Em um confronto direto sobre as políticas contra imigrantes do governo Trump, um juiz ordenou nessa segunda-feira (5) que o os Estados Unidos admita quase 12 mil refugiados. A decisão do magistrado distrital Jamal Whitehead foi diretamente rejeitando o argumento do governo americano de que só deveria admitir 160 refugiados que tinham já programado viajar em duas semanas depois da ordem de janeiro que suspendeu o sistema da condição de refúgio.
No início do governo, Trump suspendeu o sistema de admissão de refugiados, porém tinha indicado receber as pessoas que já tinham a condição anteriormente.
Whitehead disse nessa segunda que 'a interpretação do governo é, para afirmar suavemente, uma manobra interpretativa do nível mais elevado'.
O juiz já tinha bloqueado em fevereiro uma ordem de Trump que suspendia o sistema de admissão de refugiados, dizendo que violava a Lei de Refúgio de 1980. No entanto, um mês depois, o 9º Circuito da Corte de Apelações rejeitou a decisão.
A nova decisão do juiz distrital atinge diretamente também essa rejeição, já que ele afirmou que era necessário 'não apenas ler nas entrelinhas' a decisão do 9º Circuito, 'mas alucinar sobre um novo texto que simplesmente não existe', em uma crítica direta à afirmação do governo Trump.
O reassentamento de refugiados é uma das vias legais para conseguir obter cidadania nos Estados Unidos. Isso vai diretamente com a proposta de Trump de retirar imigrantes do país, em uma política desde que assumiu o cargo. Quando era presidente, Biden ampliou requisitos do programa ao incluir populações afetadas pelas mudanças do clima.
Mil dólares para imigrantes ilegais?
A decisão acontece no dia que o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos afirmou que o governo Trump irá pagar US$ 1 mil (cerca de R$ 5,6 mil) para os imigrantes ilegais no país que desejam sair voluntariamente.
Segundo a pasta revelou eles também pagarão assistência de viagem. Além disso, a pessoa que vai sair do país e usa o aplicativo para emigração podem informar ao governo que planejam ir embora e serão 'despriorizadas' para detenção e remoção pelas autoridades.
'Se você está aqui ilegalmente, a autodeportação é a melhor, mais segura e mais econômica maneira de deixar os Estados Unidos e evitar a prisão. O Departamento de Segurança agora oferece aos imigrantes ilegais assistência financeira para viagens e um auxílio para retornar ao seu país de origem por meio do aplicativo CBP Home', disse a secretária Kristi Noem em comunicado, segundo a Associated Press.
Segundo a agência, o auxílio e a possível passagem aérea para migrantes que partem voluntariamente custariam menos do que uma deportação propriamente dita. O departamento diz que o custo médio para prender, deter e deportar alguém sem status legal é atualmente de cerca de US$ 17 mil.
O valor será enviado ao chegarem no país de origem, de acordo com a secretária.
O comunicado ainda completa afirmando que se essas pessoas optarem por sair podem ajudar a 'ajudar a preservar' a possibilidade de retornar com status legal.
O governo Trump tem realizado uma forte campanha de deportação em massa de imigrantes ilegais, em especial aqueles cadastrados dentro do aplicativo CBP Home, criado pelo governo Biden sob o nome de CBP One para dar lar aos imigrantes que estavam sem a documentação para se manter nos EUA.
Ao mesmo tempo em que busca medidas legais para acelerar a deportação, a administração tem realizado uma ofensiva para que esses imigrantes se autodeportem, sem a necessidade de um processo na Justiça.
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