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ECONOMIA Quarta-feira, 30 de Julho de 2025, 08:09 - A | A

Quarta-feira, 30 de Julho de 2025, 08h:09 - A | A

Tarifaço

Haddad diz que negociações evoluíram, e que conversas continuam mesmo após dia 1º de agosto

Sem mudanças, tarifaço anunciado por Donald Trump resultará na imposição de uma sobretaxa de 50% às importações brasileiras a partir desta semana

G1

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (30) que as negociações com os Estados Unidos sobre o tarifaço continuam mesmo após o início do tarifaço, marcado para esta sexta-feira (1º).

As declarações foram dadas na portaria do Ministério da Fazenda, a jornalistas.

"O [vice] presidente Alckmin, como eu tenho dito, tem mantido relações, uma comunicação com a sua contraparte [dos Estados Unidos]. E as conversas estão evoluindo. E, na minha opinião, vão continuar evoluindo. Independentemente da decisão que foi tomada dia 1º, ela não vai significar o fim, o término. É o começo de uma conversa", declarou Haddad.

Se o quadro não sofrer mudança, o tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, resultará na imposição de uma sobretaxa de 50% às importações brasileiras, valendo a partir de 1º de agosto, esta sexta.

Haddad reafirmou que houve uma boa evolução nas conversas nesta semana, com o início de negociações mais frequentes entre os dois governos.

"Essa semana foi melhor. E se depender do Brasil, essa tensão desaparece, porque ela é artificial. E produzida por pessoas do próprio país, quer dizer, faz sentido alimentar essa tensão. Brasileiros lá alimentaram essa tensão. Essa tensão vai se dissipar. Quando ela se dissipar, a racionalidade vai conduzir os seus trabalhos. E nós vamos chegar a um denominador", acrescentou o ministro da Fazenda.

O ministro disse, ainda, que vem buscando contato com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, mas que ele está com agenda ocupada, fechando acordos na Europa.

"A assessoria dele pediu um pouco de paciência em função das missões que ele está cumprindo lá, mas disse que, ao regressar os Estados Unidos, haveria possibilidade de mais conversas', explicou Haddad.

Tarifaço dos EUA
No dia 9 de julho, Trump publicou uma carta endereçada ao presidente Lula (PT) anunciando a aplicação de tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. Ele justificou a medida com argumentos políticos e comerciais.
No dia 23, o presidente dos EUA disse que aplicou tarifas de 50% a países com os quais o relacionamento "não tem sido bom".
Embora não tenha sido citado diretamente, o Brasil está entre eles. Segundo Trump, o objetivo é pressionar outros países a abrirem seus mercados.
Neste domingo (27), o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou que as tarifas impostas pelo país entrarão em vigor no dia 1º de agosto, "sem prorrogações".

Plano de apoio às empresas

Questionado se o programa de apoio às empresas e aos trabalhadores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos será anunciado na próxima sexta, se o tarifaço entrar em vigor, Haddad disse que isso cabe ao presidente Luiz Inácio Lula da da Silva decidir.

Nesta semana, Haddad afirmou que um plano de proteção ao emprego, nos moldes do que aconteceu na pandemia da Covid-19 — quando o governo pagava parte ou mesmo a íntegra de salários de empregados do setor privado e, em troca, as empresas deveriam garantir por algum tempo a manutenção destas contratações — é uma opção que está na mesa.

"Dentre os vários cenários, há lei que estabelece esse tipo de... [programa]. Mas não sei qual o cenário que o presidente vai optar, por isso que eu não posso adiantar as medidas que vão ser adotadas por ele. Como são vários cenários, todo tipo de medida cabe em algum deles. Mas quem vai decidir a escala, o montante, a oportunidade, a conveniência e a data é o presidente [Lula]", afirmou Haddad, na ocasião.

De acordo com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), o aumento das tarifas de importação dos EUA sobre produtos brasileiros pode impactar cerca de 10 mil empresas brasileiras que exportam para o mercado norte-americano. Essas empresas empregam, juntas, aproximadamente 3,2 milhões de pessoas no Brasil.

 

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