O técnico Abel Ferreira aproveitou a entrevista coletiva após a vitória do Palmeiras sobre o Santos, por 2 a 0, no Allianz Parque, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, para responder com bom humor a uma fala de Hernán Crespo, treinador do São Paulo.
O comandante tricolor disse, após o empate com o Flamengo na Vila Belmiro, que é difícil competir com os dois clubes mais ricos do país atualmente. Segundo Crespo, o maior poder de investimento de Palmeiras e Flamengo garante resultados mais imediatos.
“Eu falo sempre, com dinheiro você encurta os tempos… Há quanto tempo Palmeiras e Flamengo são competitivos? É assim. Filipe Luís sabe. Depois, só com dinheiro? Não, não quero faltar com respeito aos trabalhos de Abel e Felipe, mas são situações diferentes. Com dinheiro encurta os tempos. Ali há anos e anos de investimento. Hoje, Flamengo e Palmeiras estão em outra situação na América do Sul”, afirmou o argentino.
Questionado sobre a declaração, Abel respondeu de forma espirituosa e aproveitou para explicar o caminho percorrido pelo Palmeiras até alcançar o atual patamar financeiro.
“Eu vi o amigo Crespo falar que o Palmeiras tem dinheiro. Eu queria lhe dizer que, quando ele chegou e éramos vizinhos, eu tinha o mesmo dinheiro que ele. Aliás, quando eu convidei para vir jantar em casa, quem pagou fui eu. Fui eu que paguei, não ele. Mas, naquela altura, o Palmeiras não tinha assim tanto dinheiro”, brincou o português.
O treinador destacou que a base foi o ponto de partida para o sucesso do clube.
“O que o Palmeiras fez foi apostar na base e vender jogadores. Os títulos trouxeram prestígio, o prestígio trouxe patrocínios. Isto é todo um ciclo vicioso, mas começou primeiro por apostar na base. Vender quatro, cinco jogadores da base fez com que nós estabilizássemos financeiramente. Este ano, sim, em função das vendas que fizemos, do Ríos, do Estêvão. Se queremos continuar a crescer e a competir, temos que investir. O dinheiro ganha-se trabalhando com processos, acreditando em algo”, disse o treinador.
Para o técnico, o sucesso atual do Palmeiras é resultado de planejamento e continuidade.
“É fácil, basta olhar para o Palmeiras quando nós chegamos aqui. Apostar na base, títulos, prestígio, valorização do clube, da marca, patrocínios, sócios Avanti, futebol que as pessoas gostam de ver… isto é tudo um ciclo vicioso”, concluiu Abel.
O português completou cinco anos à frente do Palmeiras nesta semana. Desde a sua chegada, em 2020, o clube passou por uma evolução financeira expressiva. Naquele ano, o Verdão teve receita de pouco mais de R$ 500 milhões, alavancada por cerca de R$ 150 milhões em vendas de atletas.
Cinco temporadas depois, o salto é notável. Em 2025, o Palmeiras já superou R$ 1,1 bilhão em receitas e deve encerrar o ano com recorde histórico de arrecadação, impulsionado pelas negociações de Estêvão, vendido ao Chelsea, e Richard Ríos, que se transferiu para o Benfica.
Enquanto isso, o São Paulo, que também vive momento de reconstrução, projeta fechar a temporada com R$ 860 milhões em receitas, conforme o orçamento aprovado pelo clube.
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