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INTERNACIONAL Segunda-feira, 21 de Julho de 2025, 10:45 - A | A

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nova reunião

Irã aceita negociar programa nuclear com potências europeias, mas antes consultará aliados

Teerã anunciou ter aceito convite europeu para reunião com Alemanha, França e Reino Unido um mês após fim da guerra entre Irã e Israel

France Presse

O Irã terá uma nova reunião para discutir seu programa nuclear com Alemanha, França e Reino Unido na sexta-feira (25) em Istambul, na Turquia, um mês após a guerra de 12 dias contra Israel. Mas antes, o governo iraniano se consultará com seus aliados, Rússia e China.

"Em resposta à demanda dos países europeus, o Irã aceitou ter uma nova rodada de diálogo", anunciou nesta segunda-feira (21) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmail Baghaei, citado pela televisão estatal.

Ao mesmo tempo, Baghaei elevou o tom contra as três potências europeias, às quais chamou de "culpadas e negligentes" pelo fracasso de um acordo nuclear que o Ocidente fechou com o Irã em 2015. Os três países europeus ameaçam restabelecer sanções econômicas contra os iranianos, acusando Teerã de violar seus compromissos nucleares.

 Baghaei também anunciou que o país receberá China e Rússia nesta terça-feira (22) para uma "consulta trilateral", onde serão discutidas questões sobre seu programa nuclear com os aliados em meio a ameaças dos europeus.

Uma fonte diplomática alemã informou que Berlim, Paris e Londres prosseguiam "trabalhando intensamente para encontrar uma solução diplomática duradoura e verificável para o programa nuclear iraniano", e que pretendiam ter uma reunião no final da semana.

Os países ocidentais e Israel suspeitam que o Irã pretenda desenvolver uma bomba atômica, o que Teerã nega, embora insista em seu direito de desenvolver um programa nuclear apenas com finalidades civis.

O temor acerca do programa nuclear iraniano levou a um ataque surpresa de Israel em 13 de junho, com bombardeios no Irã que mataram comandantes militares e cientistas ligados ao programa nuclear. Os Estados Unidos se uniram à ofensiva do aliado israelense e atacaram três instalações nucleares na noite de 21 de junho. Um cessar-fogo foi acordado sob pressão do presidente americano, Donald Trump, e entrou em vigor poucos dias depois, no dia 24.

A última reunião entre representantes do E3 (Alemanha, França, Reino Unido) e o Irã aconteceu em Genebra, na Suíça, em 21 de junho, poucas horas antes dos bombardeios dos EUA. Com o ataque americano, as negociações foram suspensas.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Abbas Araqchi, afirmou no domingo que "o Irã demonstrou que é capaz de resistir (aos ataques de Israel e EUA), mas sempre esteve disposto a uma diplomacia real, recíproca e de boa-fé".

 Encontro com Putin
Paralelamente, o presidente russo Vladimir Putin recebeu no domingo no Kremlin Ali Larijani, conselheiro do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, para abordar a questão nuclear.

Larijani "transmitiu avaliações sobre o agravamento da situação no Oriente Médio e sobre o programa nuclear iraniano", declarou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.

Putin expressou as "posições bem conhecidas da Rússia sobre como estabilizar a situação na região e sobre a solução política do programa nuclear iraniano", acrescentou. A reunião em Moscou não havia sido anunciada previamente.

A Rússia mantém boas relações com o Irã, considerado seu principal aliado no Oriente Médio, mas não apoiou Teerã de modo veemente em sua recente guerra com Israel, nem após os ataques americanos contra as instalações nucleares.

Na semana passada, Moscou criticou um artigo do site americano Axios que afirmava que Putin havia "encorajado" o Irã a aceitar um acordo com Washington que impediria Teerã de enriquecer urânio.

Ameaças de sanções
Em 2015, o Irã, várias potências ocidentais, China e Rússia alcançaram um acordo que previa a introdução de importantes restrições ao programa nuclear iraniano em troca da suspensão das sanções contra o país.

Mas o governo dos Estados Unidos se retirou do acordo em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump, quando as sanções foram retomadas.

Teerã e Washington participaram em várias rodadas de conversações nucleares, com a presença de mediadores de Omã, antes de Israel iniciar a guerra de 12 dias contra o Irã.

Alemanha, França, Reino Unido e a União Europeia reiteraram na semana passada ao Irã sua "determinação" de reativar as sanções da ONU se não houver avanços concretos para um acordo sobre o programa nuclear.

O chefe da diplomacia iraniana manteve na semana passada uma conversa telefônica com seus homólogos britânico, francês e alemão, assim como com a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas.

Durante a ligação, os diplomatas europeus comunicaram a Araqchi "sua determinação de utilizar o mecanismo de 'snap-back' (sanções) na ausência de avanços concretos" para um novo acordo sobre o programa nuclear iraniano.

Na sexta-feira, o ministro iraniano negou que a ameaça tivesse base "moral ou jurídica".

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