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INTERNACIONAL Quinta-feira, 16 de Outubro de 2025, 14:10 - A | A

Quinta-feira, 16 de Outubro de 2025, 14h:10 - A | A

Conflito no Oriente Médio

'Combate não terminou em Gaza', diz Benjamin Netanyahu

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira (16) estar "determinado" a obter o retorno de todos os corpos de reféns que ainda estão em poder do Hamas

RFI

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira,16, estar "determinado" a obter o retorno de todos os corpos de reféns que ainda estão em poder do Hamas. O premiê afirmou que o combate em Gaza "não acabou". 

"Estamos determinados a obter o retorno de todos os reféns", disse Netanyahu durante a cerimônia oficial de comemoração do segundo aniversário do ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra. "A luta ainda não terminou, mas uma coisa é certa: quem levantar a mão contra nós sabe que pagará um preço muito alto", alertou.

Israel acusou o movimento palestino de violar o acordo de cessar-fogo, que prevê a entrega de todos os reféns mantidos em Gaza, vivos e mortos, dentro de 72 horas após a entrada em vigor do cessar-fogo na sexta-feira, 10. Ou seja, o prazo terminava nesta segunda-feira, 13, às 09h00 GMT. 

O Hamas libertou os 20 reféns vivos, mas desde segunda devolveu apenas nove corpos dos 28 reféns mortos. O grupo alega ter feito a entrega dentro de suas possibilidades e diz que precisa de "equipamento especial" para recuperar os outros cadáveres. 

Nesta quarta-feira, 15, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, alertou que "se o Hamas se recusar a cumprir o acordo, Israel, em coordenação com os Estados Unidos, retomará os combates e agirá para uma derrota total" do movimento. 

O Fórum das Famílias de Reféns pediu ao governo Netanyahu "que interrompa imediatamente a implementação de qualquer outra etapa do acordo, enquanto o Hamas continuar desrespeitando abertamente suas obrigações" quanto ao retorno de todos os cadáveres. 

"Eles estão cavando" 
"Eles estão cavando. Estão encontrando muitos corpos", disse o presidente americano Donald Trump, questionado sobre o cumprimento do acordo pelo Hamas. "Alguns estão lá há muito tempo, e outros estão sob os escombros, que precisam ser removidos. Outros estão nos túneis", acrescentou. 

A porta-voz do governo israelense, Shosh Bedrosian, disse no domingo (12) que um "organismo internacional", previsto no acordo, ajudaria "a localizar os reféns mortos, caso não fossem encontrados e libertados" até segunda. Em troca do retorno dos corpos dos reféns, Israel entregou um total de 120 cadáveres de palestinos, incluindo 30 nesta quinta-feira em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do Hamas. 

O acordo de cessar-fogo foi firmado com base no plano de Donald Trump para a guerra na Faixa de Gaza. O plano prevê, em uma primeira fase, o cessar-fogo, a libertação dos reféns, a retirada israelense de setores de Gaza e o envio de mais ajuda humanitária ao território palestino devastado.

O compromisso também determina, em uma outra fase, o desarmamento do Hamas, a anistia ou o exílio de seus combatentes e a continuidade das retiradas israelenses em Gaza. Esses pontos ainda estão em discussão. 

Israel, que controla todos os acessos à Faixa de Gaza, deverá abrir, após o cessar-fogo e a libertação dos reféns, o ponto de passagem de Rafah, entre o Egito e o território palestino, para a ajuda humanitária.  As autoridades israelenses afirmaram que a data de abertura da passagem será anunciada "posteriormente" e que será "apenas para circulação de pessoas". 

"Sem água, sem comida" 
O chefe das operações humanitárias da ONU, Tom Fletcher, deve visitar nesta quinta-feira o ponto de passagem de Rafah, do lado egípcio, após ter pedido a abertura de "todos os locais" por onde passam a ajuda humanitária. 

No fim de agosto, a ONU declarou estado de fome em várias áreas de Gaza, o que é contestado por Israel.  Atualmente, Israel autoriza o envio dos produtos principalmente pelo ponto de Kerem Shalom, no sul, mas as organizações humanitárias denunciam a lentidão administrativa e dos controles de segurança. 

Em entrevista à RFI, Adéa Guillot, porta-voz da CARE, uma das ONGs presentes em Gaza, diz que a situação ainda continua confusa. "Uma das condições do acordo de paz era a libertação dos reféns e a liberação imediata e massiva da ajuda humanitária, o que não está acontecendo", denuncia. Segundo ela, as ONGs ainda enfrentam as mesmas dificuldades para encaminhar os mantimentos à população. 

De volta às ruínas de suas casas na cidade de Gaza, vários moradores estão montando tendas ou abrigos improvisados entre os escombros. "Fomos jogados na rua. Não há água, não há comida, não há eletricidade. Nada. Toda a cidade de Gaza foi reduzida a cinzas", declarou Mustafa Mahram. 

O ataque de 7 de outubro causou, do lado israelense, a morte de 1.221 pessoas, em sua maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais. A represália israelense provocou 67.938 mortes em Gaza, também em sua maioria civis, segundo números do Ministério da Saúde do Hamas.

 

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