A tradição do consumidor brasileiro de deixar a compra dos presentes de fim de ano para os últimos dias segue firme. Uma pesquisa aponta que cerca de 12,2 milhões de pessoas pretendem ir às compras apenas na reta final antes da data comemorativa.
De acordo com o levantamento, 38% dos entrevistados afirmam que a principal motivação para comprar na última hora é a expectativa por promoções. Outros 25% dizem aguardar o pagamento de rendimentos ou da segunda parcela do 13º salário, enquanto 19% admitem falta de organização.
A pesquisa foi realizada nas 27 capitais brasileiras pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
O presidente da CNDL, José César da Costa, alerta que o aumento no fluxo de consumidores nos dias que antecedem o Natal, somado à pressão do tempo e à menor disponibilidade de produtos em estoque, pode dificultar a pesquisa de preços e a negociação. Segundo ele, esse cenário pode acabar frustrando a expectativa de economia.
“O risco de compras por impulso aumenta consideravelmente, assim como a urgência de levar o que estiver disponível. Somado à tentação de parcelamentos longos, isso pode comprometer o orçamento familiar e gerar endividamento nos meses seguintes”, afirmou.
Costa também reforça que o consumidor que deixa as compras para a última hora deve redobrar a atenção, estabelecer um teto rígido de gastos e resistir à pressão do momento.
“A antecipação e a pesquisa continuam sendo as melhores estratégias para garantir bons preços e preservar a saúde financeira”, destacou.
Expectativa
Apesar do alerta, a expectativa para o comércio é positiva: deve movimentar mais de R$ 72 bilhões em vendas no varejo, um crescimento de 2,1% em relação a 2024.
Para atender à demanda, o setor prevê a contratação de 112,6 mil trabalhadores temporários, cerca de 5,5 mil a mais do que no ano passado. As projeções são da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Mesmo com o avanço, o varejo ainda não deve alcançar o patamar registrado em 2019, quando o faturamento dessa época do ano chegou a R$ 73,74 bilhões.
A estimativa da CNC é que os super e hipermercados concentrem pouco mais de 43% do volume financeiro, superando R$ 31,5 bilhões em vendas. Na sequência, aparecem as lojas especializadas em vestuário, calçados e acessórios, além dos estabelecimentos de artigos de uso pessoal e doméstico.
Segundo a CNC, os supermercados se destacam pela força do varejo de alimentos, tradicionalmente o principal motor de receitas do setor. Já o segmento de roupas e calçados costuma ser o mais beneficiado pelas festas de fim de ano.
A entidade ressalta, no entanto, que juros elevados e altos índices de inadimplência ainda devem limitar uma expansão mais robusta do consumo.
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