Cuiabá, 20 de Novembro de 2025
Notícia Max
20 de Novembro de 2025

CULTURA Quinta-feira, 20 de Novembro de 2025, 16:48 - A | A

Quinta-feira, 20 de Novembro de 2025, 16h:48 - A | A

MATA CAVALO

Encontro entre Cultura, Educação e Afeto marca temporada do projeto Sankofa

A experiência da terceira e última temporada de 2025 reforça a importância do ensino da história das matrizes africanas

Da Redação

O projeto Sankofa, que leva o letramento racial para a rede pública de Ensino, com um espetáculo protagonizado pelo ator e diretor André D’Lucca, foi marcado por uma vivência única dentro de uma escola da comunidade quilombola Mata Cavalo, onde reuniu crianças de diferentes faixas etárias, todas demonstrando grande expectativa e envolvimento. Já na entrada, o muro da Escola Estadual Quilombola Tereza Conceição de Arruda destacava um Sankofa desenhado, reflexo do contato intenso dos estudantes com símbolos da cultura africana.

“Foi um momento de muita conexão, não só com as pessoas, como com o espaço”, destaca o artista multifacetado cuiabano, André D’Lucca, idealizador do projeto e que trabalha o letramento racial com um conteúdo viral na rede social, pelo Instagram @atorandredlucca, com mais de 743 mil seguidores.

O projeto é uma realização da Associação de Desenvolvimento da Educação, Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (ADECEL), com patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (SECEL-MT), com apresentações gratuitas na rede pública de ensino, por meio de emenda parlamentar dos deputados estaduais Valdir Barranco e Júlio Campos.

A Concepção é do artista André D’Lucca com produção executiva da ACF Gestão; produção geral da Bemtivi Academia de Arte. Tem como produtores Ariana Carla e Jeferson Bertoloti. O cenário e figurino é de Jean Guaré, a iluminação de Lourivaldo Rodrigues, sonoplastia de Lisabety Reis e Jair Júnior. No elenco, além de André D’Lucca como protagonista, terá Nathally Sena e o vocal com Mariana Borealis.

CONSCIÊNCIA

O encerramento da terceira temporada do projeto Sankofa, em 2025, aconteceu no mês de novembro (12.11), que traz o marco do Dia da Consciência Negra (21.11), da luta contra o racismo, defesa dos Direitos, de luta, memórias e conquistas. Dia de reflexão e reconhecimento da contribuição do povo negro à história do Brasil. Que se tornou Feriado nacional desde 2024, e remete à morte do líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi, assassinado em 1695.

O projeto começou em escolas da rede pública de Cuiabá, no mês de outubro, e encerrou em Várzea Grande, na Escola Estadual Adalgisa ade Barros, com o ápice em Mata Cavalo, onde a Educação valoriza a ancestralidade das matrizes africanas.

Na escola, os estudantes aprendem sobre os adinkras e outros símbolos africanos, conteúdos que fazem parte do cotidiano escolar. Muitos já tinham familiaridade com os temas apresentados, enquanto outros tiveram a oportunidade de ampliar conhecimentos, compondo, juntos, um verdadeiro mosaico cultural.

A experiência foi descrita por André D’Lucca, como um momento de troca, onde cada um pode contribuir para a construção coletiva do saber.

Os símbolos africanos, presentes por toda a escola, também fazem parte das atividades em sala de aula e das pinturas realizadas pelos próprios alunos. O cumprimento da Lei nº 10.639/2003 que determina o ensino da história da África e das contribuições dos povos negros é uma prática efetiva naquela instituição, que busca promover o reconhecimento e a valorização dessas trajetórias na formação das novas gerações.

COMUNIDADE ACOLHEDORA

O acolhimento na escola ficou a cargo de uma líder comunitária, conhecida carinhosamente como "nega", que preparou um banquete marcado pelo afeto e pela partilha. O momento de convivência se estendeu a um descanso sob as árvores, em rede armada especialmente para a ocasião, representando um instante raro de pausa e conexão com o espaço e com a natureza local.

SIGNIFICADO E IMPACTO

A atividade em Mata Cavalo ressaltou a relevância do ensino de história africana e das heranças culturais dos povos negros, promovendo consciência, identidade e pertencimento.

Mais do que um evento educativo, a vivência foi um exercício de afeto, de escuta e de celebração das raízes que compõem a diversidade brasileira. Para participantes e comunidade, experiências como essa fortalecem laços, inspiram e transformam

CLIQUE AQUI e faça parte do nosso grupo para receber as últimas do Noticia Max.

0 Comentários