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INTERNACIONAL Quarta-feira, 23 de Julho de 2025, 11:03 - A | A

Quarta-feira, 23 de Julho de 2025, 11h:03 - A | A

A ofensiva continua

Governo Trump vai investigar Harvard por programa de intercâmbio e bolsas de estudo

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que ação visa garantir que os programas 'não sejam contrários aos interesses' americanos. Departamento de Educação apura suposta preferência por estrangeiros na distribuição de bolsas de estudo

G1

O governo de Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (23) que abriu mais uma investigação contra a Universidade de Harvard.

Segundo documento enviado pelo Departamento de Estado ao reitor da instituição, o alvo desta vez é o programa de visitantes de intercâmbio e a elegibilidade de Harvard como patrocinadora.

"Para manter o privilégio de patrocinar visitantes de intercâmbio, os patrocinadores devem cumprir todas as regulamentações, incluindo a condução de seus programas de forma que não prejudique os objetivos da política externa ou comprometa os interesses de segurança nacional dos Estados Unidos", argumenta o texto.

De acordo com o jornal "The New York Times", o secretário Marco Rubio deu a Harvard um prazo de uma semana para produzir e entregar os registros dos estudantes, e disse que o departamento planeja entrevistar funcionários da universidade associados ao programa e também pode querer falar com os titulares do visto.

"A investigação garantirá que os programas não sejam contrários aos interesses" dos Estados Unidos, diz o comunicado.

Procurada pelo NYT para comentar a decisão, Harvard ainda não se pronunciou.

 Ao mesmo tempo, o Departamento de Educação americano também informou que abriu investigações em cinco universidades por uma suposta preferência por estrangeiros na distribuição de bolsas de estudo.

No comunicado divulgado nesta quarta, afirmou que as investigações determinarão se a Universidade de Louisville, a Universidade de Nebraska Omaha, a Universidade de Miami, a Universidade de Michigan e a Universidade Western Michigan "estão concedendo bolsas de estudo apenas para estudantes com Ação Diferida para Chegadas na Infância (DACA) ou 'sem documentos', violando a proibição da discriminação de origem nacional prevista no Título VI da Lei dos Direitos Civis de 1964 (Título VI)".

"Essas investigações são baseadas em reclamações enviadas ao OCR pelo Projeto de Proteção Igualitária da Legal Insurrection Foundation, que busca garantir proteção igualitária perante a lei e não discriminação por parte do governo de nenhuma forma", defende o texto.

De acordo com as denúncias, diz o departamento, cidadão americanos estariam sendo prejudicados. O secretário adjunto interino para os Direitos Civis, Craig Trainor, afirmou:

"Nem as políticas de 'América em primeiro lugar' do Governo Trump, nem a proibição da discriminação de origem nacional prevista na Lei dos Direitos Civis de 1964 permitem que as universidades neguem aos nossos concidadãos a oportunidade de concorrer a bolsas de estudo por terem nascido nos Estados Unidos".

Ofensiva de Trump contra Harvard
No começo deste mês, ao ser questionado por repórteres sobre Harvard na Casa Branca, o presidente Donald Trump afirmou estar otimista para um acordo.

"Harvard tem sido muito ruim — totalmente antissemita. E, sim, eles certamente chegarão a um acordo", disse.

No entanto, antes da declaração de Trump, o Departamento de Segurança Interna informou que estava enviando "intimações compulsórias" à universidade, exigindo que a instituição forneça "informações relevantes relacionadas a estudantes estrangeiros".

O órgão acusou Harvard de "permitir que estudantes estrangeiros abusem de seus privilégios de visto e defendam a violência e o terrorismo no campus", referindo-se aos protestos que pedem o fim da guerra de Israel em Gaza.

O governo Trump também notificou a universidade. Afirmou que a instituição viola a lei federal de direitos civis e sugeriu que há "provas concretas" para revogar sua certificação, a garantia pública de que a universidade oferece uma educação de qualidade supervisionada por uma autoridade externa independente.

Harvard respondeu afirmando que, embora "as intimações do governo sejam injustificadas, a universidade continuará cooperando com as solicitações e obrigações legais" e considera as ações do Executivo "retaliatórias".

"Harvard continua defendendo a instituição e a seus alunos, professores e funcionários contra a interferência prejudicial do governo, que visa ditar quem as universidades privadas podem admitir e contratar, e o que podem ensinar", disse a universidade.

Desde que assumiu o cargo em janeiro, o presidente Donald Trump lançou uma campanha contra universidades americanas de elite, acusando-as de serem redutos de antissemitismo e de implementar políticas "woke" que favorecem a diversidade e a inclusão.

No caso de Harvard, congelou mais de US$ 3,2 bilhões (R$ 17,47 bilhões) em financiamento federal e tomou uma série de medidas para impedir a matrícula de estrangeiros, que representam mais de um quarto dos alunos e uma importante fonte de receita. Um juiz bloqueou a medida.

Trump transformou os protestos estudantis, especialmente os de alunos e acadêmicos estrangeiros, em uma questão política.

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