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luto na música

Morre aos 76 anos o ex-cantor do Black Sabbath, Ozzy Osbourne, pioneiro do heavy metal

Artista sofria de mal de parkinson e realizou último show em 5 de julho

O Globo

Morreu, nesta terça-feira (22), o músico Ozzy Osbourne, pioneiro do heavy metal e conhecido pelos fãs como "príncipe das trevas". O roqueiro, que sofria do mal de parkinson, fez o show de despedida de sua carreira em 5 de julho para um estádio lotado em sua cidade natal e outros milhares de espectadores que acompanharam o evento pela internet.

"Morreu cercado de amor", disse um comunicado de sua família nesta terça-feira. "É com mais tristeza do que meras palavras podem expressar que temos que informar que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com a família e cercado de amor. Pedimos a todos que respeitem a privacidade da nossa família neste momento.

Primeira banda aos 20 anos
John Michael Osbourne nasceu em Birmingham, na Inglaterra, em 1948. Ainda na infância, recebeu o apelido de Ozzy (variação de Osbourne) que o acompanharia ao longo da vida. Antes de iniciar sua carreira como cantor, passou por empregos curiosos, como afinador de buzinas de carros, além de trabalhar num necrotério e num abatedouro. Chegou a cometer pequenos furtos, que os levaram a prisão.

Aos 20 anos, Ozzy formou sua primeira banda. Inicialmente batizada de The Polka Tulk Blues Band, ela mudou de nome para Polka Tulk e depois para Earth. Como já havia outra com o mesmo nome, em 1969 eles a rebatizaram para Black Sabbath, a partir do título de um filme de terror — percebiam já ali o apelo do medo e da ambiência e temática assustadora sobre a plateia.

Black Sabbath
Ao lado de Tony Iommi (guitarra), Bill Ward (bateria) e Geezer Butler (baixo), Ozzy estreou em disco com o álbum "Black Sabbath", em 1980 — considerado um marco fundador do heavy metal. O cantor seguiria com a banda até 1978, quando eles lançaram, ainda com ele, o álbum "Never sy die!" — nesse período, foram lançados clássicos do grupo como "Paranoid", "War pigs", "Changes" e "Sabbath bloody Sabbath".

 Na sequência, fundou o Blizzard of Ozz, que emplacou os hits “Crazy Train” e “Mr. Crowley". Com a banda, Ozzy começou a criar a imagem que marcou sua persona ao longo dos anos 1980. Um fã atirou um morcego no palco e ele, achando que era de plástico, mordeu sua cabeça. O incidente deu início a seu histórico de comedor de morcegos satanista e lhe gerou alguns problemas de saúde — boatos sobre sua morte chegaram a circular na época.

Sua postura no palco gerava polêmica e fascinava os fãs. Mas Ozzy sempre fez questão de dizer que tudo era pura performance cênica. Quando esteve no Brasil em 1985, para se apresentar no Rock in Rio, ele chegou a se incomodar com a insistência dos jornalistas em falar de satanismo e ocultismo:

— A minha transa com o demônio não é transa nenhuma. Faço música para divertir as pessoas e fazer a alegria de todos que gostam disso. Não entendo essa insistência em falar de demônios. As pessoas estão exagerando muito nessa história. Minha imagem não tem nada a ver com a violência, é coisa teatral, como o carnaval, por exemplo — disse ele na ocasião, antes de responder, sem entusiasmo, a pergunta "e se jogarem um gato ou cachorro no palco da Cidade do Rock?": — Eu como.

Processos
Ainda nos anos 1980, Ozzy teve que responder a processos — todos arquivados — por incitação ao suicídio com sua música. Em 1990, em meio à batalha contra o alcoolismo, lançou o álbum "No more tears", tido como "maduro" por suas baladas, a autobiográfica "Road to nowhere" e canções como "Mr. Tinkertrain" (sobre abuso sexual de crianças). Com o disco, ganhou o Grammy de Melhor Música pela música "I don't want to change the world".

A turnê do álbum, batizada de "No more tours" ("Chega de turnês", em tradução livre), fez muitos pensarem que ele estava se aposentando. Na época, ele havia sido diagnosticado erradamente com esclerose múltipla. Ao fim da sequência de shows, o diagnóstico se provou errado e a turnê seguinte, que passou pelo Brasil em 1995, se chamou “Retirement sucks” (“A aposentadoria é péssima”, também em tradução livre). Em 2018, no Brasil com a turnê "No more tours 2", ele fez questão de esclarecer ao GLOBO:

 — Não estou me aposentando. Apenas vou parar com as turnês mundiais, dar uma relaxada. Ainda farei shows e gravarei discos. Eu vou fazer 70 anos, quero ficar mais em casa. Não vi meus filhos crescendo, então verei os netos.

Em 1996, ele e sua mulher Sharon Osbourne promoveram o primeiro Ozzfest, festival que se tornou tradicional. Abrindo-se para outros campos, Ozzy mudou de status com o sucesso mundial de "The Osbournes", o programa de TV sobre ele e sua família exibido de 2002 a 2005. O livro "Eu sou Ozzy", biografia que escreveu em parceria com o jornalista Chris Ayres, tenta jogar alguma luz no assunto.

— Acho que a minha vida está lá, até onde eu me lembro — disse ao GLOBO em 2011. — Sou um cara normal, que conseguiu vencer na vida como cantor. Não sou uma porra de um apresentador de TV.

Ozzy voltou a se reunir com o Black Sabbath em 1995 e, depois de idas e vindas, seguia em turnê com eles.

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