já seguia. As denúncias infundadas que foram feitas só serviram para gastar o dinheiro do povo com procedimentos e burocracias totalmente desnecessárias e também para serem usadas como pretexto para quebra de sigilos que, ao final, visavam apenas criar peças fictícias para o quebra-cabeça imaginário das investigações contra o meu marido.
Bastava uma leitura séria, verdadeira e justa da atos normativos existentes para perceber que tudo não passou de uma tentativa do Lula e seus comparsas esquerdistas, presentes em todos os Poderes da República, de manchar a nossa imagem, assassinar a nossa reputação e nos incriminar por qualquer coisa que coubesse, porque o que interessa para eles é nos tirar do caminho. Como disse uma militante do PT sobre mim certa vez em um live: “temos que destruir a Michelle politicamente, quiçá de outras formas”.
Portanto, a resposta é: eles querem nos destruir a qualquer custo. Fica fácil entender isso: os bandidos odeiam a polícia porque ela é uma barreira contra os crimes que eles querem cometer. As pessoas que criam e espalham essas narrativas nos odeiam porque nós somos uma barreira para os planos maldosos e roubalheiras que eles querem praticar. Quando a esquerda está no poder, a marca registrada é roubalheira e corrupção, o caso do Roubo de Aposentados do INSS é mais uma prova disso.
Terra: Outro tema que gerou bastante repercussão envolve o nome de sua família, especificamente seu irmão e sua relação com a cúpula do PL. Surgiram acusações de que ele estaria influenciando decisões internas e utilizando o partido para difundir informações falsas. O que a senhora tem a dizer sobre essas alegações?
MIchelle: Esse é um exemplo do que falei na pergunta anterior: é apenas mais uma das tentativas de causar intrigas e de assassinato de reputação que o governo opressor petista está acostumado a fazer usando instituições e comprando aqueles da imprensa que se vende.
Meu irmão foi convidado pelo Jair para assessorá-lo em suas diversas atividades. É homem de confiança dele. A máxima da estratégia esquerdista, em especial dos “jênios, com j” do PT, é sempre dividir para conquistar. Eles são especialistas em criar divisões, até mesmo nos círculos internos do próprio partido. Quem divide faz isso porque quer espalhar inferno na vida dos outros e, no caso da doutrina esquerdista, para facilitar que o império do mal prevaleça. Não é por acaso que alguns dos significados da palavra diabo são: o divisor; o caluniador. Quem vive a verdade de Deus não faz isso que essas pessoas fazem!
Esse tipo de mentira que espalharam contra o meu irmão, mais uma vez, tem o único propósito de criar divisão. Vejam como deturparam também as declarações do meu enteado, Eduardo Bolsonaro, na recente entrevista à Veja. O objetivo é sempre o mesmo: dividir por meio da criação de mentiras e intrigas. Não conseguirão! Estamos cada vez mais unidos em torno dos objetivos de libertar o país desse jugo de injustiça, censura e retrocesso. O povo brasileiro vai vencer: a paz, a verdadeira justiça e a prosperidade voltarão a reinar em nossa Nação.
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