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ECONOMIA Quinta-feira, 07 de Agosto de 2025, 07:59 - A | A

Quinta-feira, 07 de Agosto de 2025, 07h:59 - A | A

Tarifaço

Empresários dizem que mais da metade dos produtos exportados aos EUA terão taxa de 50%

Estudo da CNI mostra que 50,7% dos produtos vendidos aos EUA terão sobretaxa de 50%, incluindo os itens com alíquota extra de 40% anunciada na semana passada por Trump, e os setores de aço, alumínio e cobre, já sobretaxados anteriormente

G1

Levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira (7) mostra que pouco mais da metade das exportações brasileiras aos Estados Unidos terão tarifa de 50% para entrar no país.

Segundo o estudo, 41,4% da pauta exportadora brasileira aos EUA, com 7.691 produtos de variados setores, está sujeita à tarifa combinada de 50%.

Ou seja, aos 10% impostos inicialmente, acrescidos dos 40% de sobretaxa anunciados na semana passada pelo presidente Donald Trump para o Brasil.

"Em 2024, a exportação desses bens alcançou US$ 17,5 bilhões. Principal segmento exportador ao mercado americano, a indústria de transformação responde por 69,9% desse valor, com 7.184 produtos afetados pelas tarifas combinadas, que totalizaram US$ 12,3 bilhões no ano passado", informou a CNI, por meio de nota.

Os setores com maior número de produtos exportados afetados pela sobretaxa combinada de 50% seriam:

Vestuário e acessórios (14,6%)
Máquinas e equipamentos (11,2%)
Produtos têxteis (10,4%)
Alimentos (9,0%)
Químicos (8,7%) e
Couro e calçados (5,7%).

Além disso, a entidade lembrou que os setores de aço, alumínio e cobre, sobretaxados pela Seção 232, representam 9,3% da pauta e enfrentarão tarifa adicional de 50%.

Combinados, esses blocos da pauta exportadora representam 50,7% das exportações brasileiras aos americanos.

Entre as medidas em vigor, aço e alumínio é a mais representativa, com participação de 8,7%, seguido de veículos e autopeças (3%) e cobre (0,6%).

"Esse retrato dá a dimensão do problema enorme que teremos de enfrentar e o quanto vamos precisar avançar nas negociações para reverter essas barreiras. É um trabalho que precisa envolver governos e os setores produtivos. Os EUA são os principais parceiros comerciais da indústria, precisamos encontrar saídas", afirma Ricardo Alban, presidente da CNI.

Setores pedem ajuda ao governo
Os setores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos estão calculando os prejuízos e, ao mesmo tempo, já se movimentam para atenuar esse impacto com pedidos ao governo federal.

A CNI lembra que fez uma série de pedidos ao governo brasileiro para atenuar o impacto do tarifaço ao setor industrial.

Entre eles: linhas de crédito subsidiadas, aumento do prazo para liquidação de contratos de câmbio, aplicação do direito provisório de dumping, adiamento no prazo de pagamento de tributos federais e reativação do Programa Seguro-Emprego (PSE), entre outros.

Nesta quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encaminhou ao Palácio do Planalto as medidas de proteção a setores afetados pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O dia do anúncio, entretanto, caberá ao Palácio do Planalto definir.

O governo estuda dividir em etapas o anúncio das medidas para as empresas afetadas pelo tarifaço.

A avaliação, até o momento, é que as ações precisam ser ajustadas de acordo com o impacto em cada setor e até mesmo em cada empresa.

 

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