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INTERNACIONAL Sexta-feira, 07 de Novembro de 2025, 07:35 - A | A

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paralisação dos serviços

Sem acordo, 'shutdown' recorde nos EUA afeta tráfego aéreo em 40 aeroportos

Nos Estados Unidos, a paralisação do governo federal, "shutdown" em inglês, já é a mais longa da história do país

RFI

Em Washington, as negociações para votar o orçamento e permitir a normalização dos serviços federais seguem travadas, sem previsão de acordo entre republicanos e democratas. Com o shutdown diversas agências públicas ficam sem recursos para funcionar normalmente.

A paralisação recorde levou a agência responsável pelo controle aéreo no país, a FAA, equivalente à Anac no Brasil, a determinar a redução do tráfego em 40 dos principais aeroportos americanos. Em consequência, as companhias aéreas a cancelarem centenas de voos e a alteraram horários.

A FAA pediu que as empresas reduzam em 10% o número de pousos e decolagens em aeroportos como Nova York, Los Angeles, Chicago e Atlanta, sendo este último o mais movimentado do mundo. Questões de segurança justificam a medida. Os controladores de voo, que são pagos com recursos federais, estão sobrecarregados. Além de muitos técnicos terem sido afastados por falta de verba, eles estão trabalhando sem receber salário. 

A redução deve afetar também voos internacionais, que podem sofrer com atrasos e remarcações.

Justiça obriga governo a pagar programa de assistência alimentar
Em meio ao impasse, um juiz federal no estado de Rhode Island determinou que o governo Trump encontre recursos para pagar integralmente o benefício do SNAP, o principal programa de assistência alimentar dos Estados Unidos.

A decisão foi tomada após prefeituras e organizações sem fins lucrativos processarem o governo. Elas argumentaram que o plano de pagar apenas 65% do valor máximo do benefício deixaria milhões de famílias sem renda neste mês.

O governo alegou que não poderia fazer o repasse devido à paralisação e chegou a anunciar que não haveria pagamentos em novembro.

Mas a Justiça interveio e ordenou que o Executivo utilize fundos de emergência, cerca de US$ 4,6 bilhões, para pagar o benefício. Mesmo assim, a Casa Branca apresentou recurso para tentar reverter a decisão.

Em resposta à decisão judicial, o presidente Donald Trump disse a jornalistas nesta quinta-feira (6) que o veredito é "uma decisão absurda". Ele afirmou que um juiz federal não pode dizer ao governo o que fazer durante uma paralisação, provocada pelos democratas.

Tump disse que o objetivo dos republicanos é a reabertura do governo. O presidente americano declarou ainda que não vai agir sob ordens de um tribunal, mas de acordo com o que considera necessário para manter a administração federal operando dentro da lei.

Impasse político e disputa por poder em Washington
Esta paralisação é diferente das anteriores porque o impasse vai além da disputa pelo orçamento. Ela representa uma queda de braço política entre o Congresso e o presidente Donald Trump.

Os democratas estão sendo pressionados pela própria base a enfrentar o governo com mais firmeza, após meses de críticas por ceder a acordos com os republicanos. O líder do partido no Senado, Chuck Schumer, foi duramente criticado no início do ano ao apoiar uma proposta republicana que evitou uma paralisação anterior. Agora, decidiu endurecer o tom.

O partido exige a renovação dos subsídios que ajudam famílias de baixa renda a pagar o plano de saúde. Os democratas argumentam que esses benefícios estão prestes a expirar. Já os republicanos afirmam que o tema só poderá ser discutido depois da reabertura do governo.

Além disso, os democratas querem limitar o poder de Trump de utilizar ordens executivas para decidir o destino de fundos federais. O presidente tem utilizado essas medidas que não passam pelo Congresso para cortar verbas em áreas como ajuda internacional e programas sociais.

Por isso, não há previsão de acordo. O impasse já não é apenas sobre dinheiro, mas sobre quem detém o controle político em Washington.

Negociações voltam a travar no Senado
Após alguns sinais de avanço, as negociações voltaram a travar no Senado. As duas siglas chegaram a discutir um acordo bipartidário para reabrir o governo, mas na noite de quinta-feira, os democratas bloquearam a votação que os republicanos planejavam realizar nesta sexta.

O motivo é o mesmo. O Partido Democrata exige garantias concretas de que o Congresso tratará da questão dos subsídios de saúde, que beneficiam milhões de americanos. Sem essa promessa, afirmam, não apoiarão a proposta republicana.

Líderes do Partido Republicano disseram ter incluído parte das demandas democratas na nova proposta, mas sem resolver imediatamente o tema do seguro saúde.

 

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