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ECONOMIA Terça-feira, 17 de Junho de 2025, 09:11 - A | A

Terça-feira, 17 de Junho de 2025, 09h:11 - A | A

Selic a 15%?

Mercado dividido aguarda decisão do Copom sobre taxa de juros

R7

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central inicia nesta terça-feira (16) a reunião que definirá a nova taxa básica de juros da economia brasileira. Atualmente, a Selic está em 14,75% ao ano. O encontro termina na quarta-feira (17).

As expectativas do mercado financeiro estão divididas entre a manutenção dos juros no patamar atual e um aumento de 0,25 ponto percentual, para 15% ao ano.

Caso se confirme, a elevação será a sétima consecutiva desde setembro de 2024. A Selic é o principal instrumento de controle do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Juros mais altos encarecem o crédito, desestimulam a produção e o consumo, e podem frear o crescimento econômico.

Na prática, quando a taxa sobe, os juros cobrados em financiamentos, empréstimos e cartões de crédito aumentam, desestimulando o consumo e contribui para a redução da inflação.

Na última reunião, o colegiado sinalizou que uma nova alta dos juros não estava descartada, mas seria considerada somente se os próximos indicadores econômicos justificassem a medida.

O comitê adotou um tom cauteloso em seu comunicado, indicando que manteria vigilância sobre os dados econômicos e qualquer decisão sobre a taxa Selic dependeria da evolução da inflação — especialmente de seus componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária.

Juros altos por mais tempo

Na ocasião, o Copom avaliou que o cenário econômico era marcado por incertezas externas, deterioração das contas públicas e pressões no mercado de trabalho.

A autoridade monetária destacou que as expectativas de inflação seguiam desancoradas e que a atividade econômica demonstrava resiliência, o que reforçava a necessidade de uma política monetária mais rigorosa para conter os preços.

Com isso, segundo o comitê, a taxa Selic deveria permanecer em um nível elevado por mais tempo, mesmo sem indicar uma elevação imediata.

Projeções

As projeções do Boletim Focus, divulgadas nesta segunda-feira (16), apontam para a manutenção da Selic em 14,75% ao fim de 2025, pela sexta semana consecutiva.

O mercado segue dividido quanto à decisão do Copom desta quarta. Das 48 instituições consultadas, a maioria — 27 (ou 56%) — espera a manutenção dos juros em 14,75%. Outras 21 (ou 44%) preveem alta de 0,25 ponto percentual, para 15%.

Para o doutor em economia e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Hugo Garbe, o cenário provável é de manutenção da taxa.

“Essa dúvida [do mercado] é, antes de tudo, política, fiscal e simbólica. O Banco Central está diante de uma conjuntura em que precisa equilibrar sua credibilidade como guardião da inflação com os efeitos cada vez mais claros de uma política monetária extremamente restritiva”, explicou.

Ele ressalta ainda que, apesar de acreditar na manutenção da Selic, o BC deve adotar, no comunicado, um tom “mais duro” — sinalizando que, se o cenário fiscal continuar se deteriorando ou se as expectativas de inflação seguirem se afastando da meta, haverá espaço para uma nova alta.

“Trata-se de uma tentativa de preservar a credibilidade da política monetária sem asfixiar ainda mais a economia”, afirmou.

Economia ‘fragilizada’

Segundo o economista, o compromisso do BC com a meta de inflação segue sendo “crucial”, especialmente em um país com histórico de alta de preços como o Brasil.

No entanto, “isso não significa que o Copom deva reagir automaticamente com elevação de juros sempre que houver ruído fiscal ou pressão cambial momentânea”, destacou.

Garbe afirma que a economia brasileira está “fragilizada”. Ele explica que o consumo das famílias está travado, o mercado de crédito vem encolhendo há meses, e o crescimento econômico tem sido constantemente revisado para baixo.

“A taxa de juros atual, já em patamar elevado, cumpre seu papel de freio. Subi-la ainda mais agora, em meio a uma atividade tão fraca, pode acabar gerando um efeito colateral mais danoso do que o próprio risco inflacionário de curto prazo”, completou.

 

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