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ESPORTE Segunda-feira, 06 de Janeiro de 2020, 08:15 - A | A

Segunda-feira, 06 de Janeiro de 2020, 08h:15 - A | A

DIRETORIA

A gastança ficou no passado: orçamento do Palmeiras prevê redução de custos e uso da base para ajustar contas em 2020

Globo esporte

Cesar Greco

ANDERSON BARROS

 

Habituado há alguns anos a ver grandes contratações no início da temporada, o torcedor provavelmente já se deu conta de que, em 2020, a postura do Palmeiras no mercado está mais comedida. Em vez de contratar muita gente para que haja fartura em todas as posições, a diretoria alviverde tem liberado atletas para baixar custos e procurado reposições nas categorias de base. E a tendência é continuar nesta linha.

 

A previsão orçamentária para 2020, obtida pelo blog, contém números sintéticos que apontam justamente para essa mudança de comportamento. A direção de Maurício Galiotte pretende reduzir em 14% as despesas do futebol profissional, por meio da utilização dos jogadores vindos da base, e diminuir em 13% os outros custos.

 

A mudança acontece porque o Palmeiras, em 2019, esperava fechar o ano com as contas no vermelho – essa era a previsão no momento em que produziu o orçamento para o ano seguinte. Na conta de receitas menos despesas, o prejuízo foi projetado em R$ 35 milhões.

 

O cálculo corresponde aos valores realizados entre janeiro e novembro, mais o que estava previsto para dezembro. É possível que o balanço anual mostre um número diferente, caso alguma transferência de atleta seja registrada no último mês de 2019. De qualquer maneira, para efeito de análise, isso mudaria pouca coisa. O Palmeiras decidiu gastar menos em 2020 porque julgou que estava acima do que podia.

 

Galiotte apostou numa espécie de "tudo ou nada" em 2019. Deixou de vender jogadores para os quais houve ofertas na esperança de ganhar títulos. Não ganhou. Agora, em 2020, precisará ajustar as contas para que o clube continue saudável do ponto de vista financeiro.

 

Vamos aos números...

Para que o Palmeiras troque um prejuízo (deficit) de R$ 35 milhões em 2019 por um lucro (superavit) de R$ 12 milhões em 2020, não tem segredo. As receitas precisarão continuar mais ou menos no mesmo patamar em que já estavam, e as despesas deverão ser reduzidas.

 

Ao torcedor curioso, "depreciações" são as reavaliações de patrimônios. Como as coisas se deterioram com o tempo, isso precisa estar refletido na contabilidade. "Amortizações" são baixas contábeis dos contratos dos jogadores. E o "resultado financeiro" contém a diferença entre receitas financeiras (com juros sobre dinheiro aplicado, por exemplo) e despesas financeiras (com juros pagos em cima de dívidas). Mas nenhum desses três itens é realmente importante para a nossa história.

 

A redução dos gastos passa pelo adeus a determinados atletas. Quando o Palmeiras abre mão de Fernando Prass, Borja e Antônio Carlos, reduz a folha salarial e tenta cumprir a meta descrita no orçamento.

 

Do lado das receitas, pode até parecer que será fácil arrecadar R$ 600 milhões depois de ter passado dessa mesma marca no ano passado. Mas o torcedor precisa se atentar a alguns detalhes antes de chegar a essa conclusão. Isso dependerá muito do futebol em campo.

 

Quais são os riscos?

A maior receita do Palmeiras vem da televisão. E o futebol brasileiro entrou numa era distinta em relação aos direitos de transmissão. Com a supervalorização de competições como Libertadores e Copa do Brasil, cujos pagamentos dependem inteiramente da performance em campo, e com a mudança para que um terço da verba do Campeonato Brasileiro seja variável, também condicionada à colocação do time na tabela, ficou mais difícil cumprir as previsões feitas nesta fonte de arrecadação.

 

Para que consiga cumprir as metas financeiras em termos de televisão, segundo o orçamento, a diretoria de Galiotte decidiu que o time precisará chegar pelo menos nas seguintes fases e colocações:

 

4º lugar no Campeonato Brasileiro

Quartas de final da Copa do Brasil

Quartas de final da Libertadores

Semifinal do Campeonato Paulista

 

É importante frisar que o orçamento não apresenta uma lista de desejos do Palmeiras – a ambição da direção é logicamente disputar os títulos em todas as competições –, e sim uma previsão de quais fases serão alcançadas em cada competição na hora de orçar receitas e custos.

 

Tendo como base para comparação o orçamento do Flamengo, é possível concluir que a diretoria do Palmeiras foi mesmo conservadora em relação às metas esportivas. Sendo esses os dois clubes de maior faturamento do futebol brasileiro, e portanto os que mais podem investir e gastar, comparar números rubro-negros e alviverdes é importante para formar opiniões. E há diferenças claras.

 

As metas esportivas também valem para as bilheterias. Para que o Palmeiras chegue aos R$ 64 milhões em ingressos vendidos a temporada e aos R$ 55 milhões com sócios-torcedores, a diretoria conta com as fases e posições listadas acima e com a lotação do Allianz Parque.

 

Peculiaridade deste momento alviverde, os patrocínios contêm a previsão menos arriscada, principalmente se comparada a outros clubes brasileiros. Com R$ 85 milhões da Crefisa e R$ 6 milhões da FAM garantidos, ambas companhias sob o comando de Leila Pereira, a diretoria começa a temporada com boa parte da previsão já realizada.

 

Por último, mas não menos importante, a diretoria do Palmeiras espera investir em contratações de jogadores o mesmo valor que pretende arrecadar com vendas. Ou seja, R$ 60 milhões.

 

E as dívidas?

A previsão orçamentária trata apenas de receitas e despesas, com alguns detalhes sobre o fluxo de caixa. Somente será possível saber em detalhes como está o endividamento do Palmeiras quando seu balanço anual for publicado. O prazo legal para a publicação é 30 de abril.

 

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