A Otan vem ampliando significativamente sua capacidade de guerra antissubmarino, em resposta ao aumento das atividades navais russas no Atlântico Norte e no Ártico.
Um dos principais instrumentos dessa estratégia é o Boeing P-8 Poseidon, aeronave multifuncional desenvolvida para patrulhamento marítimo, vigilância e operações de combate abaixo da superfície.
Segundo o almirante Stuart Munsch, comandante das Forças Navais dos Estados Unidos na Europa e África, as forças da aliança têm investido em tecnologias avançadas e plataformas de vigilância como o P-8, o que trouxe notáveis avanços em operações antissubmarino. “Os aliados estão de parabéns pelos esforços. Isso mudou de forma perceptível ao longo do tempo”, afirmou o oficial, em entrevista concedida ao Business Insider.
O P-8 Poseidon, fabricado pela Boeing, substituiu o antigo P-3 Orion e representa um salto em capacidades técnicas. A aeronave é equipada com radar de abertura sintética, sensores infravermelhos, sonoboias, torpedos e mísseis antinavio, além de sistemas acústicos altamente sensíveis. Seu design é baseado no jato comercial 737-800, o que facilita manutenção e operação em diferentes bases aliadas.
Além dos Estados Unidos, países como Reino Unido, Noruega, Alemanha e Nova Zelândia já incorporaram o P-8 à sua frota. O Canadá está em processo de aquisição, enquanto outros membros da Otan permitem o uso de suas bases, como ocorre na Islândia, que cede infraestrutura para operações e manutenção do Poseidon.
Os exercícios conjuntos e o compartilhamento de tecnologia são destacados como diferenciais. Recentemente, Alemanha e Reino Unido firmaram acordo que permite o uso compartilhado de uma base aérea na Escócia, ampliando as patrulhas sobre o Atlântico Norte. O almirante Munsch destaca que a colaboração entre aliados “aumentou significativamente” em comparação a anos anteriores.
A crescente preocupação com a presença submarina russa decorre do avanço de embarcações altamente furtivas, como os submarinos da classe Yasen, considerados difíceis de detectar e monitorar. Segundo Munsch, a guerra antissubmarino é uma das tarefas mais complexas das operações navais, exigindo tecnologia robusta e equipes altamente treinadas.
A frota russa possui cerca de 64 submarinos ativos, com capacidade para lançar mísseis de cruzeiro e balísticos, o que reforça o interesse da Otan em manter vigilância constante. Além do P-8, a aliança utiliza helicópteros, navios de patrulha, drones subaquáticos e, claro, submarinos próprios para rastreamento e dissuasão.
O Poseidon também recebeu atualizações importantes em 2025, com novas versões incorporando melhorias em hardware, sistemas de combate, comunicação por satélite, arquitetura de software e integração de sensores. Tais avanços ampliam a capacidade de resposta e o intercâmbio de informações com outras marinhas parceiras.
O emprego do P-8 não se restringe a fins militares. Em países como a Nova Zelândia, por exemplo, a aeronave é usada para monitoramento da zona econômica exclusiva, apoio em missões de busca e salvamento, combate à pesca ilegal e auxílio em desastres naturais, demonstrando versatilidade operacional.
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