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INTERNACIONAL Quarta-feira, 13 de Agosto de 2025, 14:08 - A | A

Quarta-feira, 13 de Agosto de 2025, 14h:08 - A | A

guerra com a ucrânia

Trump promete 'consequências severas' caso Putin não aceite cessar-fogo em reunião no Alasca

Ameaça de Trump ocorre a dois dias de encontro com presidente russo e após reunião com Zelensky e líderes europeus nesta quarta (13)

G1

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou aplicar "consequências severas" à Rússia caso o presidente russo, Vladimir Putin, não aceite um cessar-fogo durante reunião bilateral que eles terão na sexta-feira (15).

Questionado por um repórter se a Rússia enfrentaria alguma retaliação caso Putin não parasse a guerra na Ucrânia após o encontro no Alasca, Trump disse que "sim, haverá consequências severas, mas não direi quais".

A fala de Trump ocorreu após uma reunião por videoconferência com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e vários aliados europeus, também nesta quarta.

No encontro, eles debateram sobre o encontro do presidente norte-americano com irá fazer com Putin, e termos das negociações pelo fim do conflito, que já dura três anos e meio. Zelensky disse a Trump que Putin "está blefando" sobre um possível cessar-fogo. (Leia mais abaixo)

Ao mesmo tempo, Trump afirmou haver uma grande chance de haver uma segunda reunião após o encontro com Putin no Alasca, que o americano quer que seja quase imediata. Esse segundo encontro incluiria o Zelensky, mas só aconteceria se a primeira for boa, segundo Trump.

"Se for tudo certo na primeira reunião [com Putin], teremos uma segunda entre Putin e Zelensky. Mas pode não haver uma segunda reunião, se eu não gostar do resultado", disse o republicano.

Trump disse que "grandes coisas" podem sair da primeira reunião, mas um segundo encontro "será mais produtivo, porque no primeiro eu vou descobrir onde estamos e o que vou fazer sobre isso".Co

Trump e europeus alinhados

Segundo o presidente da França, Emmanuel Macron, Trump disse na reunião entre os líderes que qualquer questão envolvendo o território ucraniano será negociada apenas pela Ucrânia e que pressionará o líder russo pelo fim da guerra.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, disse que Trump concordou ser necessário que "uma cronologia correta aconteça a partir de agora: primeiro um cessar-fogo [nos combates], e depois discussões por um acordo permanente para o fim da guerra", e que os aliados concordaram que as seguintes condições devem ser atendidas:

o reconhecimento de anexação pelos russos de qualquer território ucraniano não pode acontecer;
tem que haver garantias de segurança à Ucrânia;
a soberania da Ucrânia tem que ser respeitada;

"Nosso apoio à Ucrânia é inegociável. Fronteiras não podem ser mudadas à força, e a Ucrânia tem que ter garantias robustas de segurança para defender sua integridade territorial", afirmou Starmer.

A ligação serviu para Zelensky e seus aliados europeus argumentarem com Trump a importância de assegurar uma posição mais favorável possível pró-Europa nas negociações com Putin. Eles temem que, com uma possível nova aproximação entre Trump e Putin, uma proposta de paz acordada no Alasca exija muito mais concessões de Kiev do que de Moscou — inclusive territoriais. Trump mencionou no início da semana uma possível "troca de territórios", mas sem dar mais detalhes. (Leia mais abaixo)

O líder ucraniano e a maioria de seus aliados europeus têm afirmado que uma paz duradoura não pode ser garantida sem que a Ucrânia esteja na mesa de negociações, e que um acordo deve respeitar o direito internacional, a soberania da Ucrânia e sua integridade territorial.

Ao mesmo tempo que, segundo Merz, Trump "iniciará" na sexta as tratativas com Putin para finalizar a guerra, Ucrânia e Rússia têm posições totalmente opostas. Zelensky reafirmou na terça-feira que a Rússia deve concordar com um cessar-fogo antes que questões territoriais sejam discutidas, e disse que rejeitaria qualquer proposta russa de que a Ucrânia retire suas tropas da região oriental de Donbass e ceda suas linhas defensivas.

"Conversas substantivas e produtivas sobre nós sem nós não funcionarão. (...) Elas são possíveis, mas não serão aceitas na prática. Assim como não posso dizer nada sobre outro Estado ou tomar decisões por ele", disse Zelensky em entrevista à imprensa na terça-feira.

A Rússia, por sua vez, rechaçou nesta quarta-feira a ideia de troca de territórios e disse que não fará concessões. Um porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores afirmou que a posição do país não mudou e que não abrirá mão das regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, que suas tropas controlam e a Rússia declarou como suas.

Grã-Bretanha, França e Alemanha, copresidentes da chamada "Coalizão dos Dispostos", definiram sua posição sobre o caminho para um cessar-fogo na Ucrânia em um comunicado divulgado após uma reunião virtual na quarta-feira.

"A Coalizão dos Dispostos está pronta para desempenhar um papel ativo, inclusive por meio de planos daqueles dispostos a mobilizar uma força de segurança assim que as hostilidades cessarem", diz um comunicado comum do grupo.

Troca de territórios
Trump disse que qualquer acordo de paz envolveria "alguma troca de territórios para o bem de ambos" a Rússia e a Ucrânia.

Questionada sobre o motivo de Zelensky não se juntar aos líderes dos EUA e da Rússia na cúpula do Alasca, uma porta-voz da Casa Branca afirmou na terça-feira que a reunião bilateral havia sido proposta por Putin e que Trump aceitou a proposta para obter um "melhor entendimento" de como encerrar a guerra.

 "Isso cabe ao presidente ir e obter um entendimento mais firme e preciso de como podemos, com sorte, encerrar esta guerra", disse a secretária de imprensa, Karoline Leavitt, a repórteres.

Trump está aberto a uma reunião trilateral com Putin e Zelensky posteriormente, disse Leavitt.

Cúpula no Alasca

A invasão russa da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, deixou dezenas de milhares de mortos, milhões de deslocados e grande destruição.

Putin tem resistido aos múltiplos apelos dos Estados Unidos, da Europa e da Ucrânia para declarar um cessar-fogo.

A cúpula no Alasca, território que a Rússia vendeu aos Estados Unidos em 1867, será a primeira entre os presidentes em exercício dos Estados Unidos e da Rússia desde que Joe Biden se reuniu com Putin em Genebra, em junho de 2021.

Trump e Putin se encontraram pela última vez em 2019, em uma cúpula do G20 no Japão, durante o primeiro mandato do americano, embora tenham se falado por telefone em várias ocasiões desde janeiro.

As condições para a paz
Após mais de três anos de combates, as posições ucranianas e russas continuam irreconciliáveis.

Para acabar com o conflito, Moscou exige que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que o país renuncie ao recebimento de armas do Ocidente e à sua adesão à Otan.

Essas condições são inaceitáveis para a Ucrânia, que exige a retirada das tropas russas de seu território e garantias de segurança ocidentais. Isso incluiria mais fornecimento de armas e o envio de um contingente europeu, aos quais a Rússia se opõe.

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