A diretora da principal agência de saúde dos Estados Unidos se recusa a renunciar e faz acusações contrao secretário de Saúde, Robert F. Kennedy Jr., conhecido por seu ceticismo em relação às vacinas, de "usar a saúde pública como arma", após o departamento anunciar sua demissão.
Susan Monarez, indicada por Donald Trump e no cargo há menos de um mês como chefe dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), "não renunciou nem recebeu notificação da Casa Branca sobre sua demissão", disseram seus advogados, em um comunicado enviado à AFP.
"Como uma pessoa íntegra e dedicada à ciência, ela não renunciará", acrescentaram.
No comunicado, acusam o secretário Kennedy Jr. de "usar a saúde pública como arma para ganho político e colocar em risco a vida de milhões de americanos".
Os advogados argumentam que a diretora do CDC foi atacada depois de "se recusar a aprovar diretrizes pouco científicas e imprudentes, e a demitir especialistas em saúde".
O Departamento de Saúde, que supervisiona os CDC, havia anunciado mais cedo, por meio de um comunicado, que "Susan Monarez não era mais diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Agradecemos sua dedicação ao povo americano", explicou.
Monarez, cientista e funcionária pública com ampla experiência, foi confirmada no cargo pelo Senado dos EUA e tomou posse em 31 de julho, em cerimônia conduzida pelo secretário.
Segundo autoridades que falaram sob condição de anonimato, Monarez foi pressionada por Kennedy Jr. a renunciar.
A Casa Branca pareceu confirmar a demissão da funcionária. "Como fica muito claro na declaração de seus advogados, Susan Monarez não está alinhada com a agenda do presidente de 'Fazer os Estados Unidos voltarem a ser saudáveis'", explicou o porta-voz Kush Desai, em comunicado enviado à AFP.
"Dado que Susan Monarez se recusou a renunciar, apesar de ter sido informada pela liderança do Departamento de Saúde sobre essa intenção, a Casa Branca a removeu do cargo no CDC", acrescentou.
O departamento não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário da AFP.
Desde que assumiu o cargo, Kennedy Jr. tem promovido uma reforma radical na política de vacinação dos Estados Unidos, com medidas baseadas no ceticismo que contradizem amplamente o consenso científico sobre a eficácia e segurança das vacinas.
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