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Quarta-feira, 19 de Novembro de 2025, 15h:24 - A | A

Escândalo sexual nos EUA

Arquivos de Epstein serão divulgados em 30 dias, diz procuradora-geral

Um dia antes, nesta terça (18), o Congresso dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que determina que o governo libere as informações que tem sobre as investigações do bilionário

G1

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgará os arquivos de sua investigação sobre Jeffrey Epstein dentro de 30 dias, anunciou a procuradora-geral Pam Bondi nesta quarta-feira (19).

Um dia antes, nesta terça (18), o Congresso dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que determina que o governo libere as informações que tem sobre o bilionário, acusado de abusar de mais de 250 meninas menores de idade e de operar uma rede de exploração sexual.

Em uma coletiva de imprensa, Bondi confirmou que o departamento fornecerá o material conforme exigido, mas que a divulgação pode não ser completa, já que a agência pode ter que reter material que poderia afetar as investigações ordenadas por Trump sobre figuras democratas associadas a Epstein.

A identidade de todas as vítimas de tráfico sexual cujos nomes constem nos documentos também será protegida, afirmou ela, acrescentando:

"Continuaremos a cumprir a lei e a incentivar a máxima transparência".

A expectativa é que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancione a lei assim que o texto chegar à Casa Branca, e isso pode acontecer ainda nesta quarta-feira (19).

 Entenda o caso
Contexto: Epstein foi acusado de abusar de mais de 250 meninas menores de idade e de operar uma rede de exploração sexual nos anos 2000. O caso voltou a ganhar destaque neste ano com o vai e vem do presidente Donald Trump sobre a liberação dos arquivos.

Na semana passada, o Congresso dos EUA publicou mensagens que sugerem que Trump tinha conhecimento da conduta de Epstein.
Em um e-mail de 2018, o bilionário escreveu que o atual presidente “passou horas” em sua casa com uma das vítimas.
Epstein era conhecido por sua ampla rede de contatos com políticos, celebridades e executivos. Ele e Trump foram amigos entre a década de 1990 e o início dos anos 2000.
O bilionário foi preso em julho de 2019 e, segundo as autoridades, tirou a própria vida um mês depois, dentro da cela.

Nesta terça-feira, Câmara e Senado aprovaram rapidamente — e quase por unanimidade — o projeto que obriga o governo a liberar todos os arquivos da investigação. O movimento foi visto como uma derrota política para Trump.

Pelo texto, todos os documentos da investigação, incluindo informações sobre a morte de Epstein na prisão, deverão ser divulgados em até 30 dias após a sanção presidencial.

A lei permite que o Departamento de Justiça oculte informações pessoais das vítimas ou dados de investigações ainda em curso. Por outro lado, proíbe censuras com base em “constrangimento, dano à reputação ou sensibilidade política”.

Derrota política

Durante a campanha de 2024, Trump prometeu várias vezes que, se voltasse à Casa Branca, tornaria públicos arquivos secretos sobre o caso. Em uma entrevista, ele chegou a dizer ser “muito estranho” que a lista de clientes de Epstein nunca tivesse sido divulgada.

Em fevereiro deste ano, o governo liberou uma série de arquivos sobre o caso. A procuradora-geral de Trump, Pam Bondi, chegou a afirmar que uma lista de clientes estava "em sua mesa para ser revisada".

Depois, no entanto, o Departamento de Justiça disse não ter encontrado provas da existência dessa relação.
A declaração frustrou apoiadores de Trump, muitos dos quais espalham teorias da conspiração sobre o caso — algumas impulsionadas pelo próprio presidente.
Desde então, ele passou a minimizar o tema e chegou a chamar de “idiota” quem ainda se importava com o assunto.

A postura de Trump aumentou a pressão política da oposição e até de membros do próprio partido do presidente para que todos os documentos fossem divulgados.

Nos últimos meses, Trump passou a chamar o movimento de “farsa” criada pela oposição para desviar a atenção de temas como o orçamento federal.

A Casa Branca e lideranças republicanas tentaram evitar que o projeto atingisse o número mínimo de assinaturas necessário para ser pautado na Câmara, mas não conseguiram.
O texto alcançou o mínimo exigido em 12 de novembro, com apoio inclusive de deputados republicanos.

Três dias depois, Trump mudou de posição e passou a defender a aprovação da proposta, dizendo que os republicanos “não tinham nada a esconder”.

Presidente citado em e-mails

No dia 12 de novembro, o Congresso dos EUA divulgou mais de 20 mil páginas de arquivos sobre a investigação de Jeffrey Epstein. Boa parte dos documentos contém e-mails que o bilionário trocou com parentes e amigos.

Em uma das mensagens, de janeiro de 2019, Epstein escreveu que Trump “sabia sobre as garotas”. No mesmo texto, aparecem o nome de uma vítima — que foi censurado — e uma menção a Mar-a-Lago, o resort do presidente na Flórida.

Em outro e-mail, de 2011, Epstein escreveu a Ghislaine Maxwell, sua parceira e confidente, sobre Trump.

“Quero que você perceba que o cachorro que não latiu é Trump”, afirmou. Em seguida, acrescentou que uma das vítimas “passou horas na minha casa com ele… e ele nunca foi mencionado uma única vez”.

Outro arquivo mostra Epstein refletindo sobre como deveria responder a perguntas da imprensa sobre sua relação com Trump, que à época começava a ganhar destaque como figura política nacional.

Para deputados democratas, as mensagens levantam novas dúvidas sobre a relação entre o presidente e o bilionário. Já o jornal The New York Times afirmou que Trump pode ter mais conhecimento da conduta de Epstein do que admitiu publicamente.

Trump, por sua vez, disse que a polêmica envolvendo os e-mails é uma “armadilha” criada pela oposição. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que os arquivos mostram que o presidente “não fez nada de errado”.

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